Exame ALICE: Análise de Endometrite Crônica

O exame ALICE identifica e trata a inflamação bacteriana do endométrio, que está associada à dificuldade de iniciar e desenvolver a gestação

Existem diversas condições que levam à falha da fertilização in vitro (FIV). Problemas no endométrio, camada interna do útero, estão entre as principais causas de insucesso na implantação do embrião.

É uma das formas de detectar alterações no endométrio, sendo o responsável por diagnosticar a endometrite crônica, inflamação bacteriana persistente que impossibilita o início da gestação.

O que é o exame ALICE?

A Análise de Endometrite Crônica, também chamada de ALICE, é um exame que rastreia infecções bacterianas no endométrio, características da endometrite crônica. Essa condição está associada a uma microbiota endometrial alterada.

ALICE: qual é a importância?

Como a endometrite crônica costuma ser assintomática e dificilmente encontrada em diagnósticos comuns, como histologia, histeroscopia e cultura microbiana, o exame ALICE é o ideal para a identificação da patologia, sendo importante para o tratamento da condição que impede a obtenção e manutenção da gravidez.

Aliás, a endometrite crônica não costuma ser tão investigada quanto outras condições que causam infertilidade. Ter os resultados do exame ALICE em mãos ajuda o especialista a tomar as melhores decisões para o sucesso da fertilização.

Exame ALICE: quando é indicado?

No geral, é indicado quando o médico suspeita de endometrite crônica por proporcionar uma precisão maior nos resultados. Além disso, pode ser solicitado em cenários em que:

• Acontecem repetidas falhas na fertilização in vitro;
• Ocorrem vários abortos espontâneos;
• Quando não são encontradas outras causas de infertilidade.

Nessas situações, o exame ALICE pode ser associado a outros testes, como o exame EMMA, que avalia a microbiota do endométrio, e o ERA, que descobre a janela de implantação para aumentar as chances do embrião se desenvolver. O protocolo que reúne esses três exames é conhecido como endomeTRIO.

ALICE: como é realizado?

Utilizando tecnologia avançada de sequenciamento de nova geração (NGS), o exame é feito a partir da biópsia do endométrio. Nesse processo rápido, retira-se um pedaço do tecido endometrial e realiza-se a extração de DNA bacteriano.

Com isso, é possível fazer o sequenciamento do gene 16S rRNA da bactéria responsável pela endometrite crônica. Esse processo revela características do ser vivo para auxiliar no tratamento.

É necessário preparo de endométrio para realizar o ALICE?

O exame ALICE não exige preparos específicos. A biópsia costuma ser realizada entre o 15º e o 25º dia do ciclo menstrual. O material é armazenado para evitar degradações e comprometimento no resultado.

Quando a paciente também se submete ao teste ERA, a mesma amostra pode ser aproveitada para o exame ALICE, sem a necessidade de aumentar o tamanho da amostra na retirada pela biópsia.

Quais resultados o exame ALICE pode apresentar?

O laudo do exame ALICE mostra se existem patógenos detectados e a proporção de bactérias relacionadas à endometrite crônica, além de outras ligadas a doenças sexualmente transmissíveis, como Chlamydia e Neisseria. De acordo com o resultado, o médico recomenda o tratamento com antibióticos e probióticos.

Como o ALICE pode aumentar as chances da FIV?

Como a endometrite crônica é uma patologia que não costuma ser investigada, ela pode ser o motivo dos abortos e das falhas na implantação do embrião. Dessa forma, o exame ALICE auxilia no diagnóstico e no tratamento da condição, melhorando as chances de sucesso na fertilização in vitro.

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Fonte:

Associação Brasileira de Reprodução Assistida