A maioria das gestantes tem o desejo de retomar as características físicas prévias do seu corpo logo após o término da gravidez, porém muitas delas acabam apresentando algumas dificuldades.
Esse problema pode ser em decorrência do aumento excessivo de peso durante o período gestacional, que promove um acúmulo exagerado de gordura na região abdominal e o aparecimento de estrias, ou até mesmo devido ao surgimento de uma alteração muito comentada atualmente que é a diástase da musculatura abdominal.
Diástase é uma palavra de origem grega que significa “separação”. No caso da diástase da musculatura reto abdominal, essa separação ocorre entre as duas porções do músculo mais superficial da parede abdominal, chamado de músculo reto abdominal.
Normalmente, essas duas porções se comunicam por meio de um tecido fibroso denominado linha alba, entretanto, devido ao próprio processo da gravidez, algumas mulheres apresentam uma fragilidade desse tecido que, com o auxílio do aumento da pressão abdominal (em decorrência do aumento do útero na gravidez), geram uma separação anormal das porções musculares.
Esse distúrbio é mais comumente observado durante a gravidez, o qual atinge cerca de 30% das pacientes (em graus variáveis), porém também pode acometer pacientes obesos que perderam peso de uma forma muito abrupta, pacientes com distúrbios na produção do colágeno, pacientes portadores de doenças pulmonares crônicas, tabagistas ou até mesmo portadores de diabetes mellitus.
Vale lembrar que na gravidez essa porcentagem tende a aumentar conforme maior for a paridade da gestante, ou seja, essa afecção é mais comum na segunda ou terceira gestação.
O diagnóstico da diástase da musculatura reto abdominal é feito por meio de um exame físico que geralmente constata uma separação entre os músculos reto abdominais maior do que 2,0 cm.
Selecionamos um vídeo bem interessante que aborda o assunto de uma forma geral:
A prevenção dessa enfermidade pode ser realizada por meio de exercícios físicos que proporcionem um enrijecimento da musculatura e promovem uma melhora na postura da paciente.
É fundamental que esse tipo de condicionamento físico seja feito por meio da assistência de profissionais capacitados, tais como educadores físicos ou fisioterapeutas.
Além disso, é essencial que a paciente controle o seu peso durante todo o período da gravidez – pacientes com índice de massa corpórea normal devem ganhar em média cerca de 8-12 kg durante toda a gravidez – e evite o tabagismo.
Infelizmente, nem sempre é possível impedir essa disfunção realizando as práticas previamente citadas. Neste caso é possível realizar o tratamento conservador ou até mesmo cirúrgico após o período da gravidez.
Índice
Tratamento conservador:
Esse tipo de tratamento é realizado por meio da orientação de dieta e exercício físico ou com a adoção de medidas auxiliares, tais como a utilização de cinta abdominal ou faixa de barriga. Geralmente é o tratamento mais utilizado nos casos da diástase da musculatura reto abdominal.
Tanto a cinta abdominal quanto a faixa de barriga ajudam a “apertar” os músculos abdominais tentando retomar o seu estado considerado normal.
Não é aconselhável utiliza-las durante a gestação, apenas se for recomendado pelo seu obstetra responsável, sendo fundamental seguir suas prescrições.
Os exercícios físicos, como por exemplo, o exercício de Kegel, também ajudam na reestruturação e tonificação dos músculos da parede abdominal e do assoalho pélvico. Vale lembrar que esses exercícios devem sempre ser orientados por um profissional qualificado.
Tratamento cirúrgico:
A abdominoplastia é a cirurgia mais indicada para reverter esse quadro. Essa cirurgia tem como finalidade remover o excesso de gordura e pele localizadas na região inferior do abdome e restaurar os músculos enfraquecidos ou separados, criando um perfil abdominal mais suave e tonificado.
Para realizá-la é importante que a paciente converse bastante com seu cirurgião sobre todos os cuidados pré e pós-operatório que devem ser tomados.
Esse procedimento cirúrgico não é simples e demanda uma equipe especializada, sendo recomendado como último recurso disponível para o tratamento dessa afecção.
Toda cirurgia pode apresentar diversas complicações, tais como: aumento do risco de hemorragias, aumento do risco de trombose venosa ou embolia pulmonar, risco de infecção hospitalar ou hematomas na região abdominal, dentre tantos outros.
Todas as medidas devem ser conversadas e esclarecidas com o médico responsável, o qual indicará o melhor tratamento para o seu caso.
Quais são as recomendações pós-tratamento da diástase?
É importante ressaltar que cada caso deve ser analisado de forma individualizada e que cada paciente apresenta um período de recuperação diferente. Às vezes a musculatura pode demorar mais tempo para tonificar e, consequentemente, a recuperação pode ser mais lenta.
De modo geral, as principais recomendações são:
- Evitar esforço físico por um período de 40 dias após o parto/cirurgia;
- Não se expor ao sol ou friagem, por um período mínimo de duas semanas;
- Não molhar os curativos, mantendo-os sempre limpos e secos;
- Dormir de barriga para cima durante um período de duas a três semanas;
- Utilizar modelador adequado e confortável;
- Levantar-se e permanecer sentada de acordo com o recomendado pelo médico;
- Evitar subir escadas ou carregar peso excessivo.
A diástase não é um problema considerado grave, mas pode ser extremamente desconfortável para a mulher devido às possíveis alterações estéticas e funcionais.
Por isso, é importante ficar em contato frequente com seu obstetra, recorrer ao tratamento indicado o quanto antes e seguir rigorosamente a prescrição do especialista, zelando sempre pela sua saúde.