A gestação é um momento especial na vida de toda mulher e, portanto, é fundamental que seja realizado um seguimento pré-natal adequado para reduzir as taxas de possíveis complicações que podem aparecer durante esse período.
Para que tudo se encaminhe da melhor maneira possível, com mais segurança para a gestante e para o bebê, é indicado que ela faça um acompanhamento desde que a gravidez é descoberta até o momento do parto, aumentando a frequência das visitas ao médico conforme se aproxima a resolução da gestação.
O acompanhamento do obstetra é importante para identificar uma série de possíveis alterações na saúde da mãe e do bebê, o que é feito, em partes, pela análise minuciosa dos diversos exames laboratoriais solicitados durante o pré-natal.
Veja quais são os principais exames que devem ser feitos nesse período, garantindo uma gestação saudável:
Índice
Tipagem sanguínea ABO / Rh
No exame ABO é identificado o tipo sanguíneo da mãe, que é importante para determinar qual bolsa de sangue deverá ser utilizada, caso seja necessário a transfusão de sangue no momento do parto.
Já o fator Rh é importante para avaliar o risco de desenvolver uma alteração chamada de eritoblastose fetal, quando a mãe possui fator Rh negativo e o bebê possui fator Rh positivo (caso ocorra o contato de sangue entre a mãe e o bebê, o organismo materno acaba produzindo anticorpos contra as células fetais numa futura gestação, promovendo graus de anemia e sofrimento fetal).
Nos casos de mãe Rh negativo e pai Rh positivo, a paciente deverá aplicar uma ampola de imunoglobulina anti-Rh entre 28 a 32 semanas de gestação e após o parto, caso o bebê tenha tipagem sanguínea Rh positivo.
Hemograma completo
Este exame irá avaliar a dosagem de hemoglobina, glóbulos brancos e plaquetas no sangue. É comum que gestantes tenham uma queda de hemoglobina, o que pode indicar um quadro de anemia.
A hemoglobina é uma proteína presente nas hemácias e permite que as células carreguem oxigênio dos pulmões para os demais órgãos. Sabe-se que quadros de anemia intensa podem determinar trabalho de parto prematuro.
Sorologias
Existem diferentes exames para identificar sorologias durantes a gestação, entre eles:
- HIV
- Sífilis
- Hepatite B
- Hepatite C
- Toxoplasmose
- Rubéola
- HTLV I/II
- Citomegalovírus
Devido ao grande número de doenças que podem ser identificadas com estes exames, eles se tornam fundamentais para qualquer gestante.
No caso de alguma alteração no exame, o obstetra terá condições de dar início ao tratamento para que a doença não afete ou amenize os efeitos para o feto.
Vale lembrar que a IgG (imunoglobulina G) positiva com IgM (imunoglobulina M) negativa indica que a paciente está imune a doença, não sendo necessária qualquer preocupação.
UrinaI, Uroculturaeparasitológicofezes
Os exames de urina podem ser de dois tipos, tipo I e urocultura, sendo essenciais para avaliar a presença de infecção urinária sintomática ou assintomática (bacteriúria assintomática) na gestante.
Eles devem ser realizados de forma rotineira, pois é extremamente comum o surgimento desse tipo de infecção na gravidez. No caso do exame de fezes, ele irá apontar caso haja a presença de parasitoses intestinais.
Glicemia
Este exame do pré-natal irá indicar a quantidade de glicose (açúcar) no sangue. Caso seja identificada a glicemia de jejum alterada, a gestante deverá ter um acompanhamento com nutricionista para adequar a dieta.
O teste de tolerância oral a glicose (GTT ou TTOG) também é importante e ajuda a identificar diabetes mellitus gestacional, sendo necessária a sua realização entre a 24ª a 28ª semana de gestação.
TSH/T4 livre
Avalia a atividade da glândula tireoideana para esses hormônios, identificando se a paciente deverá ou não realizar reposição hormonal durante a gravidez.
O mais adequado é manter os níveis de hormônios tireoideanos dentro dos limites da normalidade, diminuindo, dessa forma, as chances de abortamento.
Ultrassonografia
Por fim, o exame mais conhecido do seguimento pré-natal e realizado por um profissional especializado dentro da clínica de obstetrícia é a ultrassonografia. Ela deve ser realizada algumas vezes durante a gestação:
- Logo no começo do pré-natal: para datar a gravidez, identificar se a gestação está ocorrendo dentro do útero e a quantidade de bebês;
- Entre 11 a 14 semanas: o ultrassom morfológico do primeiro trimestre irá avaliar o risco do desenvolvimento de malformações cromossômicas do bebê;
- Ao redor da 16 semana: para determinar o sexo fetal;
- Entre 20 a 24 semanas: para verificar novamente a morfologia do bebê, avaliando todos os órgãos, sistema nervoso e membros. Esse exame é denominado ultrassom morfológico do segundo trimestre;
- Ao redor de 28 semana: período ideal para realizar a avaliação 3D-4D. Nesse exame já é possível avaliar o fluxo das artérias uterinas, determinando se a paciente apresenta um risco maior ou menor de desenvolver pré-eclâmpsia;
- Próximo a 32ª semana: para verificar se está tudo encaminhado para o parto, como a posição do bebê e seu crescimento.
- A partir de 36 semanas: para avaliar a vitalidade e o peso do bebê.
Com todos esses exames em dia, a mamãe poderá garantir uma gestação saudável e tranquila, tanto para ela como para o bebê. Converse com o seu obstetra e tire as dúvidas sobre cada exame.