Muitas mulheres perguntam se o pólipo endometrial é grave. Para entender melhor sobre esse assunto, levantamos alguns pontos importantes.
Os pólipos são lesões tumorais de pequenas dimensões que ocorrem quando as células da parede interna do útero (chamada de endométrio) crescem de forma excessiva. Esses pólipos se aderem à parede uterina e são identificados no exame histeroscópico como pequenas saliências. Logo, o pólipo endometrial é grave quando afeta diretamente a qualidade de vida da mulher diagnosticada com tal condição.
As causas dessa doença ainda permanecem desconhecidas, mas existe uma grande correlação com um possível desequilíbrio hormonal associado a uma predisposição genética.
A grande maioria dos pólipos é de origem benigna. Portanto, os pólipos que se desenvolvem no interior do endométrio têm poucas chances de se tornarem malignos (o potencial de malignidade tende a ser maior quando o pólipo endometrial se desenvolve após a menopausa).
O pólipo endometrial é grave quando apresenta alguma dor ou desconforto. Na maior parte das vezes, os sinais dessa doença são as cólicas abdominais em baixo ventre e o sangramento uterino anormal, promovendo aumento do fluxo ou da duração da menstruação. Entretanto, mesmo apresentando esses sintomas, a presença do pólipo endometrial não possui um sintoma 100% específico da doença.
Índice
O pólipo endometrial é grave e interfere na gravidez?
Quando uma gravidez não acontece, o endométrio (camada de revestimento interna do útero) é eliminado do corpo por meio da menstruação. Caso existam pólipos no interior da cavidade uterina, essas saliências continuam presas à camada interna do útero, podendo causar dificuldade em engravidar, devido a uma interferência direta no processo de implantação do embrião. Os pólipos são constituídos pelo estroma, que é o tecido conjuntivo que sustenta o útero.
O pólipo endometrial é grave quando gera dificuldade na obtenção da gravidez, pois durante a tentativa do embrião de se fixar na parede interna do útero, os pólipos podem dificultar essa implantação, fazendo com que a gestação não aconteça. É como se existisse uma barreira que impede todo o processo de implantação do embrião dentro da cavidade uterina.
Mesmo não existindo sintomas específicos da doença, vale ficar atenta a alguns sinais que podem indicar a presença do pólipo uterino:
- Período menstrual irregular;
- Sangramento vaginal entre as menstruações;
- Sangramento vaginal após as relações sexuais;
- Dificuldades para engravidar (infertilidade conjugal).
O diagnóstico médico é fundamental para entender a origem do problema. O exame ginecológico e a ultrassonografia transvaginal poderão indicar se existe algum tipo de pólipo endometrial.
Caso haja suspeita de malignidade, é necessário realizar a histeroscopia com biópsia para ter a certeza do diagnóstico. Muitas vezes, nesse mesmo procedimento diagnóstico já é realizado o próprio tratamento cirúrgico, ou seja, a retirada do pólipo (polipectomia histeroscópica).
O pólipo endometrial é grave quando se apresenta como tumor maligno (câncer) e então pode vir a ser necessária a retirada completa do útero (histerectomia). A incidência desses casos é bem baixa, sendo que em 95% dos casos o pólipo tem origem benigna e em apenas 5% dos casos tem origem maligna.
Qual é o tratamento para o pólipo endometrial?
A consulta com o ginecologista é o primeiro passo para identificar se o pólipo endometrial é grave. Se você perceber alterações clínicas, como as citadas anteriormente, busque o auxílio de um profissional de sua confiança para que ele realize os pedidos de exames necessários para identificar o que está acontecendo em seu organismo.
Em alguns casos, o tratamento com medicamentos hormonais, tais como a progesterona, é recomendado para reduzir o tamanho do pólipo ou impedir o seu crescimento.
Quando o caso envolve a tentativa de gravidez e há uma dificuldade em obter a gravidez espontânea por culpa dos pólipos, o médico poderá realizar a histeroscopia. Nesse procedimento, ele insere um instrumento por meio do canal vaginal até o interior da cavidade uterina, para obter uma visualização direta do pólipo e realizar a sua retirada cirúrgica (polipectomia).
Esse procedimento é realizado em ambiente hospitalar e tem uma duração de cerca de trinta minutos a uma hora, variando conforme a quantidade e o tamanho dos pólipos existentes. Na histeroscopia é realizada anestesia geral e a paciente tende a receber alta hospitalar no mesmo dia, não precisando ficar internada no hospital após a realização do procedimento.
Mesmo com uma recuperação rápida, é necessário ter alguns cuidados especiais no período pós-operatório:
- Evitar relações sexuais ou esforço físico acentuado durante os primeiros quinze dias de recuperação;
- Manter a higiene íntima adequada;
- Usar calcinha de algodão e fazer a troca diariamente;
- Substituir o protetor diário com uma média de 4 a 5 vezes por dia.
Os pólipos endometriais podem voltar?
Há uma frequência extremamente baixa de pacientes que tiveram pólipos endometriais novamente após a realização da polipectomia. Entretanto, é importante manter o acompanhamento ginecológico rotineiro durante toda a vida. Dessa forma, você pode entender melhor sobre o funcionamento do seu próprio organismo e pode entender seu sistema reprodutivo caso tenha intenção de engravidar no futuro.
Hábitos saudáveis, incluindo uma dieta balanceada e a prática regular de exercícios físicos, contribuem para evitar o retorno da doença.
Quem tem pólipo endometrial pode engravidar?
As pacientes portadoras de pólipos endometriais apresentam um risco aumentado de infertilidade conjugal ou abortamento. Dessa forma, toda mulher que está em idade reprodutiva e que é portadora de pólipo endometrial deve se submeter a um tratamento cirúrgico para polipectomia (retirada completa do pólipo endometrial) antes de tentar engravidar.
Após a realização da cirurgia, o médico orientará um período em que a mulher deve evitar ter relações sexuais desprotegidas. Entretanto, caso a cirurgia tenha ocorrido com sucesso e a cavidade uterina da mulher esteja normal, a paciente volta a ter as mesmas chances de obter a gravidez espontânea quando comparada à população geral.
Não é possível identificar por meio do primeiro sinal se o pólipo endometrial é grave. Por isso, é importante agendar a consulta com o médico ginecologista que irá acompanhar o caso de perto e dar a melhor indicação terapêutica para cada caso.