O ultrassom transvaginal é um dos exames que fazem parte do seguimento pré-natal, sendo fundamental que a gestante faça esse exame no início da gestação para verificar o correto desenvolvimento embrionário.
O ultrassom transvaginal na gravidez também é conhecido como exame endovaginal ou intravaginal. Nesse texto decidimos abordar um pouco mais sobre esse assunto. Saiba o que é esse exame, por que ele é necessário durante a gestação e como deve ser feito.
Índice
O que é o ultrassom transvaginal?
O ultrassom transvaginal consiste em um exame de imagem simples que permite a visualização dos órgãos reprodutores femininos internos, como o útero, ovários e tubas uterinas.
Durante a realização do exame, a sonda do ultrassom emite uma onda de som e o equipamento capta o eco nos órgãos, o que permite criar uma imagem no computador dos órgãos internos e do bebê. No início da gestação esse é o exame mais indicado para verificar a evolução da gestação.
Em geral, o ultrassom transvaginal na gravidez faz parte da rotina ginecológica e obstétrica da mulher.
Do ponto de vista ginecológico, o exame é recomendado para investigar causas de dor pélvica, sangramento uterino anormal, infertilidade, presença de cistos e colocação e acompanhamento do DIU.
Durante a gravidez o exame auxilia a:
- Verificar se a gravidez ectópica ou tópica;
- Verificar a idade gestacional com maior acurácia (baseado pelo comprimento crânio-nádegas do embrião);
- Verificar se a gravidez é única ou gemelar;
- Identificar possíveis sinais de abortamento;
- Monitorar o batimento cardíaco do bebê;
- Verificar a integridade da placenta;
- Investigar possíveis causas de sangramento vaginal no início da gestação, como, por exemplo: presença de hematoma retrocoriônico;
- Medir o comprimento longitudinal do colo uterino e avaliar o risco de síndrome de colo curto ou incompetência istmo-cervical.
A partir de que momento da gestação o ultrassom transvaginal deve ser realizado?
Em alguns casos, o ultrassom transvaginal é utilizado para ajudar a diagnosticar a gravidez. Nessas situações, o exame é recomendado a partir da 6º semana de gestação, visto que, antes disso, o exame não é capaz de avaliar o embrião — em idades gestacionais muito precoces só é possível identificar o saco gestacional e a vesícula vitelínica.
A partir da 6º semana, o médico conseguirá ver o saco gestacional e, em alguns casos, o embrião próximo à vesícula vitelínica. A via endovaginal é recomendada, pois, muito no início da gestação, é difícil que o médico tenha uma imagem clara usando a via abdominal.
O primeiro ultrassom transvaginal na gravidez é importante para confirmar a viabilidade da gestação, além de verificar se há realmente um embrião, uma vez que existem casos de gestação anembrionada. O exame ainda permite verificar se o embrião se implantou no local correto (existem casos de gestações ectópicas que ocorrem quando o embrião se fixa na parede da trompa de Falópio, inviabilizando o progredir da gestação).
Durante o exame, o médico realiza a medição do colo do útero e avalia o período gestacional baseado no atraso menstrual e no comprimento crânio-nádegas do embrião. Por meio desses cálculos comparativos é possível estimar a data provável do parto.
Quando o ultrassom transvaginal na gravidez é realizado em uma idade gestacional mais avançada, pode ser possível ouvir os batimentos cardíacos embrionários, causando grande emoção à gestante.
Quantas ultrassonografias transvaginais devem ser feitas durante a gestação?
Além da primeira ultrassonografia transvaginal na gravidez para confirmar a gestação, outro exame pode ser realizado ainda no primeiro trimestre de gestação como forma do médico certificar-se da correta evolução do embrião.
O segundo ultrassom é recomendado entre a 11ª a 14ª semana de gestação, preferencialmente na 12ª ou 13ª semana. Nesse momento, o exame é chamado de ultrassom morfológico do primeiro trimestre e permite avaliar a morfologia fetal, indicando o risco de possíveis cromossomopatias.
O ultrassom morfológico do primeiro trimestre pode ser realizado pela via abdominal ou pela via endovaginal. Por meio dele, o médico faz a análise da anatomia do feto, quantidade do líquido amniótico, medida da translucência nucal, medida do osso nasal, presença de regurgitação da válvula tricúspide e avaliação do fluxo de sangue do ducto venoso.
Posteriormente são realizadas mais duas ultrassonografias na gestação. A ultrassonografia do segundo trimestre é realizada entre a 20ª a 24ª semanas (ultrassonografia morfológica do segundo trimestre) e permite pormenorizar a avaliação morfológica fetal, diagnosticar o sexo do bebê e monitorar o seu desenvolvimento.
Nesse exame é fundamental realizar a avaliação do comprimento longitudinal do colo uterino para descartar o risco de síndrome do colo curto. A ultrassonografia do terceiro trimestre é feita entre a 28ª a 32ª semanas e serve para avaliar a vitalidade fetal por meio da biometria e da avaliação dopplerfluxométrica fetal. Normalmente, esses exames podem ser feitos por meio do ultrassom por via abdominal.
Como o ultrassom transvaginal é realizado?
Não é solicitado nenhum preparo específico para que a mulher realize o procedimento, sendo indicado apenas usar roupas confortáveis e que possam ser removidas facilmente.
O exame é realizado com a mulher deitada em posição ginecológica (pernas abertas e ligeiramente dobradas). Inicialmente é realizada a limpeza da parte externa da vagina com um lenço e, em seguida, o médico insere o aparelho de ultrassom pelo canal vaginal.
O aparelho é protegido com uma camisinha para evitar doenças e utiliza-se lubrificante para facilitar o manuseio. A duração do exame pode variar entre 10 a 15 minutos para uma visualização mais completa. Em geral, o exame provoca um leve desconforto, mas não causa dor.
Também não é necessário ter receios quanto ao exame causar riscos ao bebê. A sonda do ultrassom não alcança a cavidade uterina ou o colo do útero e as ondas emitidas pelo aparelho não são prejudiciais para o desenvolvimento embrionário.
O ultrassom transvaginal na gravidez é um importante aliado durante o acompanhamento pré-natal para a monitoração da gestação. Dessa forma, é essencial que a gestante esteja tranquila para realizá-lo e entenda que o exame é benéfico para a saúde dela e do bebê.
Fonte: Ministério da Saúde/ Conselho Regional de Medicina.