A gravidez ectópica ocorre quando o embrião é implantado fora do útero, inviabilizando o desenvolvimento adequado da gestação
A gravidez ectópica é uma condição em que a gestação se desenvolve fora do útero, inviabilizando o desenvolvimento adequado do bebê. Essa situação pode ocorrer em cerca de 1 a 2% das gestações espontâneas ou até mesmo nas que são obtidas por meio da fertilização in vitro (FIV), levando à necessidade de interromper a gravidez para que não haja risco de morte à gestante.
O mais comum é que a gravidez ectópica se desenvolva nas tubas uterinas, uma região incapaz de suportar o crescimento do feto e oferecer todos os nutrientes para que o bebê se desenvolva de maneira adequada. Por conta disso, é sempre necessário interromper uma gestação que ocorre fora da cavidade uterina, minimizando tanto os riscos à vida da mulher como o sofrimento psicológico envolvido.
Índice
Tipos de gravidez ectópica
A gravidez ectópica pode ser classificada de acordo com o local em que ela se desenvolve, sendo que os principais tipos são:
- Gravidez tubária: se desenvolve na tuba uterina;
- Gravidez ectópica abdominal: o embrião se desenvolve na região abdominal, podendo ser no peritônio (tecido que reveste a parte interna da cavidade abdominal) ou em locais como intestinos ou bexiga;
- Gravidez cervical: ocorre quando o embrião se implanta no colo do útero;
- Gravidez ovariana: é considerada rara, ocorrendo quando o embrião se desenvolve no ovário;
- Gravidez heterotópica: também rara, esta condição ocorre quando a gestação ectópica se desenvolve simultaneamente a uma gestação intrauterina (gestação tópica).
Conheça os principais fatores de risco e as principais causas da gravidez ectópica
O principal fator de risco para a ocorrência de gravidez ectópica é a existência de alguma alteração nas tubas uterinas, tais como inflamações, infecções ou estruturas danificadas. Esse tipo de condição pode fazer com que o embrião tenha dificuldade para completar sua migração até o útero. Entre os fatores de risco conhecidos, é importante citar:
- Inflamação ou infecção ativa da trompa de Falópio;
- Lesões estruturais nas trompas;
- Cirurgia prévia nas trompas;
- Episódio anterior de gravidez ectópica;
- Tabagismo;
- Uso de dispositivo intrauterino, popularmente conhecido como DIU.
Quais são os sintomas da gravidez ectópica?
Os primeiros sintomas da gravidez ectópica geralmente são os mesmos de uma gestação tópica, tais como menstruação atrasada, sensibilidade nos seios e enjoos. Caso a mulher faça um teste de gravidez, o resultado será positivo.
Conforme o embrião cresce em local impróprio, entretanto, podem começar a surgir sinais e sintomas mais específicos, sendo os principais deles:
- Sangramento vaginal;
- Dor pélvica;
- Cólicas abdominais intensas;
- Tontura e fraqueza.
Como é realizado o diagnóstico da gravidez ectópica?
O quadro de gravidez ectópica é confirmado a partir de teste de gravidez positivo e exame de ultrassonografia, na qual é possível observar que o bebê não se encontra dentro do útero. Em geral, quando o médico identifica que o embrião não está no interior da cavidade uterina, ele passa a procurar nas trompas ou em outros locais. Dependendo do caso, podem ser solicitados exames complementares, como uma tomografia computadorizada.
O que acontece após o diagnóstico de gravidez ectópica?
Nenhuma gravidez ectópica tem futuro. Isso porque o útero é o único local que oferece um ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento do bebê, se expandindo conforme o embrião cresce. Estruturas como as tubas uterinas, por exemplo, não são tão flexíveis para suportar uma gestação completa. Nesses casos, o risco de morte para a mãe é muito elevado, pois o crescimento do embrião pode levar à destruição ou rompimento dos órgãos internos.
Toda gravidez que ocorre fora do útero é considerada uma emergência médica, demandando atendimento imediato. O tratamento da gravidez ectópica geralmente envolve uma cirurgia para remoção da placenta e do feto (quando a gravidez acontece na tuba uterina, o tratamento recomendado é a retirada completa da tuba danificada, procedimento denominado de salpingectomia). Nos casos em que a gestação ainda é mais inicial e o embrião apresenta um tamanho pequeno, é possível utilizar medicações para tratar a condição e evitar a realização de cirurgia (porém isso também depende de fatores como nível do BHCG, estabilidade clínica da gestante e ausência de batimento cardíaco embrionário).
Qual é a relação entre gravidez ectópica e Reprodução Assistida?
Para mulheres que desejam ter filhos, mas apresentam histórico de gravidez ectópica, o mais indicado é procurar um médico especializado para que seja conduzida uma investigação das condições das tubas uterinas da paciente. Esse tipo de complicação pode ser resultante de doenças ginecológicas que levam à infertilidade feminina, como a endometriose ou a presença de infecções genitais.
Caso seja identificado que a mulher apresenta infertilidade por fator tubário, o mais adequado é que ela passe por um tratamento de Fertilização in Vitro (FIV), em que os gametas feminino e masculino são preparados em laboratório e a fertilização ocorre em placas e meio de cultura (fora do corpo da mulher). Os embriões formados são posteriormente transferidos para o interior do útero da paciente.
Por mais que os embriões de FIV sejam transferidos diretamente para a cavidade uterina, os mesmos fatores de risco podem fazer com que ocorra uma gravidez ectópica em mulheres que se submetem a tratamentos de Reprodução Assistida. Nesse sentido, é importante controlar fatores como infecções genitais, aumentando assim as chances de sucesso da fertilização in vitro.
Para tirar suas dúvidas sobre gravidez ectópica e outros assuntos, entre em contato e agende uma consulta com os profissionais da Clínica BedMed.
Fontes: