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O Estado RJ – Cuidados com a saúde íntima

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O Estado RJ – Cuidados com a saúde íntima

Imagem: Shutterstock

Corrimento, desconforto e infecções podem estar associados ao ph vaginal.

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Você sabe o que é ph vaginal? Não? Pois saiba que a saúde da vagina é medida pelo índice de ph ou potencial hidrogeniônico, que serve para indicar o nível de acidez, neutralidade ou alcalinidade da região. O ph vaginal saudável é ácido e precisa variar entre 3,8 a 4,2, se este índice estiver fora dos padrões normais, a mulher pode vir a ter algumas irritações ou infecções. Existem diversos fatores que influenciam e podem causar um impacto no ph dessa parte íntima.

Constantemente mulheres vão aos consultórios ginecológicos com queixas de corrimentos e irritações. Fazem o tratamento com remédios e pomadas e tão logo está tudo resolvido. Mas, existem mulheres que mesmo com o fim do tratamento, ainda retorna ao consultório em um curto espaço de tempo, com os mesmos sintomas. E um dos causadores desse desconforto pode estar associado ao ph vaginal, que é alterado constantemente por conta da alimentação, humor ou outra alteração do organismo.

A fisioterapeuta em uroginecologia Larissa Bizarria explica melhor quem são as mulheres mais propensas a sofrer essas alterações. “Algumas mulheres têm fatores pelo qual levam as alterações do ph vaginal e podem geram desconforto feminino. São eles: estresse, baixa imunidade, desequilíbrio hormonal, o uso de roupas úmidas (biquíni molhado) ou roupas que geram calor durante longos períodos no dia (por exemplo, calcinhas sintéticas ou calça jeans), uso diariamente de absorventes ou miniprotetor diário, a aproximação da fase de menopausa e até mesmo o uso de antibióticos, podem atingir a flora natural da vagina, deixando-a suscetível a problemas decorrentes do ph”, esclarece a especialista.

O ginecologista e diretor médico da clínica BedMed, Dr. Giuliano Bedoschi, acrescenta que, existem outros gatilhos que podem perturbar o ecossistema vaginal, como a menstruação, a relação sexual, ducha e produtos de limpeza  íntima. E exemplifica o grau de ph de cada um desses fatores. “O sangue tem um ph de 7,4, portanto, durante a menstruação o ph vaginal torna-se elevado. Na relação sexual o ph do sêmen é de 7,1-8. Ducha e produtos de limpeza ou qualquer infusão vaginal de água ou outros fluidos podem afetar o ph vaginal”, afirma. E o médico alerta ainda que “o ph da água é de sete e as fragrâncias e perfumes também podem irritar a vagina”.

Portanto, é muito importante que todas as mulheres fiquem atentas a essas especificações, para que não venham a ter o desconforto dos corrimentos e infecções, provenientes da alteração do ph.

Cuidados com a saúde íntima 2

Complicações ocasionadas pela oscilação do ph

Segundo Fabiane Vargas, ginecologista, “as principais infecções que aparecem com variação do ph são candidiase vaginal e vaginose bacteriana”. “A candidiase costuma se manifestar com bastante secreção, tipo corrimento amarelo esverdeado e coceira intensa. A vaginose bacteriana em geral se manifesta com ardência, corrimento amarelado e com odor”, completa Fabiane.

Outro ponto importante que deve ser ressaltado é o de que “a vaginose bacteriana não se trata apenas de um corrimento irritante”. “Mulheres com vaginose bacteriana correm o risco de muitas condições médicas mais graves, incluindo o parto prematuro em gestantes, infecções pós-cirúrgicas (por exemplo, histerectomia) e uma maior tendência para adquirir DSTs, tais como gonorreia e clamídia”, alerta o ginecologista Giuliano Bedoschi.

Para manter e cuidar da saúde feminina também vale prestar atenção em algumas dicas: lavar sempre as mãos (principalmente após utilizar o banheiro), lavar as calcinhas separadas das outras roupas e deixar secar sempre ao sol (nunca em ambientes fechados e úmidos) e sempre que possível dormir sem calcinha, para que a área genital fique arejada, evitando assim, a proliferação de fungos e bactérias.

Outra dica interessante está no “consumo de iogurtes naturais e outros produtos probióticos, que possuem lactobacilos acidophilis”, já que esses produtos “podem ajudar na harmonia do ph da flora vaginal”, conta a especialista Larissa Bizarria.

 

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