Procedimento tem pouquíssimas chances de reversibilidade. Por isso, é importante conhecer as vantagens e desvantagens do método antes de tomar sua decisão.
A laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico de anticoncepção que consiste na utilização de técnicas com a finalidade de obstruir ou seccionar as trompas de Falópio para impedir a concretização da fecundação. Considerado um método não reversível, as chances de a paciente engravidar após a laqueadura tubária são mínimas: cerca de apenas 1%.
Por se tratar de um procedimento cirúrgico praticamente irreversível, mais complexo que os métodos anticoncepcionais mais usuais, existem algumas vantagens e desvantagens de sua realização que precisam ser levadas em consideração antes da opção pelo método.
Índice
Como o procedimento é feito?
A finalidade da laqueadura tubária é o bloqueio da passagem dos espermatozoides para impedir a fecundação do óvulo, que ocorre na porção ampular das tubas uterinas. O bloqueio pode ser feito por meio de diversas técnicas, como corte, cauterização e utilização de suturas ou de anéis nas trompas. O procedimento dura cerca de 1 hora.
Apesar da alteração nas trompas e no processo de concepção, a laqueadura tubária não impede que a mulher continue passando pelo ciclo de ovulação e menstruação da mesma forma que anteriormente à cirurgia.
A maioria dos procedimentos de laqueadura tubária é feita por meio de videolaparoscopia cirúrgica, com um pequeno corte no umbigo e dois pequenos cortes na região das fossas ilíacas. Entretanto, alguns médicos ainda realizam a abordagem laparotômica (via aberta convencional), com maior período de recuperação cirúrgica e maiores taxas de complicações.
Quais são as vantagens e desvantagens desse procedimento?
Como todo procedimento cirúrgico, a laqueadura tubária tem vantagens e desvantagens. Por isso, é importante considerá-las com cuidado antes de se decidir sobre sua realização.
As principais vantagens da laqueadura tubária são:
- De todos os métodos anticoncepcionais, é um dos que tem maior eficácia, ou seja, menor risco de gravidez;
- Não interfere no ciclo menstrual e na liberação hormonal;
- É uma cirurgia que costuma ter recuperação tranquila, sem complicações;
- A libido e o desejo sexual continuam sem alterações;
- Não interfere na amamentação;
- Liberdade frente a métodos hormonais que têm efeitos colaterais e outras reações indesejadas.
Apesar das vantagens, existem alguns pontos de atenção em relação à laqueadura tubária que podem ser vistos como desvantagens para algumas mulheres, tais como:
- Em caso de arrependimento, a reversão de laqueadura é possível, mas ainda muito difícil e com poucas chances de sucesso;
- Apesar de ser um método contraceptivo, não previne ISTs;
- Síndrome pós-laqueadura: algumas pacientes relatam aumento do fluxo menstrual e surgimento de cólicas abdominais mais fortes no período de menstruação após a realização da laqueadura tubária.
É importante lembrar que cada caso precisa ser planejado e individualizado, e que existem outros métodos anticoncepcionais que podem se adaptar melhor à realidade de uma mulher que não deseja fazer a laqueadura tubária, caso as desvantagens se mostrem superiores.
Para quem é indicada?
Atualmente, a legislação brasileira permite que mulheres em plenas capacidades civis, com mais de 21 anos de idade ou que tenham pelo menos dois filhos vivos realizem a laqueadura tubária. É importante que ocorra o intervalo de pelo menos 60 dias entre a manifestação do desejo de realizar a cirurgia e o procedimento.
Tipos de procedimento cirúrgico para realização da laqueadura tubária
Existem duas técnicas de laqueadura tubária:
- Laparoscopia: feita por meio de uma pequena incisão umbilical por onde passa um instrumento que permite visualizar o interior da cavidade abdominal. Duas incisões complementares são realizadas nas fossas ilíacas para permitir o manuseio das estruturas internas por meio de pinças cirúrgicas. As trompas são isoladas e, em seguida, seccionadas e coaguladas;
- Minilaparotomia: o corte é habitualmente realizado no mesmo local do corte da cesariana, porém com tamanho reduzido. O período de recuperação é maior do que o da laparoscopia e apresenta maiores taxas de complicações.
Com relação ao método de obstrução das trompas, a laqueadura tubária pode ser realizada através de corte, anéis, clipes cirúrgicos, cauterização ou suturas. A escolha do método depende de vários fatores que envolvem as características individuais da mulher e a disponibilidade técnica.
Orientações pré-operatórias e pós-operatórias
Assim como em todo procedimento cirúrgico, alguns cuidados precisam ser tomados desde a decisão pela laqueadura tubária até a sua completa recuperação. Como já mencionado, antes da cirurgia é importante considerar o período de, no mínimo, 60 dias desde a decisão até sua realização.
Após esse período, o médico ginecologista pode solicitar alguns exames para avaliar o estado geral da paciente e orientá-la quanto ao uso de medicamentos no período anterior à cirurgia. O período de internação não costuma ser maior do que um dia.
Os cuidados pós-operatórios se iniciam logo que a cirurgia se encerra. É importante que a mulher siga todas as recomendações para que não haja complicações, ainda que o risco seja muito pequeno. Fazer repouso e manter uma alimentação saudável são ações essenciais no período de recuperação para que a cicatrização ocorra sem problemas.
À medida que os dias passam, as atividades podem ser retomadas aos poucos, de acordo com as orientações médicas. Os maiores riscos de complicações são relacionados a sangramentos anormais e infecções.
Entre em contato com os especialistas da clínica BedMed e saiba mais sobre esse e outros assuntos.
Fontes:
Clínica de Reprodução Humana BedMed;
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);
Lei nº 14443, de 2 de setembro de 2022 – https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.443-de-2-de-setembro-de-2022-426936016.