Condição na qual o fluxo menstrual retorna para a cavidade pélvica, a menstruação retrógrada é muitas vezes associada à endometriose e seus sintomas. Entenda.
A menstruação é um processo natural que ocorre no corpo feminino. Durante o ciclo menstrual, o revestimento do útero se prepara para uma possível gravidez, e quando ela não ocorre, esse revestimento é descartado em forma de sangramento vaginal.
Esse ciclo é regulado por hormônios e é uma parte fundamental da saúde reprodutiva das mulheres. Embora seja muitas vezes acompanhada de desconfortos e cólicas, a menstruação desempenha um papel importante na capacidade reprodutiva do organismo feminino.
Contudo, nem sempre a menstruação ocorre normalmente, podendo se apresentar como menstruação retrógrada. Ao longo do artigo falaremos mais sobre o que é essa condição, seus sintomas, diagnóstico e mais. Continue a leitura.
Índice
O que é menstruação retrógrada?
A menstruação retrógrada é uma condição que acontece quando o sangue menstrual segue em direção às tubas uterinas e cavidade pélvica, ao invés de sair pelo canal vaginal. Por conta disso, o fluxo menstrual não tem por onde ser eliminado e se espalha pela região pélvica, podendo se aderir aos órgãos adjacentes, tais como os ovários e as alças intestinais.
Menstruação retrógrada e endometriose
A menstruação retrógrada e a endometriose estão fortemente relacionadas, pois a primeira é considerada um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da segunda.
Durante a menstruação retrógrada, o sangue e os fragmentos de tecido endometrial que são liberados durante o período menstrual podem retroceder pelas tubas uterinas e se implantar nos órgãos da pelve, ao invés de saírem pelo canal vaginal.
Esse tecido implantado continua a responder aos hormônios do ciclo menstrual, ou seja, segue proliferando, sangrando e se rompendo a cada ciclo. Dessa forma, pode causar inflamação, dor, formação de aderências e, possivelmente, a formação de cistos dolorosos no interior dos ovários chamados de endometriomas.
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Quais são as causas?
Embora a causa exata não seja completamente compreendida, várias teorias foram propostas para explicar por que isso acontece. Alguns fatores que podem contribuir são:
Anatomia
Alterações na anatomia pélvica, como uma posição atípica do útero, podem facilitar o refluxo de sangue menstrual pelas tubas uterinas e para a cavidade pélvica.
Genética
A história familiar de endometriose ou menstruação retrógrada pode aumentar o risco para o desenvolvimento dessa condição.
Desenvolvimento fetal
Algumas teorias sugerem que certos eventos durante o desenvolvimento fetal podem predispor a mulher a ter menstruação retrógrada.
Sistema imunológico
Disfunções no sistema imunológico podem afetar a capacidade do corpo de combater e eliminar células endometriais fora do útero.
Inflamação crônica
A inflamação crônica no sistema reprodutivo pode criar um ambiente propício para o desenvolvimento da menstruação retrógrada.
Hormônios
O estrogênio, em especial, pode influenciar o crescimento anormal do tecido endometrial e piorar o prognóstico da doença.
Histórico de cirurgia pélvica
Cirurgias anteriores na pelve podem deixar cicatrizes ou aderências que afetam o fluxo menstrual.
Quais são os sintomas da menstruação retrógrada?
A menstruação retrógrada, em si, pode não apresentar sintomas visíveis. No entanto, os sintomas geralmente estão relacionados às complicações que podem surgir devido ao acúmulo de sangue e tecido endometrial fora do útero. Sabendo disso, os sintomas podem incluir:
- Dor pélvica, que pode variar de leve a intensa;
- Cólicas menstruais severas;
- Dor durante a relação sexual;
- Dor ao urinar ou defecar;
- Sangramento vaginal irregular;
- Problemas gastrointestinais, como diarreia, constipação ou desconforto abdominal durante a menstruação;
- Fadiga.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da menstruação retrógrada é realizado com base na anamnese e por meio de exames como ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal, ressonância nuclear magnética da pelve para mapeamento de endometriose e dosagem sanguínea do CA-125.
Como tratar a menstruação retrógrada?
O tratamento da menstruação retrógrada pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e a relevância da preservação da fertilidade. Algumas opções de tratamento podem envolver medicamentos para dor, terapia hormonal e cirurgia.
Caso a paciente queira engravidar e a preservação da fertilidade seja uma preocupação, o médico pode apresentar opções como a remoção seletiva do tecido endometrial e até mesmo o congelamento de óvulos para uma futura fertilização in vitro (FIV).
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É possível prevenir?
Não é facilmente prevenida, pois sua causa exata não é completamente compreendida e pode estar relacionada a fatores genéticos e hormonais.
A melhor abordagem é estar ciente dos sintomas, buscar atendimento médico regular e consultar um médico se você suspeitar de qualquer problema relacionado à saúde reprodutiva. A detecção precoce e o tratamento adequado podem ajudar a gerenciar a condição de forma eficaz.
Qual é a relação da menstruação retrógrada com a fertilidade?
A relação entre a menstruação retrógrada e a fertilidade pode ser complexa e variável de pessoa para pessoa. Nem todas as pessoas com menstruação retrógrada experimentarão problemas de fertilidade, mas em alguns casos, essa condição pode afetar a capacidade de conceber. A principal razão para isso está relacionada à endometriose.
Se você tem menstruação retrógrada e está preocupada com a fertilidade, é aconselhável procurar um especialista em Reprodução Humana, profissional capacitado para avaliar sua situação individual, diagnosticar os possíveis problemas e discutir opções de tratamento para ajudar a melhorar suas chances de conceber.
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Fontes:
Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)
Endometriosis Foundation of America