A FIV oferece uma solução para casais homoafetivos que desejam ampliar suas famílias. Entenda os passos e desafios do tratamento.
A Fertilização in Vitro (FIV) é uma alternativa que tem possibilitado a realização do sonho de ampliar a família de casais homoafetivos. Dessa forma, entender como funciona o procedimento e conhecer as diferentes abordagens disponíveis é essencial para que os casais possam se planejar adequadamente. A FIV para casais homoafetivos oferece a possibilidade de utilização dos próprios gametas, permitindo que tanto casais homoafetivos femininos quanto masculinos tenham a oportunidade de ter filhos biológicos.
O que é Fertilização in Vitro (FIV)?
A Fertilização in Vitro é um procedimento de Reprodução Assistida em que os óvulos são coletados da mulher e fertilizados com espermatozoides em laboratório. Esse processo envolve diversas etapas que começam com a estimulação ovariana, que permite o crescimento de múltiplos folículos, seguida da punção folicular para a coleta dos óvulos. Em seguida, os espermatozoides, provenientes do parceiro ou de um doador, são preparados e fecundados com os óvulos em condições controladas, possibilitando a formação de embriões, que por sua vez são cultivados em laboratório até atingirem o estágio ideal para a transferência ao útero. Após a transferência, o embrião é monitorado e, se ocorrer a implantação, a gestação segue normalmente.
A Fertilização in Vitro, portanto, permite que os embriões sejam criados fora do corpo e, posteriormente, implantados no útero, oferecendo uma solução para casais que têm dificuldade de conceber espontaneamente. A técnica tem se mostrado eficaz e é amplamente utilizada em tratamentos de Reprodução Assistida, inclusive em contextos de FIV para casais homoafetivos.
FIV para casais homoafetivos femininos
A FIV para casais homoafetivos femininos possui especificidades que se adaptam às necessidades desses casais. Nesse modelo, caso o casal opte pela gestação compartilhada, uma das mulheres contribui com seus óvulos e a outra atua como gestante. Essa abordagem permite que ambas as parceiras tenham uma participação ativa no processo, contribuindo de formas distintas: uma fornece o material genético e a outra oferece o ambiente para a implantação e desenvolvimento da gestação. Dessa maneira, os casais homoafetivos femininos podem formar famílias biológicas de forma integrada e personalizada.
Gestação compartilhada
A gestação compartilhada é um procedimento no qual, dentro de um casal homoafetivo feminino, uma parceira doa seus óvulos enquanto a outra é a gestante. Essa técnica permite que ambas participem ativamente do processo, unindo os aspectos genéticos e gestacionais na formação do bebê. Assim, mesmo que o embrião carregue o DNA da doadora dos óvulos, a gestante de substituição proporciona um ambiente adequado para o desenvolvimento da gravidez.
Escolha do doador de sêmen
No caso de casais homoafetivos femininos que recorrem à FIV para casais homoafetivos, a escolha do doador de sêmen é fundamental. Geralmente, os casais optam por sêmen de bancos especializados, onde a seleção se baseia em critérios de qualidade e compatibilidade genética. Essa escolha é feita com o auxílio do médico especialista, que orienta o casal sobre as características desejadas e os resultados esperados para maximizar as chances de sucesso do tratamento.
Inseminação artificial vs. Fertilização in Vitro
Enquanto a inseminação artificial consiste na inserção do espermatozoide diretamente no útero durante o período fértil, a FIV para casais homoafetivos envolve a coleta dos óvulos, sua fertilização em laboratório e o cultivo dos embriões antes da transferência para o útero.
A FIV, por oferecer controle sobre o desenvolvimento embrionário e a possibilidade de realizar exames genéticos, tende a ser a escolha preferencial quando há desafios reprodutivos mais complexos ou quando se busca otimizar as taxas de sucesso.
