A falha de implantação pode ser um dos motivos para o insucesso da FIV. Assim, conhecer as suas causas ajuda na condução de novos tratamentos.
A Fertilização in Vitro (FIV) é uma das técnicas mais modernas e eficazes da Reprodução Assistida. Por meio dela, o óvulo é fecundado em laboratório e, após a formação do embrião, transferido para o útero da mulher. Apesar de as chances de sucesso serem elevadas, alguns ciclos de FIV não resultam em gravidez, o que levanta questionamentos sobre as possíveis causas.
Entre os fatores que podem comprometer o sucesso do tratamento está a falha de implantação. Esse fenômeno pode gerar ansiedade e frustração, especialmente em casais que já passaram por múltiplas tentativas. Entender o que é a falha de implantação, suas causas e como lidar com essa situação é um passo importante para dar continuidade ao sonho da gestação.
Índice
O que é a implantação embrionária?
A implantação embrionária é uma etapa essencial da gestação. Após a fertilização do óvulo e o desenvolvimento do embrião no laboratório, ele é transferido para o útero da mulher, onde precisa se fixar na parede endometrial. Esse processo é o que dá início à gravidez.
Essa etapa ocorre normalmente entre o 6º e 10º dia após a ovulação ou a fertilização. Para que a implantação aconteça com sucesso, o embrião deve estar saudável, o endométrio deve estar receptivo, e uma série de sinais bioquímicos precisa ocorrer no tempo e na intensidade adequados. Quando algo nesse processo falha, pode ocorrer a falha de implantação.
O que é a falha de implantação do embrião?
A falha de implantação ocorre quando o embrião, mesmo aparentemente saudável, não consegue se fixar no útero após a transferência. Isso pode acontecer mesmo em condições ideais e em mulheres jovens, o que mostra que a implantação é um processo sensível e complexo.
Em geral, considera-se que há uma falha de implantação quando a mulher realiza múltiplas transferências de embriões de boa qualidade sem obter um teste de gravidez positivo. Especialistas definem essa situação como falha recorrente de implantação, geralmente após duas ou mais transferências de embriões de boa qualidade sem sucesso.
Embora a falha de implantação seja um desafio, ela também é uma oportunidade para que a equipe médica aprofunde as investigações. Por isso, é possível solicitar exames complementares, como o teste ERA, histeroscopia e cariótipo do casal, entre outros, que podem revelar alterações importantes.
Quais são as causas mais comuns da falha de implantação?
Diversas causas podem estar associadas à falha de implantação, e o acompanhamento médico é essencial para identificar o motivo em cada caso. Entre os principais fatores, estão:
Idade materna avançada
Com o avanço da idade, principalmente após os 35 anos, a reserva ovariana tende a diminuir, e os óvulos passam a apresentar chances elevadas de alterações cromossômicas. Isso pode afetar diretamente a qualidade embrionária e dificultar a implantação.
Questões embrionárias
Mesmo com técnicas de seleção embrionária, como o uso da classificação morfológica ou da análise genética (PGT-A), nem todos os embriões têm potencial de implantação. Alterações genéticas ou desenvolvimento anormal podem impedir a fixação do embrião no interior do endométrio.
Fatores uterinos
Pólipos, miomas, aderências e alterações no formato do útero podem afetar o ambiente intrauterino, dificultando a fixação do embrião. Além disso, problemas como endometrite crônica também estão associados à falha de implantação.
Fatores genéticos
Alterações no cariótipo do casal ou mutações genéticas podem prejudicar a formação de embriões viáveis. Quando essas alterações são identificadas, é possível considerar o uso de embriões doados ou a realização de testes genéticos antes da implantação embrionária.
O que fazer em casos de falha de implantação?
Ao identificar uma falha de implantação, a equipe médica pode propor novas estratégias para aumentar as chances de sucesso em ciclos futuros. Algumas alternativas incluem a otimização da qualidade embrionária com técnicas laboratoriais mais avançadas, a realização de exames para avaliar a receptividade do endométrio e o ajuste do protocolo hormonal.
Outras possibilidades são o uso de embriões testados geneticamente, o preparo endometrial mais personalizado, a correção de alterações uterinas previamente não diagnosticadas e até o suporte psicológico para o casal, que pode ser fundamental para lidar com a frustração e fortalecer o vínculo durante a jornada de tratamento.
Fontes:
Clínica BedMed
Associação Brasileira de Reprodução Assistida (ABRA)

