A gravidez é uma fase muito especial na vida de uma mulher e gera diversas modificações corporais fisiológicas, repercutindo e promovendo alterações no dia-a-dia e no cotidiano das gestantes.
Tais alterações aparecem de maneira gradativa e permitem o adequado desenvolvimento do bebê dentro do útero. O aumento do útero, dos seios e os famosos inchaços nos pés, por exemplo, são facilmente perceptíveis, porém é fundamental recordar que existem algumas modificações “invisíveis” essenciais durante o período gestacional.
Os especialistas em obstetrícia da Clínica BedMed listaram algumas delas.
Índice
Quais são as mudanças “invisíveis” da gravidez?
Ao olhar para uma gestante, é importante saber que, além das mudanças físicas, existem diversas outras alterações ocorrendo no organismo dela. São elas:
- Alterações hormonais;
- Alterações psicológicas (caracterizadas principalmente pelas oscilações de humor);
- Alterações metabólicas.
Saiba mais sobre cada uma dessas alterações:
Alterações hormonais da gravidez:
As alterações hormonais e metabólicas irão variar de acordo com a época da gravidez. Por isso, determinados sintomas podem aparecer de forma mais significativa no início da gestação e desaparecer conforme a progressão da mesma. Alguns exemplos são: surgimento das náuseas e o cansaço.
Conheça as alterações hormonais características desse período:
Produção do beta hCG: o beta hCG representa a fração beta do hormônio gonadotrofina coriônica humano, produzido pelas células placentárias do embrião (chamadas de células trofoblásticas).
Ele aparece na corrente sanguínea materna em cerca de 6 dias após a fecundação, período em que já é possível confirmar a gravidez por meio do exame de sangue da futura mamãe.
Progesterona – provável início dos enjoos: depois da liberação do óvulo, o folículo ovariano rompido forma o corpo lúteo, que é uma estrutura que produz o hormônio progesterona (o corpo lúteo geralmente é detectado em um dos ovários durante o primeiro ultrassom transvaginal da gestante – tem formato arredondado, com fluxo de sangue acentuado ao seu redor).
Esse hormônio mantém a gravidez viável até a completa formação da placenta. A progesterona é responsável pelo surgimento de alguns sintomas bastante conhecidos pelas gestantes, tais como o surgimento dos enjoos matinais e o excesso de sono.
Vale lembrar que nem toda gestante irá apresentar esses sintomas e isso não indica necessariamente que a gravidez não está progredindo de forma adequada. Lembre-se: cada organismo responde de uma forma diferente frente às alterações hormonais.
Estrogênio – ondas de calor e rinite: o estrogênio é um hormônio muito importante para a vascularização do organismo da gestante, favorecendo a dilatação dos vasos sanguíneos da futura mamãe – alteração essencial para levar maior quantidade de sangue para a circulação do bebê.
Por isso, muitas gestantes apresentam quadros de queda de pressão e até mesmo de aumento nos batimentos cardíacos (o batimento cardíaco da gestante é mais acelerado para circular maior volume de sangue oxigenado pelo seu corpo e para o bebê).
Esse aumento da vascularização também faz com que a mulher tenha surtos de rinite e sinta ondas de calor.
Prolactina – preparando-se para o aleitamento: a prolactina é um hormônio produzido por uma glândula localizada no cérebro – chamada de glândula hipofisária ou hipófise.
Esse hormônio, em associação com o hormônio lactogênio placentário (produzido pela placenta do bebê), é responsável por preparar as glândulas mamárias para a produção de leite materno e, consequentemente, para a fase da amamentação.
O aumento da prolactina também está diretamente ligado a redução da libido feminina, sendo que, na fase mais próxima ao parto e durante a amamentação, é possível que a mulher apresente indisposição sexual ou ressecamento vaginal.
Alterações psicológicas da gravidez:
É comum que a gestante apresente oscilações de humor no início da gestação, principalmente por conta da ação hormonal.
Além disso, a partir do segundo trimestre, a mulher passa a sentir muitas dores nas costas devido à adaptação do eixo de equilíbrio como resposta ao aumento do volume do útero e isso pode causar muita irritabilidade.
Nos últimos meses da gravidez, as oscilações de humor têm mais correlação com a dificuldade da gestante executar atividades rotineiras, principalmente por culpa das alterações físicas no corpo da mulher – aumento do volume do útero, alterações na coluna vertebral da mulher, dificuldades no esvaziamento da bexiga e dificuldades para respirar adequadamente.
A autoestima da gestante também pode estar bastante abalada nessa fase, por conta do aumento de peso e mudanças da pele (surgimento de estrias abdominais ou manchas no rosto).
Alterações metabólicas da gravidez:
A principal alteração metabólica do organismo da gestante está correlacionada com o aumento na produção de hormônios placentários que atuam contra a ação da insulina.
Dessa forma, toda gravida tem um risco aumentado de desenvolver diabetes na gestação (a insulina não consegue atuar adequadamente e os níveis de açúcar no sangue materno aumentam).
Além disso, algumas gestantes podem vir a apresentar elevações nos níveis de triglicérides e colesterol. Vale lembrar que a pressão arterial também pode sofrer alterações durante a gravidez e merece atenção.
A principal prevenção para as alterações metabólicas, bem como todas as complicações já citadas anteriormente, é manter uma dieta balanceada, seguir as recomendações do médico obstetra e realizar o acompanhamento do pré-natal corretamente.