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Quais são os riscos da incompetência istmo-cervical?

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Quais são os riscos da incompetência istmo-cervical?

Imagem: Shutterstock

O colo do útero é uma estrutura anatômica uterina que faz a comunicação entre o corpo do útero e o canal vaginal. Quando a mulher não está grávida, o colo uterino apenas se dilata durante o processo de menstruação, permitindo a exteriorização do sangue menstrual. Durante uma gravidez normal, o colo do útero permanece fechado até o final da gravidez. No processo de trabalho de parto, o colo uterino começa a amolecer, afinar e dilatar, se preparando para a passagem do bebê durante o nascimento.

Infelizmente, existem alguns casos de incompetência istmo-cervical (IIC), que ocorre quando o colo uterino é incapaz de manter a gravidez até o final, pois é mais “fraco” do que o normal. Essa fragilidade faz com que o colo dilate e afine apenas com o peso do bebê, sem que haja a contração uterina, podendo ocasionar o parto prematuro ou até mesmo o abortamento tardio (perda gestacional entre 12 a 20 semanas de gestação).

Contudo, apesar de ser uma gravidez de alto risco, é importante que a futura mamãe esteja sempre em contato com seu obstetra, pois quando o problema é descoberto com antecedência, é possível tomar medidas que ajudam a evitar os riscos citados.

Quem corre risco de ter incompetência istmo-cervical?

A enfermidade acomete apenas 1% das gestantes e entre os principais fatores de risco para essa alteração estão:

  • Mulheres que já fizeram curetagem uterina;
  • Mulheres que já fizeram cirurgias uterinas anteriormente;
  • Gravidez gemelar;
  • Mulheres que já sofreram aborto espontâneo no segundo trimestre sem causa aparente;
  • Pacientes submetidas a um procedimento para retirada de lesões pré-cancerosas no colo do útero.

É indicado que as mulheres que já sofreram abortos tardios conversem com o seu ginecologista para investigar possíveis causas do abortamento antes de tentarem engravidar novamente. Caso a incompetência istmo-cervical seja detectada, é fundamental que o obstetra realize o acompanhamento ultrassonográfico da medida de colo uterino (feito de preferência por via vaginal). A capacidade de predizer a ocorrência desse tipo de alteração possibilita intervenções precoces no sentido de evitar desfechos desfavoráveis.

Quais são os sintomas da incompetência istmo-cervical?

Os sintomas são mais frequentes no segundo trimestre da gravidez, porém muitas vezes não são percebidos. Os mais comuns são:

  • Dilatação prematura e indolor do colo do útero;
  • Abortos tardios;
  • Sangramento vaginal;
  • Sensação de peso no canal vaginal;
  • Ruptura prematura da bolsa com perda de líquido amniótico pelo canal vaginal.

Infelizmente essa alteração tende a ser diagnosticada tardiamente e, por isso, é importante que a paciente realize consultas periódicas na clínica ginecológica. Dessa forma, é possível que o obstetra acompanhe o desenvolvimento do colo do útero, podendo identificar possíveis problemas futuros.

Como é possível diagnosticar o encurtamento do colo do útero?

Os possíveis exames que podem ser realizados para identificar o encurtamento do colo uterino antes da gestação são:

Histerossalpingografia

É um exame de imagem que serve para avaliar a anatomia do útero e das tubas uterinas. Geralmente é solicitado nos casos de infertilidade conjugal. Baseia-se na introdução de contraste por uma sonda alocada dentro do colo do útero. Por meio de um aparelho de raio-X são feitas diversas imagens da cavidade uterina, avaliando de forma minuciosa o enchimento e a morfologia do útero. A finalidade é verificar as condições anatômicas dos órgãos reprodutores femininos: útero e tubas. Geralmente nos casos de encurtamento do colo uterino é possível identificar o canal cervical dilatado em forma de funil ou em tonel, praticamente incorporando-se à cavidade uterina;

Prova da Vela de Hegar número 8

É uma ferramenta muito utilizada para detectar dilatação anormal do colo uterino. Deve ser realizada antes da gestação como forma de rastreamento de incompetência istmo-cervical nos casos duvidosos. A passagem dessa vela pelo orifício interno do colo uterino, sem apresentar resistência, pode fechar o diagnóstico dessa alteração.

Ultrassonografia

O acompanhamento do colo do útero por meio da ultrassonografia transvaginal durante a gravidez é o exame mais indicado para o diagnóstico da enfermidade. O exame é indolor e não transmite radiação para o bebê, sendo que, portanto, não apresenta nenhuma contraindicação. O seu principal objetivo é analisar o comprimento e a morfologia do colo do útero, permitindo uma detecção precoce dessa alteração. A assistência deve ser feita durante toda a gestação, principalmente entre a 18ª e 26ª semanas, as quais têm maiores índices de ocorrência do parto prematuro em portadores da IIC.

Existem muitos tratamentos eficazes para a incompetência istmo-cervical e cabe ao ginecologista, em conversa com a paciente, definir qual é a melhor opção para o caso.

Existe tratamento para a incompetência istmo-cervical?

cerclagem

Não há um tratamento definitivo para a enfermidade, mas há tratamentos que podem evitar as suas complicações, dentre elas principalmente a prematuridade. O procedimento mais utilizado atualmente é a cerclagem uterina, que consiste em um procedimento cirúrgico realizado durante a gravidez que tem como finalidade costurar o colo do útero a fim de mantê-lo fechado até que a gravidez se complete.

A cirurgia é feita com anestesia e dura cerca de 20 minutos. Após o procedimento é importante que a gestante fique em repouso e evite manter relações sexuais no período indicado pelo profissional. Essas medidas são tomadas baseadas em condutas de medicina baseada em evidências, porém não existe nenhum estudo randomizado que demonstre benefício no repouso domiciliar.

É provável que o médico receite medicamentos para evitar infecções ou parto prematuro, como por exemplo, a progesterona (que pode ser administrada por via oral ou vaginal). Em contrapartida, a gestante deve manter a cerclagem até a 37ª semana de gravidez, quando serão retirados os pontos. A partir daí, deve aguardar o início do trabalho de parto espontâneo.

Apesar de não ser comprovado que permanecer na horizontal impeça o rompimento do colo do útero, essa conduta é muitas vezes indicada para aliviar a pressão exercida pelo bebê sobre o colo uterino.

Riscos da cerclagem

Ainda há controversas sobre o tratamento realizado. Alguns especialistas alegam que além de não funcionar, a cerclagem pode aumentar o risco de possíveis infecções. Médicos e cientistas ainda estudam sobre o procedimento para verificar se os benefícios superam os malefícios do tratamento. Muitas vezes, alguns médicos optam pela introdução do pessário vaginal.

A prática não é indicada para mulheres que têm bolsa rota, colo muito esvaecido, hemorragia uterina, anomalias fetais graves ou atividade contrátil uterina.

Para as mulheres que já têm ciência sobre a doença é importante conversar muito com o ginecologista antes de engravidar. Em qualquer situação é imprescindível que a futura mamãe realize todos os exames indicados pelo médico evitando, dessa forma, problemas futuros.

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