A incontinência urinária é uma doença extremamente prevalente em nossa população, atingindo cerca de 10 milhões de brasileiros de todas as idades.
De acordo com dados estatísticos da Sociedade Brasileira de Urologia, ela é mais comum no sexo feminino e apresenta aumento de sua incidência em populações mais idosas.
Além do impacto financeiro para o tratamento da incontinência urinária, o mais grave é o efeito que essa doença tem sobre a qualidade de vida das pessoas.
A incontinência urinária gera situações constrangedoras, na qual a paciente perde completamente o controle de segurar a urina e, em alguns casos, urinando ao fazer esforços como tossir ou espirrar.
Existem inúmeras causas que podem desencadear essa doença, tais como: estresse emocional, gravidez, menopausa, aumento da ingestão de líquidos, utilização de diurético em grande quantidade, constipação intestinal crônica, obesidade, doença pulmonar crônica, histórico de partos normais, diabetes mellitus ou histórico de cirurgias pélvicas.
A incontinência urinária apresenta diversas classificações e é fundamental que o seu médico realize o diagnóstico correto para efetuar o melhor tratamento.
Graças ao avanço da medicina, hoje em dia é possível que pacientes com essa doença consigam ter um tratamento eficaz ou até mesmo restabelecer a sua continência.
Índice
A cura da incontinência urinária
A cura da incontinência urinária está relacionada diretamente à melhora do tônus muscular do períneo, um grupo muscular responsável pela sustentação dos órgãos pélvicos: bexiga, útero, uretra, vagina e ânus.
Cerca de 70% das mulheres submetidas à fisioterapia do assoalho pélvico mostraram-se praticamente curadas após um ano de tratamento, relatando somente a perda de pequenas gotas de urina ao realizar esforços.
Esse tipo de fisioterapia deve ser realizado preferencialmente todos os dias, porém, caso não seja possível, é recomendado no mínimo duas sessões por semana. O exercício de Kegel é um dos exercícios mais indicados a se realizar para esses casos.
Obviamente que cada caso deve ser avaliado de forma individual e que existem casos mais extremos onde a fisioterapia não consegue controlar a incontinência.
Nessas situações, existem outros tipos de tratamentos mais indicados.
Quais são os tipos de tratamento para a incontinência urinária?
O tratamento depende do tipo de incontinência urinária e da gravidade da doença (analisada a partir de um questionário, associado a achados do exame físico).
Os tratamentos menos invasivos são a primeira opção, sendo que os tratamentos mais complexos ficam reservados aos casos mais graves ou aos casos em que houve falha dos tratamentos básicos.
Estimulação elétrica
Esse tratamento serve para estimular e fortalecer os músculos do assoalho pélvico, onde são inseridos temporariamente diversos eletrodos no reto ou na vagina. A estimulação elétrica suave pode ser eficaz para a incontinência urinária de esforço ou de urgência.
Tratamento medicamentoso
Em alguns casos, o tratamento pode ser feito por uso de medicamentos. Para isso, o médico deve averiguar a tonicidade da musculatura pélvica e o histórico de perda de urina.
Geralmente, a medicação é prescrita para os casos mais leves ou para os casos em que ocorre hiperatividade detrusora (contrações involuntárias da musculatura da bexiga).
Dispositivos médicos
A inserção do pessário vaginal, um anel rígido inserido na vagina, deve ser avaliada nos casos em que ocorre um prolapso (protusão) dos órgãos genitais internos.
Geralmente, esse tipo de tratamento é reservado para os casos em que a paciente é mais idosa e apresenta um risco cirúrgico elevado. O pessário deve ser utilizado diariamente e auxilia na restituição dos órgãos genitais ao seu local de origem.
Terapias de intervenção
Consiste na aplicação de toxina botulínica do tipo A (botox) na região pélvica, estimulando o adequado fechamento do esfíncter uretral.
Ainda está em fase de avaliação na prática médica, não sendo realizado em todos os centros de tratamento.
Cirurgia
Atualmente existem diversos tipos de tratamentos cirúrgicos para a incontinência urinária de esforço, como por exemplo, a passagem de uma faixa de tecido sintético por baixo da uretra, chamada de Sling.
Além disso, existem cirurgias pélvicas que promovem a sutura de possíveis prolapsos genitais ou até mesmo a correção de possíveis ligamentos enfraquecidos que sustentam a uretra.
O tratamento cirúrgico é altamente eficaz e apresenta poucas contra-indicações. Seu médico deverá ser consultado para avaliar qual é o melhor tipo de tratamento cirúrgico para o seu caso.
A clínica BedMed está disposta a esclarecer todas as suas dúvidas e questionamentos, lembrando que qualquer tipo de tratamento para incontinência urinária deve ser feito por um médico especialista no assunto.