Protocolo conhecido como mínimo estímulo ovariano (MEO) utiliza menor dosagem de hormônios na etapa de estimulação ovariana
Dentre as técnicas de Reprodução Humana Assistida, a Fertilização in Vitro é a que apresenta as mais altas taxas de sucesso. O procedimento é composto por diferentes etapas, que envolvem a estimulação ovariana, coleta de óvulos e espermatozoides, fertilização e transferência embrionária.
A FIV permite a realização de alguns protocolos diferentes que podem se adequar às particularidades de cada caso e um deles é justamente a mini-FIV. O método é bastante semelhante à FIV tradicional, inclusive em relação aos índices de sucesso para a tão sonhada gravidez, e apresenta diversos benefícios quando bem indicada.
O que é a mini-FIV?
A mini-FIV, também conhecida como mínimo estímulo ovariano (MEO), é uma versão simplificada da Fertilização in Vitro, que consiste em administrar doses menores de hormônios na etapa de estimulação ovariana. O objetivo é produzir menos óvulos por ciclo (de 1 a 4, no máximo), porém com melhor qualidade, para deixar o tratamento mais simples e acessível.
Por utilizar uma quantidade menor de medicamentos, esse protocolo reduz os efeitos colaterais decorrentes do estímulo do crescimento dos folículos ovarianos, bem como os custos do tratamento.
Como funciona a mini-FIV?
A mini-FIV segue o mesmo processo da FIV convencional, a diferença está na etapa de estimulação ovariana, que é mais leve. Entenda o passo a passo desse protocolo a seguir:
Estimulação ovariana leve
Na mini-FIV, são administradas doses menores de hormônios com poucas injeções para estimular os ovários a desenvolverem menos folículos, que podem ser combinados com medicamentos orais. O mínimo estímulo ovariano aproveita a produção hormonal endógena (produzida pelo próprio organismo da mulher) para promover o desenvolvimento dos folículos.
Coleta e fertilização dos óvulos
Quando os folículos atingem o tamanho ideal, é realizada a punção ovariana para a aspiração dos óvulos. Em seguida, eles são fertilizados com os espermatozoides em laboratório. Esta etapa pode ser realizada de modo convencional, no qual os gametas são colocados em uma placa para que ocorra a fertilização, ou por meio da ICSI, injeção intracitoplasmática de um único espermatozoide no óvulo.
Transferência embrionária
Após a fertilização e o desenvolvimento dos embriões, os melhores são selecionados para a transferência ao útero. O procedimento é simples, indolor e não requer nenhum tipo de sedação ou anestesia.
Para quem a mini-FIV é indicada?
Dadas as características da mini-FIV, o procedimento é recomendado para pacientes com baixa reserva ovariana, que já apresentam baixa contagem de folículos nos exames prévios. Nesses casos, doses intensas de hormônios vão estimular uma resposta ovariana baixa, então uma estimulação leve já é suficiente para obter poucos óvulos.
Outras indicações são para:
- Mulheres com mais de 35 anos, quando a reserva ovariana já entra em declínio natural;
- Pacientes que desejam evitar os efeitos colaterais associados à estimulação ovariana pelo uso dos hormônios;
- Casais que preferem um tratamento com custo reduzido devido à menor quantidade de medicação;
- Casais que não querem congelar possíveis embriões excedentes, outro fator que influencia os custos da FIV.
Quais são os benefícios da mini-FIV?
A mini-FIV tem diversas vantagens, mas o maior atrativo para quem está tentando engravidar talvez seja o menor custo, uma vez que o procedimento utiliza uma quantidade reduzida de medicamentos e tende a não formar embriões excedentes que necessitam de congelamento.
Além disso, a mini-FIV tem como benefícios:
- Redução dos efeitos colaterais comuns das medicações indutoras de ovulação, como retenção de líquidos, inchaço, aumento de peso e alterações de humor;
- Menor risco de hiperestimulação ovariana;
- Menor impacto físico e emocional por conta da abordagem mais leve do tratamento;
- Taxas de sucesso semelhantes à da FIV tradicional, quando bem indicada;
- Baixo risco de gestação múltipla.
Mini-FIV e FIV tradicional: qual a diferença?
Conforme vimos, a principal diferença entre a mini-FIV e a FIV convencional está na quantidade de hormônios administrados na etapa de estimulação ovariana e na resposta esperada dos ovários.
Na FIV tradicional, o objetivo é coletar o maior número possível de óvulos, o que exige doses elevadas de hormônios e maior monitoramento. Já na mini-FIV, a proposta é obter menos óvulos por ciclo com menor intervenção medicamentosa, mas espera-se que tenham melhor qualidade.
As doses de medicamentos na mini-FIV são administradas com poucas injeções e reguladas de acordo com a resposta apresentada pelo organismo da paciente. Isso diminui a incidência dos efeitos colaterais e torna o tratamento mais acessível financeiramente.
Em termos de eficácia, a mini-FIV pode ter taxas de sucesso semelhantes à técnica tradicional, especialmente quando bem indicada. Por isso, a escolha entre uma e outra deve ser feita com base na avaliação individual de cada paciente, considerando fatores, como idade, reserva ovariana, histórico reprodutivo e preferências pessoais.
Para saber mais sobre como a mini-FIV funciona, entre em contato e agende uma consulta com a BedMed.
Fontes: