Ainda que se refiram a problemas para engravidar, infertilidade e esterilidade são bastante diferentes
Um grande medo de indivíduos e casais que procuram atendimento médico especializado em Reprodução Humana é o diagnóstico de infertilidade e esterilidade. No entanto, os dois conceitos, ainda que estejam ligados a problemas para engravidar espontaneamente, são diferentes.
Para sanar dúvidas sobre as diferenças e a relação entre infertilidade e esterilidade, preparamos este conteúdo. Acompanhe.
Infertilidade e esterilidade: qual é a diferença?
Como mencionado, os conceitos de infertilidade e esterilidade não são semelhantes, e essa diferença é fundamental para o processo de diagnóstico e estabelecimento do tratamento.
Infertilidade
A infertilidade caracteriza-se pela dificuldade, por alguma característica no organismo da mulher ou do homem, de conseguir engravidar de forma espontânea. Ou seja, a gravidez ainda não é impossível, mesmo que diversos fatores possam contribuir para deixar essa concretização muito difícil, principalmente se não for realizado um tratamento.
Esterilidade
A esterilidade, por sua vez, é a incapacidade de produzir gametas (óvulos ou espermatozoides), o que torna a concepção impossível. Ou seja, a principal diferença entre infertilidade e esterilidade está nas chances de gravidez, que são nulas no segundo caso.
Existe tratamento para esterilidade?
Outra diferença entre infertilidade e esterilidade está no fato de que a esterilidade não pode ser revertida, uma vez que o corpo é incapaz de produzir gametas. Por isso, não existe um tratamento específico que cure a esterilidade.
No entanto, em alguns casos, a gravidez não é necessariamente impossível. Caso as características do sistema reprodutivo estejam favoráveis, é possível realizar tratamentos de Reprodução Assistida com o uso de gametas doados — sêmen, no caso da esterilidade masculina, e óvulos, no caso da esterilidade feminina.
Nos casos em que o organismo da mulher não está apto para receber uma gravidez, pode-se ainda optar pela barriga solidária, que é quando uma mulher cede temporariamente o útero para que o casal possa gerar um filho.
E a infertilidade, tem cura?
Como dito anteriormente, a principal característica que diferencia a infertilidade e esterilidade é a reversibilidade da primeira. Isso pode ser realizado por meio de uma série de tratamentos que visam combater as causas da infertilidade.
Entre esses tratamentos, podemos mencionar:
- Cirurgias para corrigir endometriose, pólipos, miomas e alterações anatômicas no útero e nas trompas;
- Tratamentos medicamentosos para disfunções hormonais;
- Mudanças de hábitos de vida, como a melhora da alimentação, abandono do sedentarismo e do tabagismo;
- Procedimentos para tratar varicocele e outras causas de infertilidade masculina.
Muitas vezes, ao tratar o problema que causa a infertilidade, as chances de engravidar espontaneamente já aumentam, fazendo com que o quadro seja revertido.
Tratamentos de Reprodução Assistida para pessoas inférteis
Em alguns casos, os tratamentos das causas da infertilidade não são suficientes para revertê-la de forma satisfatória. Por esse motivo, pode ser necessária a realização de tratamentos de Reprodução Assistida, cuja indicação varia de acordo com a causa e a gravidade da infertilidade.
Os tratamentos de Reprodução Assistida podem variar em técnicas e complexidades, e os principais deles são:
- Coito programado: tratamento de baixa complexidade, em que o ciclo menstrual é acompanhado. Assim, é possível determinar o melhor momento para que o casal possa ter relações sexuais sem contraceptivos.
- Inseminação artificial: nesse tratamento, o sêmen é coletado e introduzido diretamente na cavidade uterina da mulher, diminuindo, assim, a distância que deve ser percorrida pelos espermatozoides até o óvulo.
- Fertilização in Vitro (FIV): o tratamento de maior complexidade consiste na coleta do sêmen e dos óvulos, que são dispostos em ambiente laboratorial para que possam se encontrar. Em seguida, os embriões gerados são cultivados por alguns dias até o momento de sua transferência para o útero. A FIV pode ser realizada de forma comum, com coleta menor de óvulos (Mini FIV) ou por meio de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
Vale lembrar que, no contexto das diferenças entre infertilidade e esterilidade e das possibilidades de engravidar sendo estéril com gametas doados, os tratamentos que podem ser realizados são a inseminação artificial (somente no caso de esterilidade masculina) e a FIV (em ambos os casos).
Fontes:
Clínica BedMed
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia