Índice:
- Quais são as principais funções do líquido amniótico?
- Quais são as condições de normalidade do líquido amniótico?
- Quais são os possíveis tratamentos das variações no líquido amniótico?
Você sabia que o líquido amniótico surge logo na fase embrionária, ou seja, assim que ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozoide? Ele tem papel fundamental para o desenvolvimento e proteção do bebê durante todo o período gestacional, tanto que 12 dias após a concepção se forma o saco gestacional, responsável por preservar o líquido e proteger o feto durante os nove meses da gestação.
Entretanto, alguns fatores podem fazer com que a quantidade de líquido amniótico se altere — aumentando ou diminuindo a quantidade do mesmo — durante a gestação, o que faz com que seja necessária a intensificação dos cuidados no seguimento pré-natal.
Os dois casos, denominados de oligoâmnio (redução acentuada de líquido amniótico) e polidrâmnio (aumento acentuado de líquido amniótico), devem ser acompanhados de perto, pois podem ocasionar o parto prematuro, além de representar riscos à saúde do bebê e da gestante.
Para ajudar as gestantes e as tentantes que querem saber tudo sobre os principais cuidados durante a gravidez, os médicos ginecologistas e obstetras da clínica BedMed falam sobre as principais causas da alteração do líquido amniótico na gravidez. Confira:
Índice
Quais são as principais funções do líquido amniótico?
Dentre as principais funções do líquido, destacam-se a proteção e o auxílio no desenvolvimento embrionário e fetal. O líquido amniótico protege o bebê contra possíveis choques, traumas, movimentos bruscos ou qualquer impacto que possa ocorrer durante a gravidez, e até mesmo na hora do parto, atuando na proteção contra as contrações uterinas.
Ele atua também na proteção do cordão umbilical, para que o bebê possa receber os nutrientes da mãe de forma adequada e saudável. Nos casos de oligoâmnio, por exemplo, pode ocorrer a compressão do cordão umbilical, dificultando a passagem de sangue para o bebê.
Outra função importantíssima do líquido amniótico é que ele forma uma camada de proteção contra as bactérias, deixando o bebê isolado do ambiente externo e de tais agentes nocivos para sua saúde.
A proteção do líquido amniótico também é importante para o desenvolvimento fetal dos sistemas pulmonar, digestivo, ósseo e muscular enquanto ainda está no útero materno, além de manter a temperatura ideal e constante do local, envolvendo o bebê, sem restringir os seus movimentos.
Quais são as condições de normalidade do líquido amniótico?
É considerado fundamental, durante todo o período gestacional, avaliar as características e o volume do líquido amniótico no interior do saco gestacional. Desta forma, o médico consegue garantir uma situação de normalidade para o bebê e para a mamãe.
Durante o período gestacional, o líquido amniótico aumenta seu volume, aproximadamente até a 36.ª ou 37.ª semana chegando até 800 a 1.000 ml. Após o decorrer destas semanas, é normal que ele vá reduzindo lentamente até o momento do parto. Logo, com o passar das semanas é necessário que ele apresente os seguintes volumes:
- 16º semana – 250 ml;
- 28º semana – 800 ml;
- 34º semana – 1.000 ml;
- 40º semana – 800 ml.
Esse acompanhamento e avaliação do volume do líquido amniótico é realizado por meio do exame de ultrassonografia. Esse exame identifica o Índice de Líquido Amniótico (I.L.A.), possuindo uma variação da normalidade entre 8 a 18 cm. Logo, é durante os exames mensais que o ginecologista obstetra identificará o desenvolmimento do quadro de oligoâmnio (I.L.A. menor do que 5 cm) e polidrâmnio (I.L.A. maior do que 25 cm).
Quais são as principais causas das alterações nos valores do líquido amniótico?
O I.L.A. sendo acompanhado durante a gravidez poderá detectar possíveis alterações, descritas a seguir:
Oligoâmnio: se caracteriza pela redução de líquido amniótico (I.L.A. abaixo de 5 cm). As principais causas de oligoâmnio são: hipertensão gestacional de difícil controle, problemas placentários, uso de determinadas medicações (por exemplo: anti-inflamatórios), desidratação materna, ruptura prematura das membranas ovulares (“ruptura da bolsa”) ou problemas nos rins do bebê (por exemplo: agenesia renal).
O oligoâmnio pode resultar em problemas no desenvolvimento do bebê, de suas funções musculares, pulmonares e circulatórias, promovendo um risco aumentado de sofrimento para o bebê. Muitas vezes, o médico obstetra pode optar por antecipar o nascimento para evitar potenciais riscos à saúde da criança.
Polidrâmnio: se caracteriza pelo aumento do líquido amniótico (I.L.A. acima de 25 cm). As principais causas de polidrâmnio são: diabetes gestacional descompensada, ingestão excessiva de líquidos durante a gravidez, infecção materna pelo parvovírus B19 ou pelo citomegalovírus ou problemas no trato digestivo do bebê (por exemplo: atresia de esôfago).
O polidrâmnio pode acarretar em partos prematuros devido à sobredistensão das fibras musculares uterinas, promovendo um potencial excitatório aumentado para o surgimento das contrações, ou até mesmo pelo risco aumentado de ruptura das membranas ovulares. Dessa forma, a depender da idade gestacional em que ocorre o parto prematuro, o bebê pode apresentar desconforto respiratório ao nascimento devido à imaturidade de seu sistema pulmonar.
Nos dois casos é importante resaltar que o diagnóstico seja feito de maneira precoce, possibilitando ao médico que faz o acompanhamento pré-natal da gestante adotar procedimentos para normalizar tais alterações no volume do líquido amniótico.
Quais são os possíveis tratamentos das variações no líquido amniótico?
Nas situações em que são identificadas doenças maternas, como no caso do oligoâmnio causado pela hipertensão, por exemplo, o tratamento é focado na patologia da gestante. É sugerido ainda que a gestante beba bastante água (mais de 2 litros por dia) e fique de repouso. Nos casos mais extremos, o médico poderá optar pela internação hospitalar para controle de infecção e vitalidade fetal ou, até mesmo, decidir por realizar o parto de maneira prematura.
Nos casos de polidrâmnio, o médico poderá orientar a gestante a diminuir a ingestão de líquidos e prescrever medicações. Existe ainda o procedimento de punção do líquido amniótico, porém é feito apenas em casos extremos (casos em que o aumento do líquido amniótico cause extremo desconforto respiratório para a gestante). Por isso, o acompanhamento do pré-natal é extremamente fundamental para a saúde da mãe e do bebê!
Fonte: Portal da Saude