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Existe relação entre FIV e autismo?

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Existe relação entre FIV e autismo?

Imagem: Shutterstock

Entenda se existe alguma relação entre a realização de FIV e o surgimento de autismo e se existe uma maneira de prevenir o autismo por meio da Reprodução Assistida

Os transtornos do espectro autista (TEA) são um conjunto de distúrbios do neurodesenvolvimento que podem comprometer diversos aspectos da vida de uma pessoa, como o comportamento, a cognição e a comunicação. A Organização Pan-Americana de Saúde estima que ao menos 1 em cada 160 crianças nasça com TEA.

Nos últimos anos, tem sido muito difundida a ideia de uma relação entre a fertilização in vitro (FIV) e autismo. São cada vez mais disseminadas, de forma mais equivocada do que com real apuro científico, informações sobre o aumento de chances de crianças nascerem com a condição quando concebidas por meio do tratamento de Reprodução Assistida, ou mesmo que explanam o inverso e afirmam que as possibilidades são menores.

Pensando em esclarecer tudo o que a medicina já entende sobre a relação entre FIV e autismo, preparamos o conteúdo a seguir.

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Relação da síndrome do X frágil com o autismo

O primeiro passo para entender a relação entre FIV e autismo é compreender que os transtornos do espectro autista são multifatoriais, ou seja, dependem de uma série de mutações para que ocorra. Esses fatores podem ter origens genéticas ou ambientais.

Entre os fatores genéticos que podem favorecer o surgimento do autismo, está a síndrome do X frágil. Essa condição é caracterizada por uma anomalia em um gene específico do cromossomo X, levando a diversos sintomas comportamentais, intelectuais e de dificuldade no desenvolvimento.

Em alguns indivíduos com a síndrome do X frágil, esses sintomas podem se agrupar para formar o diagnóstico do transtorno do espectro autista. No entanto, é importante concluirmos que nem todas as pessoas com a síndrome, ainda que tenham sintomas relacionados a esta, terão TEA.

Quais fatores aumentam o risco de autismo?

Além da síndrome do X frágil, devemos conhecer outros fatores que podem aumentar o risco do TEA para compreendermos as possíveis relações entre FIV e autismo. Como mencionado anteriormente, esses fatores podem ser genéticos e ambientais.

Entre os fatores genéticos que podem aumentar o risco de autismo, o principal é a predisposição genética. Estima-se que as chances de uma criança nascer com algum dos transtornos do espectro autista quando há outros casos na família são 25 vezes maiores do que quando não há casos.

No entanto, somente a predisposição genética ou a já mencionada síndrome do X frágil (que é uma alteração em um único gene) não são suficientes para explicar o risco de autismo, uma vez que a maioria dos casos de alterações genéticas ocorrem em múltiplos genes e necessitam de uma combinação com fatores ambientais para que ocorram, tais como:

  • Exposição da mulher, ainda grávida, a toxinas, como poluição, agrotóxicos, cigarro, entre outras;
  • Uso indiscriminado de alguns tipos de medicamentos, como os antidepressivos;
  • Infecções causadas por microrganismos durante a gravidez;
  • Nutrição inadequada durante a gravidez;
  • Idade avançada dos pais.

A FIV aumenta o risco de autismo?

Muitas pessoas que procuram as clínicas de Reprodução Assistida ainda se preocupam com a relação entre FIV e autismo, principalmente com informações que afirmam que o tratamento pode aumentar os riscos de desenvolvimento do TEA.

Na verdade, diversos estudos recentes (sendo o mais recente publicado pelo Journal of the American Medical Association) apontam que os tratamentos de Reprodução Humana Assistida, como a FIV, por si só não aumentam o risco de desenvolvimento dos transtornos de espectro autista.

O que pode acontecer é que alguns fatores de infertilidade que levam os casais a fazerem o tratamento podem estar relacionados aos riscos de alterações genéticas que favorecem o desenvolvimento de tal condição. Dentre esses fatores, podemos mencionar, por exemplo, a idade avançada, que pode afetar a qualidade dos gametas e aumentar as chances de alterações genéticas que, junto com outros fatores, podem levar ao surgimento do autismo.

Isso quer dizer que não existe uma relação direta entre FIV e autismo, uma vez que os fatores de risco são independentes do fato da concepção ter sido realizada em laboratório ou não.

É possível prevenir o autismo com a FIV?

Outra dúvida frequente quando se fala em FIV e autismo é sobre a possibilidade de prevenir os transtornos do espectro autista quando o tratamento de Reprodução Humana é realizado.

Isso porque, durante a FIV, é possível realizar um exame chamado PGT (teste genético pré-implantacional), importante para detectar aneuploidias e outras alterações genéticas no embrião antes de sua implantação no útero. Esse teste pode ser útil para detectar alterações monogênicas, como a síndrome do X frágil, que podem levar ao surgimento do autismo.

Porém, é importante destacar que as alterações desencadeadas pela interação com fatores ambientais durante a gravidez não podem ser detectadas em testes como o PGT. No entanto, nos casos em que já existe uma alteração genética conhecida pela família que aumenta os riscos de desenvolvimento de TEA, o exame e o aconselhamento genético podem ser importantes meio de prevenção.

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Fontes:

Organização Pan-Americana de Saúde

Journal of the American Medical Association

Ministério da Saúde

Manual MSD

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