FIV para casais homoafetivos masculinos
A FIV para casais homoafetivos masculinos também apresenta alternativas específicas para que esses casais possam ter filhos biológicos. Normalmente, a estratégia envolve o uso de doação de óvulos e a gestação por uma mulher que, por meio da técnica do útero de substituição, possibilita a condução da gravidez. Nesse contexto, os casais homoafetivos masculinos podem optar por utilizar a doação de óvulos, combinada com a Fertilização in Vitro e técnicas avançadas para obtenção dos embriões.
Doação de óvulos
A doação de óvulos é uma etapa essencial para os casais homoafetivos masculinos que desejam ter filhos biológicos. Nessa etapa, os óvulos são coletados de uma doadora que passa por uma série de avaliações para garantir a qualidade do material genético. Esses óvulos são, então, fertilizados com o espermatozoide de um ou de ambos os parceiros, permitindo a formação de embriões que serão posteriormente transferidos para o útero de uma gestante de substituição.
Útero de substituição
Essa técnica é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina e permite que os pais biológicos sejam reconhecidos legalmente como os responsáveis pela criança.
Essa técnica segue normas rígidas, determinadas pelo CFM, a fim de proteger a cedente do útero, assim como o casal homoafetivo e o bebê. Algumas das regras para ceder o útero incluem:
- A candidata deve ter entre 18 e 50 anos;
- A candidata deve ser parente de até 4° grau dos pacientes;
- A candidata deve ter ao menos 1 filho biológico vivo;
- A cessão não pode ter caráter lucrativo ou comercial;
- Doadoras casadas ou em união estável precisam que o parceiro concorde com o procedimento.
Seleção do parceiro doador de sêmen
Na FIV para casais homoafetivos masculinos, a seleção do parceiro doador de sêmen é feita com base em critérios de saúde, qualidade e compatibilidade, garantindo que os embriões gerados tenham as melhores condições para o desenvolvimento.
O que diz a legislação brasileira?
A legislação brasileira, orientada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), estabelece diretrizes claras para os tratamentos de Reprodução Assistida. Em relação à FIV para casais homoafetivos, o CFM permite a utilização de doação de gametas e gestação de substituição dentro de parâmetros éticos, garantindo a anonimidade dos doadores e assegurando os direitos dos pais e das crianças. Essas normas garantem que os tratamentos sejam realizados de maneira transparente e que os casais tenham acesso às melhores práticas da Medicina Reprodutiva.
Como se preparar para o processo da FIV?
O processo de FIV para casais homoafetivos é longo e exige preparação. É necessário um acompanhamento multidisciplinar, com avaliações médicas e psicológicas, para que o casal esteja bem-informado e preparado para as diversas etapas do tratamento. Essa preparação envolve tanto a avaliação clínica quanto o planejamento financeiro e emocional, que ajudam a lidar com as demandas do tratamento e a aumentar as chances de sucesso.
Avaliação psicológica
A avaliação psicológica é um componente importante para os casais que se submetem à FIV para casais homoafetivos. O suporte emocional ajuda os pacientes a lidarem com o estresse, as expectativas e as possíveis frustrações durante o tratamento, garantindo que estejam bem-preparados para enfrentar os desafios do processo.
Planejamento financeiro
O planejamento financeiro também é fundamental, pois os tratamentos de Reprodução Assistida podem envolver custos elevados. Ter um orçamento planejado pode tornar o tratamento mais acessível e reduzir o impacto financeiro, permitindo que o casal se concentre nos aspectos emocionais e clínicos do processo.
Quais são as outras opções para casais homoafetivos além da FIV?
Além da FIV para casais homoafetivos, no caso dos casais homoafetivos femininos, existem outras técnicas de Reprodução Assistida que podem ser consideradas, como a inseminação artificial. Cada método tem suas especificidades e indicações, e a escolha dependerá do perfil e das necessidades do casal.
A orientação de um especialista em Reprodução Humana é essencial para determinar qual abordagem é a mais adequada para alcançar o sonho da maternidade ou paternidade.
Fontes: