Avaliação endometrial: como é realizada?

Médica com a maquete de um órgão reprodutor feminino em mãos.

O embrião se implanta e se desenvolve no endométrio. Sendo assim, determinar a sua receptividade é um diferencial para uma gestação bem-sucedida.

O endométrio é a camada interna do útero onde o embrião se implanta e se desenvolve durante a gestação. A saúde e a receptividade desse tecido são fundamentais para uma gravidez bem-sucedida, especialmente no decorrer de tratamentos de Reprodução Assistida, como a Fertilização in Vitro (FIV). Por isso, a avaliação endometrial é uma ferramenta importante para identificar possíveis alterações que possam interferir na implantação embrionária e no desenvolvimento da gestação.

Casais que enfrentam dificuldades para engravidar ou que passam por tratamentos de FIV podem considerar a avaliação endometrial como parte do processo diagnóstico e terapêutico. Essa avaliação permite a identificação de condições que possam prejudicar a receptividade uterina, aumentando as chances de sucesso nos tratamentos.

O que é o endométrio?

O endométrio é o nome dado ao tecido que reveste internamente o útero e passa por alterações cíclicas ao longo do ciclo menstrual, influenciadas por hormônios como estrogênio e progesterona. Essas mudanças preparam o útero para a possível implantação de um embrião. Caso a fecundação não ocorra, o endométrio é descartado durante a menstruação.

A espessura e a estrutura do endométrio variam conforme as fases do ciclo menstrual. Um endométrio saudável e receptivo é essencial para a implantação embrionária e para a manutenção da gestação. Alterações nesse tecido podem levar a dificuldades para engravidar ou a perdas gestacionais recorrentes.

Qual é a importância da avaliação endometrial?

A avaliação endometrial é o caminho mais assertivo para identificar fatores que possam comprometer a fertilidade feminina que estejam ligados à saúde do endométrio. Por exemplo, a partir dessa avaliação é possível detectar inflamações, infecções, alterações na microbiota uterina e problemas de receptividade que podem impedir a implantação do embrião ou levar a abortos espontâneos.

Além disso, a avaliação endometrial auxilia na determinação da janela de implantação, que é o período ideal em que o endométrio está mais receptivo ao embrião. Conhecer essa janela torna possível sincronizar a transferência embrionária em tratamentos de FIV, aumentando as chances de sucesso.

Como é feita a avaliação endometrial?

A avaliação endometrial pode ser realizada por meio de diferentes exames, que variam conforme o objetivo e a suspeita clínica. Geralmente, envolve a coleta de uma amostra do tecido endometrial, obtida por biópsia, para análise laboratorial. A escolha do exame adequado deve ser orientada por um especialista em Reprodução Humana, considerando as particularidades de cada paciente.

Exames de avaliação endometrial

Alguns dos exames mais comuns para avaliação endometrial são:

ERA

O teste ERA (Endometrial Receptivity Array) é um exame que analisa a expressão gênica do endométrio para determinar o período de maior receptividade uterina. É realizado por meio de uma biópsia endometrial, geralmente no ciclo anterior ao da transferência embrionária.

Essa avaliação endometrial é especialmente recomendada para pacientes que tiveram falhas repetidas de implantação, pois permite personalizar o momento da transferência embrionária, aumentando as chances de sucesso.

EMMA

O teste EMMA (Endometrial Microbiome Metagenomic Analysis) avalia a composição da microbiota endometrial, identificando a presença de bactérias benéficas e patogênicas. É realizado através de uma biópsia endometrial e auxilia na detecção de desequilíbrios microbianos que podem afetar a fertilidade.

Com base nos resultados, é possível implementar tratamentos específicos, como o uso de probióticos ou antibióticos, para restaurar a saúde endometrial e melhorar as chances de gravidez.

ALICE

O teste ALICE (Analysis of Infectious Chronic Endometritis) analisa a presença de endometrite crônica, uma inflamação do endométrio que pode ser causada por infecções bacterianas. Assim como os testes anteriores, é realizado a partir de uma biópsia endometrial.

A identificação e o tratamento adequado dessa condição são essenciais, pois a endometrite crônica pode levar a falhas de implantação e abortos recorrentes.

Quando a avaliação endometrial é indicada?

A avaliação endometrial é uma ferramenta valiosa para mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar ou que apresentam perdas gestacionais recorrentes. Os testes permitem a identificação de fatores que podem estar impedindo uma gestação bem-sucedida e orientam intervenções específicas para melhorar a receptividade uterina.

As principais indicações para a avaliação endometrial incluem:

  • Falhas repetidas de implantação em tratamentos de FIV;
  • Histórico de abortos espontâneos;
  • Suspeita de endometrite crônica;
  • Alterações na microbiota endometrial;
  • Preparação para tratamentos de Reprodução Assistida.

A avaliação endometrial é um passo importante na investigação da infertilidade feminina e na otimização dos tratamentos de Reprodução Assistida. Por meio de exames específicos, é possível identificar e tratar condições que afetam a receptividade uterina, aumentando as chances de uma gestação bem-sucedida. É essencial que essa avaliação seja conduzida por profissionais especializados, garantindo um diagnóstico preciso e um plano terapêutico adequado às necessidades de cada paciente.

Fontes:

Associação Brasileira de Reprodução Assistida

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