A descoberta da gestação, além de promover muita alegria, acaba por gerar algumas preocupações. Dentre as mais comuns está o sangramento na gravidez, que segundo o ginecologista e obstetra da Clínica Ginecológica BedMed, Dr. Giuliano Bedoschi, ocorre em uma a cada quatro gestantes.
Por mais que o sangramento na gravidez possa ser assustador, é importante frisar às gestantes que nem sempre isso significa risco ao bebê. O importante é ter o auxílio de um médico obstetra de confiança e sempre relatar situações como esta.
Só o médico obstetra é capaz de avaliar se o sangramento vaginal não apresenta riscos ou precisa de alguma intervenção. Saiba mais detalhes sobre essa condição e como proceder em cada uma delas.
Índice
Sangramento na gravidez é grave?
A ocorrência de sangramento na gravidez, como mencionado, pode não ser sinal de risco, mas requer atenção. O Dr. Giuliano Bedoschi divide a situação em dois momentos distintos:
1º – sangramento no início da gestação (sangramento de primeiro trimestre gestacional);
2º – sangramento na fase final da gravidez.
Sangramento no início da gravidez
Sangrar na gestação em fase inicial pode ser considerado algo normal ao organismo e, segundo o Dr. Bedoschi, essa ocorrência é denominada de sangramento de implantação. Para que ocorra o desenvolvimento normal do saco gestacional, ele deve se aderir ao endométrio e esse processo pode causar uma descamação no local, resultando em um sangramento na gravidez, só que benigno e autolimitado.
Em contrapartida, outras situações podem levar ao sangramento na gestação, sendo elas:
- Gravidez ectópica;
- Gravidez não evolutiva;
- Gravidez molar;
- Hematoma retrocoriônico;
- Ameaça de abortamento.
Essas situações são consideradas de maior risco, em especial, a gravidez ectópica, que é a gestação que se implanta fora do útero. Ao invés do saco gestacional se implantar no interior do útero, ele se aloja em uma das tubas uterinas, resultando no futuro rompimento da mesma e no sangramento anormal na gravidez.
Esse caso demanda intervenção de urgência, para evitar riscos à saúde da mulher e afetar, ou até mesmo impossibilitar, uma futura gestação.
A gravidez não evolutiva e a molar, ambas sem condições de progredir, também causam sangramento na gravidez e demandam atenção por parte do médico obstetra que faz o seguimento pré-natal da gestante.
É importante ressaltar que o normal é que não ocorra nenhum tipo de sangramento na gestação e, quando isso ocorre, o médico deve ser notificado para averiguar o que está ocorrendo e impedir qualquer possível complicação.
O hematoma retrocoriônico acomete as gestações com grande frequência e, felizmente, em grande parte dos casos, ele tende a regredir após adequado repouso físico e sexual associado ao uso de progesterona por via oral ou por via vaginal. Os hematomas de grande volume devem ser considerados de maior risco, por isso, determinam avaliação mais rigorosa e, em alguns casos, internação hospitalar.
Sangramento na gestação: quais são os riscos na fase final?
No final da gravidez algumas situações podem colaborar para que ocorra o sangramento vaginal, sendo que esse período demanda um pouco mais de atenção por parte da gestante e do médico obstetra.
O médico obstetra da Clínica Ginecológica BedMed, Dr. Giuliano Bedoschi, explica que com a proximidade do parto, complicações envolvendo a placenta podem ocorrer, o que demanda atendimento emergencial.
No caso das complicações com a placenta, que resultam em sangramento na gestação, devemos dar destaque ao descolamento placentário e à hemorragia. Esse quadro geralmente promove sangramento vaginal de coloração escurecida, aumento da contratilidade uterina e dor abdominal súbita e intensa. É uma emergência obstétrica e precisa de uma avaliação imediata após o surgimento dos sintomas.
Outra situação relativa à placenta que pode resultar em sangramento na gestação é a placenta prévia, ou seja, a aderência anormal do sítio placentário junto ao orifício interno do colo do útero. Esse quadro promove um sangramento vaginal aumentado, de coloração vermelho viva e, geralmente, é indolor.
As duas situações mencionadas podem ser identificadas por meio do exame clínico e, em casos especiais, por meio da realização da ultrassonografia obstétrica e demandam atenção por parte do médico obstetra e da gestante.
Na reta final da gestação, entre a 37ª até a 40ª semana, o sangramento na gravidez pode ocorrer devido às contrações uterinas, sendo considerado algo corriqueiro, já que o organismo se prepara para o momento do parto. Obviamente que qualquer situação acima mencionada deve ser relatada ao médico obstetra e vista como um sinal de alerta, mas não como sinal de desespero.
Como mencionado, o sangramento na gravidez pode indicar possíveis complicações e deve sempre ser relatado para o médico que faz o acompanhamento pré-natal. Caso ele não esteja disponível, é sempre importante procurar por atendimento em hospital que apresenta pronto-socorro de Obstetrícia.
Fontes:
Dr. Giuliano Bedoschi;