A decisão de quantos embriões devem ser transferidos na FIV deve considerar as particularidades de cada casal e seguir as diretrizes da resolução normativa do CFM
A Fertilização in Vitro (FIV) é um procedimento altamente tecnológico e que envolve o sonho da maternidade e paternidade. Portanto, todas as decisões devem ser tomadas em conjunto entre a equipe médica e os pacientes, bem como devem obedecer às regras e diretrizes de saúde instituídas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Nesse sentido, uma das principais dúvidas para os casais é se o melhor é transferir 1 ou 2 embriões. Embora não exista uma resposta exata para essa pergunta, algumas variáveis devem ser consideradas, conforme será abordado a seguir.
Índice
Transferir mais de um embrião aumenta a chance de gravidez?
Não há um consenso médico de que a transferência de mais embriões em uma única transferência embrionária melhore efetivamente a probabilidade de engravidar. É fundamental ter em mente que o sucesso do procedimento não depende apenas de transferir 1 ou 2 embriões, pois outros fatores têm grande influência nessa probabilidade, tais como a idade materna, a qualidade do embrião e as técnicas utilizadas.
Quando o casal opta pela transferência de mais de um embrião, ele deve estar ciente que está se sujeitando a um risco aumentado para gemelaridade.
O que influencia na hora de decidir o número de embriões transferidos?
Para decidir se a melhor opção para a mulher é transferir 1 ou 2 embriões, é preciso considerar a qualidade do blastocisto (embrião em quinto ao sétimo dia de desenvolvimento) que será transferido, bem como os fatores maternos (em especial, a idade).
Qualidade do embrião:
Transferir o embrião no quinto dia após a fecundação (D5) em vez de no terceiro dia é uma forma de aumentar as chances de implantação. Portanto, nesses casos recomenda-se a transferência única para evitar gestação múltipla.
Idade materna:
Com relação à idade materna, o CFM limita a quantidade de embriões conforme a faixa etária, visto que na idade mais avançada as chances de implantação são menores. Os detalhes serão explicados mais à frente.
Quando optar pela transferência de um único embrião?
Não existe, hoje, um protocolo exato que defina quem deve receber um único embrião, mas é comum que mulheres mais novas e que estejam fazendo o procedimento pela primeira vez transfiram um único embrião no começo do tratamento.
Quais são as regras sobre a transferência de embriões no Brasil?
Com relação à idade materna, o CFM, por meio da resolução n. 2.294, de 27 de maio de 2021, orienta:
- Até 37 anos: transferir até 2 embriões;
- Acima dos 37 anos: transferir até 3 embriões;
- Caso se identifique euploidia (material cromossômico embrionário sem alterações na análise genética obtida por meio da biópsia pré-implantação): até 2 embriões, independentemente de idade da paciente;
- Se o ovócito for de uma doadora, deve-se considerar a idade dela no momento da coleta dos óvulos.
Qual é a relação entre o número de embriões transferidos e as chances para engravidar?
A relação entre o número de embriões transferidos e as chances para engravidar não é diretamente proporcional, visto que diversos fatores podem influenciar esse processo. Além disso, quanto mais embriões forem transferidos, maiores são as chances de gestação múltipla, o que pode representar riscos à saúde da mãe e dos bebês. Por isso, é importante passar em consulta e escutar as orientações do médico especialista em Reprodução Humana e respeitar o limite de transferência de embriões estabelecido pelo CFM.
Como acontece o processo de transferência embrionária?
O processo de transferência embrionária não necessita de sedação e gera apenas um leve incômodo à mulher, sendo similar ao exame de Papanicolaou. Para transferir 1 ou 2 embriões, o médico é guiado pela ultrassonografia pélvica, que permite visualizar o melhor local dentro da cavidade uterina para efetuar a transferência embrionária.
Qual é a importância da transferência embrionária na FIV?
A transferência embrionária é a etapa final de todo o processo de FIV. É quando o embrião, que foi fertilizado em laboratório, é inserido no útero materno para que possa se implantar no endométrio e ali se desenvolver. Portanto, essa é uma etapa fundamental para uma gestação efetiva, independentemente da escolha de transferir 1 ou 2 embriões.
Como o DNA e o histórico materno influenciam nas chances de gravidez?
Os fatores maternos têm grande influência nas chances de gravidez por FIV, até mais do que a decisão de transferir 1 ou 2 embriões. Isso porque é preciso que a cavidade uterina e o sistema endócrino da mulher estejam preparados para receber o embrião e ajudá-lo a se desenvolver.
Dentre os principais fatores maternos que influenciam nas chances de gravidez estão a idade materna, avaliação da reserva ovariana, cirurgias uterinas prévias e malformações anatômicas.
Fontes: