Procedimento pode aumentar as chances de sucesso na fecundação quando o casal apresenta problemas de fertilidade
Também chamada de inseminação intrauterina, a inseminação artificial é uma técnica de reprodução assistida em que é realizado o depósito do sêmen diretamente no interior da cavidade uterina durante o período fértil da mulher.
A inseminação artificial é considerada uma técnica de baixa complexidade e é capaz de aumentar consideravelmente as chances de gravidez em casos de infertilidade, principalmente naqueles em que a causa da infertilidade do casal está relacionada com dificuldades ovulatórias, alterações seminais leves ou infertilidade sem causa aparente (ISCA).
Ao contrário de outras técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), na inseminação artificial a fecundação acontece dentro do organismo da mulher, nas próprias tubas uterinas. A diferença é a forma com que o sêmen chega à cavidade uterina.
Como funciona a inseminação artificial?
A inseminação artificial é um procedimento que costuma ser rápido e indolor. Ele inclui as seguintes etapas:
Estimulação ovariana
Esta é a primeira etapa do tratamento da inseminação artificial. O procedimento pode ser realizado em um ciclo natural ou em um ciclo modificado, quando são administradas medicações, por cerca de 12 dias, para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos e, consequentemente, dos óvulos.
A indicação do método e das dosagens dependem da avaliação médica individualizada antes da inseminação artificial, sendo o ciclo modificado mais indicado às pacientes que possuem dificuldades na produção ovariana.
Exames de ultrassonografia são realizados no intuito de acompanhar o crescimento dos folículos, para que, quando estes atingirem o tamanho ideal (algo em torno de 18 milímetros de diâmetro médio), possam ser estimulados para que ocorra a ovulação em até 36 horas.
Coleta e preparação do sêmen
A coleta do sêmen do parceiro é realizada em laboratório. O material é centrifugado para que seja selecionada a melhor qualidade de espermatozoides a serem inseminados. Em casos de não produção de espermatozoides por parte do homem, o sêmen de um doador também pode ser utilizado na inseminação artificial.
O sêmen coletado é processado através de centrifugação e capacitação, para que esteja devidamente preparado para ser inserido no interior do útero da mulher.
Realização da inseminação artificial
Nesta etapa da inseminação artificial, o sêmen é inserido na cavidade uterina com a ajuda de um cateter fino acoplado a um aparelho de ultrassom.
Acompanhamento após o procedimento
Após cerca de 10 a 15 dias, é realizado um teste de gravidez para verificar se a inseminação artificial deu resultado positivo.
Indicações para a inseminação artificial
Mesmo que seja um procedimento de baixa complexidade, é importante que os pacientes se atentem a algumas condições para que seja indicada a inseminação artificial.
As causas da infertilidade conjugal devem ser investigadas minuciosamente com o acompanhamento médico especializado. Somente o profissional poderá indicar a viabilidade do procedimento, porque, a depender do caso, outras técnicas e tratamentos podem ser mais indicados, como a fertilização in vitro.
Algumas das principais indicações para a realização da inseminação artificial incluem:
- Infertilidade sem causa aparente (ISCA);
- Dificuldades na ovulação (usualmente, em pacientes com síndrome dos ovários policísticos);
- Alterações no colo uterino, que dificultam a entrada dos espermatozoides;
- Diminuição na contagem dos espermatozoides (alterações seminais leves – a concentração de espermatozoides deve ser sempre superior a 5 milhões de espermatozoides por ml para a realização da inseminação artificial);
- Endometriose mínima ou leve;
- Presença de muco espesso;
- Casais homoafetivos femininos (com uso de sêmen de doador);
- Maternidade solo (com uso de sêmen de doador).
Qual é a taxa de sucesso?
As taxas de sucesso em técnicas de reprodução assistida costumam ser elevadas. No caso da inseminação artificial, a taxa de sucesso gira em torno de 15 a 20% por ciclo. Quando um procedimento de inseminação intrauterina não dá certo, podem ser realizadas mais duas tentativas em mais dois ciclos diferentes. Caso não haja sucesso em nenhuma das três tentativas, é preferível que se estude a possibilidade de realização de outro método de reprodução assistida.
As taxas de sucesso também dependem da individualidade de cada paciente. Desde os motivos que levaram à realização da inseminação artificial até mesmo particularidades, como estado geral de saúde e idade do casal, influenciam no resultado.
A idade influencia na taxa de sucesso?
Entre os fatores que mais preocupam as mulheres que desejam avaliar a possibilidade de inseminação artificial, a idade é um dos maiores. Sim, a idade influencia diretamente na taxa de sucesso do procedimento.
Naturalmente, a possibilidade de engravidar diminui consideravelmente após os 35 anos. Isso ocorre porque, com o passar do tempo, os óvulos envelhecem naturalmente e diminuem em quantidade, bem como em possibilidade de serem estimulados com sucesso.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) recomenda que a idade máxima para que as mulheres passem por técnicas de reprodução assistida seja os 50 anos, pois a partir dessa idade as chances de sucesso são mínimas e os riscos de complicações são elevados. Entretanto, para a realização de uma inseminação artificial (técnica de baixa complexidade), a idade da mulher geralmente deve ser abaixo dos 35 anos.
Vale recordar que as particularidades de cada corpo contam muito para a qualidade do óvulo, sucesso na fecundação e obtenção da gravidez. Cada caso deve ser avaliado de maneira individualizada. A idade é um critério muito importante, mas não o único.
Por isso, é importante, antes do procedimento, estar ciente de que existem fatores que dificultam o sucesso da inseminação artificial, mas sem deixar que esse conhecimento impeça você de tentar.
Benefícios e limitações
A inseminação artificial raramente causa efeitos colaterais preocupantes. Apesar dos mitos, muitas vezes os momentos após o procedimento são tranquilos e a gravidez, caso se estabeleça, pode ocorrer sem maiores intercorrências.
O mais grave dos possíveis efeitos colaterais da inseminação intrauterina é a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO), que consiste numa série de sintomas causados pela resposta exagerada do corpo aos medicamentos ministrados para a estimulação dos folículos. Ainda assim, a manifestação desse problema é rara.
Outro ponto que deve ser observado é que as chances de sucesso da inseminação artificial são menores do que na FIV. Enquanto na inseminação as taxas de sucesso ficam em torno de 15 a 20% por ciclo, na FIV elas podem chegar a 60% por ciclo.
Entre os benefícios desta técnica, estão o custo relativamente baixo e o fato de o procedimento ser menos invasivo e de menor complexidade.
Como escolher uma clínica de inseminação artificial?
Para evitar efeitos colaterais e aumentar as chances de sucesso de um tratamento de inseminação artificial, é importante que esse procedimento seja realizado por profissionais experientes, que saibam acolher a individualidade de cada paciente e orientar o melhor tratamento possível.
Certifique-se de os profissionais são especialistas em reprodução assistida e no tratamento de inseminação artificial. Avalie a infraestrutura da clínica, as taxas de sucesso nos tratamentos e se há apoio multiprofissional aos pacientes. Também vale entrar em contato com pessoas que realizaram o tratamento.
Na Clínica BedMed, você pode contar com uma equipe pronta para auxiliar você na sua jornada de tratamento. Com um atendimento acolhedor, humanizado e individualizado, você pode ter a certeza de que estará em contato com os profissionais mais capacitados.
Fontes