Todo ano, milhões de mulheres com vida sexualmente ativa realizam a coleta da citologia oncótica, também chamada de exame preventivo ou Papanicolaou, porém, apenas uma pequena parcela delas acaba realizando o exame da colposcopia.
Esse exame permite avaliar de forma mais minuciosa possíveis alterações no colo do útero e no canal vaginal e sempre deve ser solicitado no caso de alterações no exame preventivo rotineiro.
Por meio da colposcopia é possível realizar a retirada de pequenos fragmentos do colo do útero ou da parede vaginal (biópsia) para que eles possam ser avaliados do ponto de vista patológico.
Apesar de ter um nome semelhante, a colposcopia é completamente diferente da colonoscopia. O primeiro exame (colposcopia) serve para avaliar com mais detalhes o trato genital feminino e o segundo exame (colonoscopia) é mais invasivo e serve para avaliar possíveis alterações no trato digestivo da paciente.
A colposcopia pode ser realizada no próprio consultório médico ou em laboratórios. É um exame com duração de cerca de 20 minutos, aonde a paciente permanece em posição ginecológica e o médico avalia as alterações do colo do útero por meio de um aparelho chamado colposcópio – semelhante a uma câmera acoplada a um aparelho – que amplifica a imagem das estruturas anatômicas.
Índice
Como a colposcopia é feita?
A colposcopia é um exame de imagem bastante semelhante aos exames ginecológicos de rotina. Durante esse procedimento, a paciente permanece deitada na maca, com as pernas afastadas e apoiadas em suportes próprios (posição ginecológica).
O ginecologista utiliza um espéculo (aparelho semelhante a um “bico de papagaio”) para separar as paredes do canal vaginal e poder visualizar a região do colo do útero.
A principal diferença da colposcopia para o exame feito a olho nu é o auxílio do colposcópio, um aparelho parecido com um binóculo posicionado a cerca de 30 cm de distância da paciente, que auxilia na iluminação e na visualização mais apurada da região genital.
Com a utilização do colposcópio, o médico ginecologista realiza uma avaliação completa da região genital da paciente, analisando a aparência da mucosa vaginal e do colo uterino, além de verificar a vascularização da região (para isso, ele utiliza um filtro de luz verde – acoplado no próprio aparelho).
Após essa primeira avaliação, o médico introduz uma gaze embebida em ácido acético para avaliar possíveis regiões que apresentam lesão pelo vírus do HPV.
As áreas afetadas tendem a ficar mais claras após a aplicação dessa substância – chamadas de áreas acetoreagentes. Para confirmar esse achado, o médico pode introduzir outra gaze embebida em iodo – sabe-se que as regiões afetadas pelo vírus do HPV não captam o iodo de forma correta, não ficando escurecidas (chamadas de áreas iodo negativas). Nesses casos, o especialista pode realizar uma ou mais biópsias para uma análise celular mais profunda.
A colposcopia dura em média 20 minutos, é totalmente indolor e não exige nenhum tipo de sedação ou anestesia para ser realizada.
Durante a biópsia ou no momento em que o ginecologista insere o espéculo é possível sentir um leve desconforto passageiro.
Para que serve a colposcopia?
É uma análise complementar ao exame ginecológico preventivo rotineiro e mais indicada quando o especialista em ginecologia identifica a necessidade de avaliar mais detalhadamente o aparelho genital da paciente. Isso geralmente é indicado nos casos listados abaixo:
- Alterações no exame preventivo rotineiro (Papanicolaou) ou
- Caso o médico identifique lesões no trato genital feminino da paciente durante o exame a olho nu.
Ambos os exames (Papanicolaou e colposcopia) podem ajudar na identificação e prevenção de doenças infecciosas relacionadas à região genital feminina, tais como lesões pré-cancerígenas induzidas pelo HPV, câncer de colo de útero, inflamações genitais, entre outras.