Pólipo uterino é o termo utilizado para definir o crescimento acentuado de células localizadas no interior do útero, gerando o desenvolvimento de pequenas protuberâncias na superfície da cavidade uterina. São semelhantes a “pequenas verrugas”, com características predominantemente benignas e com baixo potencial de malignização.
Os pólipos uterinos podem ser classificados de diversas formas, mas a nomenclatura mais comum leva em conta a sua localização:
- Pólipo endometrial: quando a lesão surge no interior da cavidade uterina, a partir da proliferação de células da camada de revestimento interna do útero (chamada de endométrio);
- Pólipo endocervical: quando a lesão está presente e surge a partir da proliferação das células do colo do útero, apresentando-se como uma protuberância durante a avaliação clínica do colo uterino (exame especular).
Para definir a existência e o subtipo de pólipo que acomete a paciente, é indispensável passar em avaliação com um ginecologista para firmar um diagnóstico exato.
Índice
Principais sintomas dos pólipos uterinos
É fundamental que a mulher busque o auxílio de um especialista em pólipo uterino quando notar a presença de algum dos sintomas descritos abaixo:
- Sangramento menstrual irregular;
- Sangramento entre os períodos menstruais;
- Períodos menstruais de fluxo muito intenso e duradouro;
- Cólicas menstruais;
- Infertilidade;
- Sangramento vaginal após a menopausa.
Contudo, como a maioria das pacientes não apresenta nenhum tipo de sintoma, o ideal é manter sempre a rotina de consultas periódicas com o seu ginecologista.
Dessa forma, por meio da realização dos exames ginecológicos rotineiros, é possível determinar a presença ou não dessa alteração.
Como se preparar para a consulta?
Ao notar algum dos sintomas citados, a mulher deverá procurar um especialista para firmar o diagnóstico em questão. Durante a avaliação, o médico poderá realizar algumas perguntas para identificar o problema, bem como a paciente poderá questionar o profissional para entender melhor o seu caso.
Perguntas para fazer ao ginecologista:
- O que pode estar causando esses sintomas?
- Quais exames devem ser realizados?
- Existem medicamentos para tratar os pólipos?
- Quais efeitos colaterais a medicação pode causar?
- Quando é recomendada a cirurgia?
- Os pólipos podem causar infertilidade?
- O tratamento para os pólipos uterinos pode melhorar o meu potencial fértil?
- Os pólipos uterinos podem ser cancerígenos?
Não hesite em fazer outras perguntas que considerar necessárias. O importante é não restarem dúvidas.
Perguntas que o ginecologista provavelmente fará:
- Com que frequência você tem esses sintomas?
- Há quanto tempo você apresenta os sintomas?
- Quão intensos são os seus sintomas?
- Os seus sintomas estão relacionados ao seu ciclo menstrual?
- Você apresenta melhora dos seus sintomas?
- Em algum momento os sintomas são mais fortes?
- Você já fez algum tratamento para pólipos antes?
- Você já teve problemas de fertilidade?
- Você deseja engravidar?
- Você possui histórico familiar de câncer de mama, endométrio ou de colo de útero?
Quais exames diagnosticam os pólipos uterinos?
O diagnóstico do pólipo uterino pode ser feito por meio da realização do ultrassom transvaginal ou do ultrassom pélvico por via abdominal. Embora não apresente grande especificidade para o diagnóstico de pólipo uterino, a ultrassonografia é um bom exame para triagem de patologias uterinas em pacientes com sangramento vaginal aumentado.
Na maioria dos casos, é possível evidenciar um espessamento da camada interna do útero (endométrio), ou até mesmo a formação de uma imagem nodular no interior da cavidade uterina.
Algumas vezes, durante o exame de ultrassom, o examinador pode introduzir uma solução salina no interior da cavidade uterina por meio de um cateter para facilitar a visualização do pólipo. Esse exame é chamado de histerossonografia.
O diagnóstico definitivo é feito por meio da visualização direta do pólipo uterino com auxílio da videohisteroscopia diagnóstica (exame realizado com ou sem anestesia), durante o qual pode ser realizada uma biópsia para avaliação anatomopatológica (confirma o padrão benigno ou maligno do pólipo).
Antigamente, em casos de sangramento vaginal aumentado, era realizada a curetagem uterina para pesquisa de câncer de endométrio. Ao longo do tempo constatou-se que a taxa de resultados negativos era muito alta e que é possível realizar exames diagnósticos com maior acurácia e menos invasivos. Contudo, a curetagem uterina diagnóstica ainda pode ser utilizada em casos de lesões difusas que promovem um sangramento genital muito aumentado.
A histeroscopia diagnóstica identifica a lesão e permite a realização de biópsia sob visualização direta. Mesmo avaliando com detalhes o interior da cavidade uterina, ela pode falhar no diagnóstico diferencial visual de lesões benignas ou malignas. Por isso, é sempre aconselhada a realização de biópsia com estudo anatomopatológico da lesão para identificar a sua real natureza.
Lembre-se que apenas o ginecologista que acompanha o caso poderá indicar o melhor exame para diagnosticar a possível alteração ginecológica vigente!