Puerpério é o termo utilizado para definir o período do pós-parto, durante o qual ocorre a involução das alterações gestacionais e a recuperação dos órgãos genitais femininos.
É uma fase de transição entre o fim da gestação e o início da vida materna, sendo um período de grandes mudanças físicas, psicológicas e hormonais. Por via de regra, esse período tem uma duração de seis semanas.
É uma fase de novas adaptações, pois o organismo da mulher sofre alterações para se acostumar às novas exigências após a chegada do recém-nascido, como por exemplo, o aumento da produção de leite para fornecer uma adequada amamentação.
Vale lembrar que, caso a puérpera não esteja amamentando, sua ovulação tenderá a retornar após cerca de seis a oito semanas.
No entanto, caso a paciente esteja amamentando de forma exclusiva, o retorno da ovulação é imprevisível, pois o aumento da prolactina (hormônio responsável pela produção de leite) afeta diretamente o eixo hormonal que estimula a ovulação.
Independentemente, é importante ressaltar que toda puérpera que deseja retornar à atividade sexual deve utilizar métodos anticoncepcionais associados. A amamentação, mesmo sendo feita de forma exclusiva, não garante 100% que você não esteja ovulando.
O puerpério é dividido em três fases:
- Puerpério imediato – inicia logo após a saída da placenta até o 10º dia;
- Puerpério tardio – do 10º ao 45º dia;
- Puerpério remoto – após o 45º dia.
A ida ao consultório de obstetrícia ocorre geralmente entre o 7º ao 10º dia após o parto. Nesse período ocorre o predomínio da involução de todas as estruturas que estavam hipertrofiadas durante a gestação.
O útero tende a regredir cerca de um centímetro por dia, tornando-se intrapélvico (ocupando a cavidade pélvica) após o 10º dia do parto.
Por meio das contrações uterinas, ocorre uma diminuição do fluxo sanguíneo por via vaginal (chamado de loquiação), sendo que o sangramento tende a ficar com uma coloração cada vez mais clara ao longo da evolução do puerpério.
É muito comum ocorrer oscilação humoral no puerpério, devido à dificuldade do sono e o receio em estar nutrindo o seu bebê de forma inadequada.
Infelizmente, algumas pacientes podem apresentar um quadro denominado “blues puerperal”, que é uma forma leve de depressão pós-parto. Por isso, todo apoio de familiares deve ser bem-vindo nessa nova fase.
O aleitamento materno é essencial para o crescimento e fortalecimento do bebê, além de beneficiar a mãe, uma vez que o ato está correlacionado com perda de peso mais efetiva e menor risco de desenvolvimento de câncer de mama e osteoporose.
Além disso, o aleitamento materno promove um vínculo único entre mãe e filho e deve ser feito de forma exclusiva durante os primeiros seis meses de vida do recém-nascido. Durante a amamentação a mamãe produz três tipos de leite:
- – Colostro – esse tipo de leite dura em média 12 dias. Ele é o primeiro leite da amamentação e tem como características a coloração amarelada e ser mais espesso. É extremamente rico em anticorpos e proteínas.
- – Leite de transição – de acordo com o nome, é o leite que transita do colostro ao leite maduro. Ele é um leite menos espessado e amarelado, porém possui as mesmas propriedades do colostro. É caracterizado por ser um leite com maior quantidade de calorias.
- – Leite maduro – esse é o leite que durará até o final da amamentação. Ele contém todos os nutrientes necessários para o bebê, protegendo-o contra diversos problemas de saúde.
Para que você tenha uma amamentação sem dificuldades, optamos por elaborar algumas dicas que irão auxiliá-la nessa nova fase de vida.
7 cuidados com a amamentação durante o período puerperal
- Tome cerca de 10 a 15 minutos de sol nos seios todos os dias;
- Após cada mamada, lave bem as mamas e esvazie o restante do leite manualmente (ordenha mamária). Isso irá impedir o surgimento de infecções mamárias (mastites);
- Faça fricção – esfregue suavemente – os mamilos com uma bucha vegetal ou uma toalha grossa para deixá-los resistentes e evitar a formação de feridas ou fissuras;
- Inicie o processo de amamentação pela mama mais cheia;
- Sempre reveze as mamas durante a amamentação – nunca dê preferência a uma mama;
- Estimule o reflexo do bebê passando o bico dos seios nos cantos de sua boca ou no seu lábio inferior;
- Estimule a pega adequada do bebê (sua boca deverá abocanhar todo o mamilo e grande parte da aréola). Dessa forma, estará evitando a formação de fissuras mamárias.
Muitas mulheres sofrem com o empedramento do leite. Para que isso não acorra, esvazie as mamas corretamente e após amamentar, apalpe-as. Caso você perceba que ainda há “leite reserva”, esvazie-as com uma bomba de sucção. Se ainda houver dúvidas, entre em contato com o seu obstetra. Ele a auxiliará durante todo esse novo processo.