Milhares de casais realizam todo um planejamento quando pretendem engravidar. Consultas médicas, coleta de exames e a constatação de que está tudo bem com a saúde de ambos colabora para que a concepção do bebê apresente maiores chances de sucesso. Muitos acreditam que a gravidez deva ocorrer de forma natural, outros procuram por métodos que antecipem isso, sendo o mais comum o “namoro programado”.
De todos os tratamentos de fertilização disponíveis, o “namoro programado” é sempre indicado aos casais em idade fértil que não apresentam nenhuma alteração que impossibilite a obtenção da gravidez de forma espontânea ou nos casos das pacientes que apresentam problemas ovulatórios, tais como ciclos anovulatórios em decorrência da síndrome dos ovários policísticos, por exemplo. Esse método é simples e é acompanhado por um especialista em Reprodução Humana. Com o apoio de medicamentos, o tratamento induz a produção de óvulos saudáveis e, por meio da realização de ultrassonografias seriadas, o médico consegue determinar o período exato da ovulação, o que facilita a orientação de qual é o melhor período para se ter relação sexual (promovendo uma maior chance de fecundação entre o óvulo e o espermatozoide).
Porém, antes de iniciar o tratamento, tanto a mulher quanto o homem devem se submeter a exames clínicos e laboratoriais. Nas mulheres, os exames solicitados nesta primeira fase de tratamento são: exames de sangue para medição das dosagens hormonais basais (alguns médicos acabam também solicitando a dosagem do hormônio anti-mulleriano), ultrassonografia transvaginal para a contagem do número de folículos antrais e histerossalpingografia para determinar se as tubas uterinas apresentam uma anatomia preservada.
Para os homens é solicitado o espermograma, que fará a contagem do número de espermatozoides, a sua motilidade e a sua morfologia. Em alguns casos, o médico também pode solicitar o ultrassom da bolsa testicular e exames de sangue para medicação das dosagens hormonais.
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Mas o que é “namoro programado”?
Como o próprio nome já diz, o médico indicará os dias exatos em que a mulher estiver mais fértil para que ela possa ter relação sexual com maior probabilidade de fecundação. Essa data dependerá dos efeitos dos medicamentos hormonais utilizados para promover o crescimento dos folículos ovarianos – o médico conseguirá determinar os dias em que poderá ocorrer a ovulação a partir do tamanho dos folículos ovarianos.
A medicação utilizada durante o estímulo de “namoro programado” geralmente é administrada por via oral (em alguns casos, o médico pode prescrever medicações de uso subcutâneo) e estimula a produção de folículos mais saudáveis, aumentando, assim, as chances de concepção no mês de tratamento. Em média, a mulher terá de tomar o medicamento por um período de 5 dias (geralmente a partir do segundo ou terceiro dia do ciclo menstrual) e realizar exames de ultrassonografia seriada. A partir dessa análise, serão identificados os dias mais férteis da mulher.
Após a análise de todos os fatos mencionados, o casal deve manter uma frequência adequada de relações sexuais e, passados 15 dias do período estipulado para ovulação, fazer o teste de gravidez.
Os prós e contras do “namoro programado”:
O tratamento de “namoro programado”, dentre todos os tratamentos de Reprodução Assistida, é o de menor custo. Tem baixa incidência de efeitos adversos, sendo que os medicamentos podem apresentar algumas reações leves, tais como: sensibilidade aumentada nos seios, irritabilidade, sensação de cansaço e, até mesmo, dor de cabeça.
As estimativas indicam que a chance de sucesso para um tratamento de “namoro programado” gira em torno de 20-25% em casais saudáveis em idade fértil.
Um dos pontos a serem ressaltados é que, por se tratar de uma estimulação hormonal ovariana, pode ser que mais de um folículo seja desenvolvido e se rompa, liberando mais de um óvulo. Isso poderia resultar em um maior risco de gravidez gemelar. Em casos mais raros, pode ainda resultar em trigêmeos ou mais (ocorrência bem mais rara).