Os miomas uterinos são os tumores benignos mais frequentemente diagnosticados nas mulheres, representando 95% dos tumores benignos identificados no trato genital feminino durante a realização de exames ginecológicos de rotina.
De acordo com a SOGESP, a incidência dos miomas uterinos, também chamados de fibromas ou leiomiomas, aumenta com a idade, sendo maior dos 35 aos 45 anos, com declínio após os 50 anos. Os seus principais sintomas são sangramento menstrual aumentado e dor abdominal.
O diagnóstico do mioma uterino deve ser feito de forma clínica, através de história bem detalhada e exame ginecológico, associado a achados de exames complementares (geralmente ultrassonografia transvaginal).
Índice
O que causa a formação dos miomas uterinos?
Os miomas uterinos são originados pela proliferação exagerada de células presentes na musculatura do útero. Contudo, a verdadeira causa da formação dos fibromas ainda é desconhecida. Os especialistas em ginecologia suspeitam que há uma forte influência de fatores hormonais e genéticos no surgimento desses tumores ginecológicos benignos.
- Fatores genéticos: As células que compõem os miomas uterinos possuem variações genéticas que as diferem das demais células do corpo humano. Existem evidências de que os miomas são mais comuns entre membros da mesma família e que irmãs gêmeas idênticas têm mais propensão a apresentarem a doença quando comparadas a irmãs gêmeas não idênticas. Entretanto, infelizmente, o estudo genético das pacientes com leiomiomas uterinos ainda é escasso;
- Fatores hormonais: o desequilíbrio dos hormônios que estimulam o desenvolvimento endometrial no ciclo menstrual, estrogênio e progesterona, pode favorecer o surgimento dos miomas uterinos. Já é comprovado cientificamente que a exposição exacerbada ao hormônio estrogênio eleva o risco do desenvolvimento do leiomioma uterino. Assim, mulheres que menstruaram muito cedo, que nunca engravidaram ou que possuem intervalos grandes entre os partos apresentam maior risco para o surgimento do mioma uterino. Outro fato que contribui para essa teoria é que, após a menopausa, os miomas tendem a diminuir de tamanho ou até mesmo desaparecer, visto que a produção hormonal nessa fase é escassa.
Quais são os fatores de risco para o surgimento dos miomas uterinos?
Levando em consideração as suspeitas da influência de fatores genéticos e hormonais na formação dos fibromas, os ginecologistas passaram a considerar algumas condições como agravantes para o surgimento de miomas uterinos, tais como:
- Hereditariedade: caso a mãe, tias ou irmãs de uma paciente já foram diagnosticadas com miomas uterinos, a propensão dela também desenvolver o tumor benigno no trato genital é mais alta quando comparada a pessoas que não apresentam casos da doença na família. Entretanto, isso não significa que toda mulher com parente de primeiro grau portadora dessa alteração irá necessariamente desenvolver um mioma;
- Etnia: de acordo com estudos realizados, as mulheres negras apresentam maiores chances de desenvolver miomas uterinos (incidência nove vezes maior). Além disso, elas podem apresentar miomas uterinos em idade mais precoce e, na maioria das vezes, múltiplos;
- Outros fatores observados: Mulheres que têm a menarca (primeira menstruação) mais precoce, uma dieta composta por muita carne vermelha, menor ingestão de verduras e frutas, sobrepeso ou obesidade e hipertensão podem apresentar maior incidência de miomas.
O ideal é que, com histórico familiar ou não, as mulheres busquem sempre manter uma frequência regular de consultas médicas. A realização de exames ginecológicos é imprescindível para o adequado diagnóstico dos miomas uterinos.