Durante a FIV, a estimulação ovariana é um dos primeiros passos em direção a tão sonhada gestação. Veja como ela pode ser feita.
A Fertilização in Vitro (FIV) é um dos tratamentos mais eficazes de Reprodução Assistida, com taxas de sucesso que podem variar entre 40% e 60% por tentativa, dependendo da idade e das condições de saúde da paciente que se submete a ela.
Um dos primeiros e mais importantes passos desse tratamento é a estimulação ovariana para FIV, etapa que busca otimizar o número de óvulos disponíveis para fertilização, aumentando as chances de sucesso em cada ciclo.
Índice
Como funciona o protocolo de estímulo ovariano?
Muitas mulheres que precisam recorrer à FIV apresentam um diagnóstico de baixa reserva ovariana, ou seja, possuem um número reduzido de óvulos disponíveis para fertilização. Essa condição pode estar relacionada a diversos fatores que afetam diretamente a resposta aos tratamentos, e as causas mais comuns incluem:
- Idade avançada;
- Histórico de menopausa precoce na família;
- Cirurgias ovarianas prévias;
- Endometriose;
- Infecções pélvicas severas;
- Fatores genéticos ou autoimunes.
Diante desse cenário, o protocolo de estimulação ovariana para FIV tem como principal objetivo fazer com que os ovários produzam múltiplos folículos em um único ciclo, o que permite a coleta de uma quantidade maior de óvulos. Esse passo é essencial para aumentar as chances de fertilização, desenvolvimento embrionário e posterior implantação.
Importância da estimulação ovariana na reprodução assistida
A estimulação ovariana para FIV é essencial para ampliar as possibilidades de sucesso do tratamento. Com mais óvulos coletados, aumentam-se as chances de formar embriões viáveis para transferência ou congelamento. Além disso, é possível selecionar embriões com melhor qualidade para maximizar a taxa de implantação.
Quando começa a estimulação ovariana para FIV?
A estimulação ovariana para FIV começa após uma fase inicial de avaliação e preparo. A primeira etapa inclui consultas médicas, exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal, e dosagens hormonais para avaliar a reserva ovariana da paciente (FSH, LH, estradiol e hormônio anti-mülleriano). Esses exames ajudam a determinar o protocolo mais adequado.
Após essa avaliação, o ciclo de estimulação inicia-se geralmente entre o segundo e o terceiro dia do ciclo menstrual. A paciente passa a receber injeções diárias com hormônios específicos por cerca de 8 a 14 dias, sob acompanhamento médico rigoroso, com ultrassonografias frequentes para monitorar o crescimento dos folículos. Assim, é possível programar o momento exato para a coleta dos óvulos, antes da ovulação natural.
Protocolos de estimulação ovariana na FIV
Existem diferentes técnicas de estimulação ovariana para FIV, que são individualizadas conforme o histórico clínico, a idade da mulher e a resposta ovariana esperada.
Entre os mais utilizados podemos citar o protocolo com agonistas de GnRH. Ele geralmente é iniciado no ciclo anterior ao da FIV, com o uso de agonistas para “silenciar” o eixo hormonal da paciente, seguido da administração de gonadotrofinas. Esse protocolo busca controlar completamente a ovulação e maximizar a resposta ovariana, tendo duração média de 25 a 30 dias.
O protocolo curto de estimulação ovariana para FIV pode ser realizado com os medicamentos antagonistas de GnRH. Neste modelo, os hormônios são iniciados no segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual, e os antagonistas são introduzidos apenas quando os folículos alcançam um determinado tamanho. Esse protocolo costuma ser mais curto, variando entre 10 e 14 dias, e é indicado principalmente para pacientes com boa reserva ovariana ou risco de síndrome da hiperestimulação ovariana.
Outra opção que pode ser adotada para estimulação ovariana para FIV é o protocolo de estímulo suave, conhecido como mild stimulation. Ele utiliza doses mais baixas de gonadotrofinas ou combinações com medicamentos orais, como o citrato de clomifeno ou letrozol, sendo indicado para pacientes que respondem mal a estímulos mais intensos ou que desejam um protocolo com menor impacto no organismo.
Durante a estimulação ovariana para FIV, o médico define o protocolo mais adequado com base na resposta dos ovários. É possível ajustar as doses hormonais ao longo do tratamento, e, em muitos casos, realizar o congelamento dos embriões para posterior transferência, o que pode melhorar as taxas de sucesso e evitar complicações como a hiperestimulação ovariana.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida
Clínica BedMed

