HPV é uma sigla em inglês que representa o papiloma vírus humano. Esse vírus é transmitido principalmente por via sexual e apresenta alta prevalência em nossa população.
Após a sua transmissão, ele tende a promover diversas alterações nas células da pessoa infectada, aumentando o risco do surgimento de lesões, sendo mais características na região da genitália.
A maioria dessas lesões apresenta caráter benigno (verrugas denominadas de condilomas), porém existe uma porcentagem significativa delas que podem evoluir para lesões cancerígenas, caso não sejam tratadas adequadamente.
De acordo com estudos recentes, existem mais de 150 subtipos diferentes de vírus, sendo que 40 deles acometem exclusivamente a região da genitália.
Muitas publicações científicas já conseguiram correlacionar a infecção por determinados subtipos de vírus HPV (chamados de HPV de alto grau ou do grupo B) com o surgimento de doenças cancerígenas, sendo as principais:
- Câncer de colo do útero;
- Câncer de vagina;
- Câncer de vulva;
- Câncer anal.
O mais preocupante é que cerca de 60% da população mundial é contaminada pelo HPV, sendo que a maioria dos infectados não apresenta qualquer tipo de sintoma.
Por culpa disso, a disseminação do vírus tende a ser mais intensa, apresentando uma maior incidência em mulheres jovens e com histórico de múltiplos parceiros sexuais.
Índice
Quais são os tipos de ação do vírus HPV?
Como mencionado anteriormente, existem 40 subtipos diferentes do papiloma vírus humano que acometem a região da genitália. Esses vírus podem ser divididos da seguinte forma, a depender do seu mecanismo de ação:
- HPV de baixo grau (ou do grupo A): geram lesões benignas na região da genitália, conhecidas como verrugas genitais ou condilomas entre os médicos ginecologistas e especialistas da área. Essas verrugas raramente evoluem para algum tipo de câncer, proporcionando apenas uma modificação estética na genitália da paciente. Essas lesões podem ser tratadas por meio de aplicação de ácido tricloroacético (ATA), imunomoduladores tópicos, cauterização, crioterapia ou cirurgias para remoção.
- HPV de alto grau (ou do grupo B): são os vírus que merecem mais atenção, pois promovem lesões celulares que têm maior risco de evoluir para um câncer. Essa transformação maligna geralmente demora anos para acontecer e ocorre principalmente em pacientes que não realizam o exame preventivo rotineiramente. Por meio do Papanicolaou é possível detectar essas lesões nos estágios iniciais, sendo viável a realização de diversos tratamentos que impedem a progressão da doença.
Apesar de todos fazerem parte da mesma “família”, os vírus de alto e baixo grau apresentam material genético diferente, por isso possuem efeitos distintos no organismo da paciente.
Entretanto, é importante ressaltar que a forma de transmissão permanece sendo a mesma e se dá por meio do contato direto com a pele ou, mais frequentemente, por meio da relação sexual.
Como prevenir a infecção pelo HPV?
Como a principal forma de transmissão do HPV ocorre por meio da relação sexual, a melhor maneira de prevenir essa infecção, assim como outras doenças sexualmente transmissíveis, é utilizando preservativos.
Vale lembrar que essa medida auxilia na redução da infecção, porém não é 100% eficaz, tendo em vista que o vírus pode gerar lesões na própria pele da região genital.
Além disso, há cerca de 10 anos foi elaborada uma vacina que protege contra os quatro principais tipos de HPV, descritos abaixo:
- Tipo 6;
- Tipo 11;
- Tipo 16;
- Tipo 18.
Essa vacina é recomendada, principalmente, para pacientes na faixa etária dos 9 aos 26 anos de idade (pode ser administrada em pacientes fora dessa faixa etária também) e deve ser aplicada em um regime de três doses, que são administradas em tempos diferentes umas das outras, sendo a segunda aplicada dois meses após a primeira e a última após seis meses. Ela pode apresentar eficácia de até 100% se aplicada antes da primeira relação sexual.
Pessoas que já foram acometidas pelo vírus HPV ou tiveram contato íntimo com portadores do vírus também podem e devem ser vacinadas, visto que ela previne mais de um tipo do vírus. Contudo, mesmo após a aplicação da vacina, é fundamental utilizar preservativos em todas as relações sexuais.
Sempre que uma pessoa notar qualquer alteração na região genital, seja o aparecimento de verrugas, ardência ou outras mudanças, é essencial buscar a avaliação de um especialista em ginecologia, além de realizar periodicamente os exames ginecológicos de rotina.