Tratamento de alta complexidade, consiste na inserção de um único espermatozoide diretamente no óvulo e é indicado principalmente em casos de infertilidade masculina
Os tratamentos de Reprodução Humana Assistida são uma possibilidade para casais que estão tentando engravidar, há pelo menos um ano (ou seis meses, se a mulher tiver mais de 35 anos), de forma espontânea, sem sucesso.
Diversos tratamentos, de baixa ou alta complexidade, podem ser realizados de acordo com a avaliação das necessidades do casal. Um deles é a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides) que possibilita a seleção e injeção de um único espermatozoide diretamente no interior do óvulo, aumentando as chances de sucesso na obtenção da gravidez. Entenda a seguir:
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O que é ICSI?
A injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é um tratamento que consiste na inserção de um único espermatozoide diretamente no citoplasma do óvulo. Esse procedimento facilita o processo de rompimento da zona pelúcida, que é a membrana externa do óvulo.
A ICSI se assemelha muito à FIV convencional, uma vez que o encontro do espermatozoide com o óvulo é realizado em ambiente laboratorial controlado, após a coleta de ambos os gametas. Por causa de todos esses processos, a ICSI é considerada um dos tratamentos de Reprodução Humana Assistida de maior complexidade.
Quando a ICSI é indicada?
Para indicar a ICSI, o médico especialista em Reprodução Humana Assistida realiza uma série de consultas e exames para determinar quais são os fatores causadores da infertilidade conjugal e determinar se este é o melhor tratamento para o casal.
Sendo assim, as principais situações que levam à indicação de ICSI são:
- Oligozoospermia severa, que consiste na redução da quantidade de espermatozoides;
- Teratozoospermia severa, condição em que alterações morfológicas nos espermatozoides levam à infertilidade;
- Azoospermia: ausência de espermatozoides no ejaculado;
- Disfunções ejaculatórias, tais como a ejaculação retrógrada;
- Doenças infecciosas ou imunológicas que possam causar infertilidade;
- Vasectomia prévia;
- Abortamentos de repetição.
Além disso, a ICSI pode ser indicada também em casos de infertilidade feminina causada por baixa reserva ovariana, o que ocorre principalmente quando a mulher tem idade maior que 40 anos. Outra indicação do tratamento pode ser feita quando a fertilização será realizada com gametas criopreservados ou quando o embrião passará pela biópsia pré-implantação (PGT), que pesquisa alterações genéticas.
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Como é feita a ICSI?
Como dito, a ICSI se assemelha à FIV convencional em alguns processos, ainda que tenha uma etapa diferente da fertilização in vitro convencional. Basicamente, o tratamento ocorre conforme as seguintes etapas:
Estimulação ovariana
A estimulação ovariana é realizada com o uso de medicamentos hormonais que promovem o amadurecimento de mais folículos. Assim, é possível obter uma boa quantidade de óvulos maduros para aumentar as chances de sucesso do procedimento. O tratamento dura de 10 a 12 dias, com acompanhamento do crescimento dos folículos por meio de ultrassonografias seriadas.
Coleta dos óvulos
A coleta dos óvulos para a ICSI ocorre de forma semelhante à de uma FIV convencional, sendo feita por meio de uma agulha unida a um equipamento de ultrassonografia transvaginal. O procedimento requer sedação ou anestesia e deve ser realizado em ambiente hospitalar.
Coleta e seleção dos espermatozoides
Os espermatozoides podem ser coletados de duas formas: por meio de masturbação ou, nos casos em que ela não é possível, punção testicular ou do epidídimo. No caso da ICSI, após a coleta, é realizada, em laboratório, a seleção dos melhores espermatozoides para serem utilizados no tratamento.
Fecundação
O processo de fecundação na ICSI se dá em ambiente laboratorial. Nele, um único espermatozoide é inserido, com a ajuda de uma microagulha, diretamente no interior de um único óvulo. Observações microscópicas posteriores são feitas para analisar se a fertilização teve sucesso.
Transferência embrionária
Após alguns dias de acompanhamento do desenvolvimento do embrião, ele é transferido para o útero da mulher com o auxílio de um cateter. Depois de um período de 9 dias, ela deve fazer um exame de dosagem do principal hormônio da gravidez, o Beta-HCG, para confirmá-la.
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Qual é a diferença entre a FIV e ICSI?
Por serem tratamentos de Reprodução Humana Assistida de alta complexidade, muitas pessoas se confundem ao falarem de FIV convencional e ICSI. Como dito, são procedimentos muito semelhantes na maioria das etapas, uma vez que consistem na fecundação e cultivo dos embriões em ambiente laboratorial.
A principal diferença entre a ICSI e a FIV convencional, portanto, é a forma como a fertilização ocorre. Na FIV convencional, os espermatozoides encontram o óvulo de forma natural, isto é, rompendo as suas zonas pelúcidas. Além disso, a FIV convencional pode ser indicada em diversos casos de infertilidade que não necessitam de maior atenção ao momento de encontro dos gametas.
Qual é a taxa de sucesso da ICSI?
Pelo fato de, na ICSI, o espermatozoide ser inserido diretamente dentro do citoplasma do óvulo, suas taxas de sucesso estão entre as mais altas, considerando os tratamentos em Reprodução Humana Assistida mais realizados. Em mulheres de até 35 anos, as chances de sucesso na primeira tentativa podem chegar a mais de 50%.
No entanto, é importante ter atenção a alguns fatores que podem mudar a taxa de sucesso do procedimento. Um deles é a idade da paciente, uma vez que, a partir dos 35 anos, as chances diminuem gradativamente, podendo chegar a menos de 15% a partir dos 40 anos. Ainda assim, trata-se de uma taxa de sucesso maior em comparação aos procedimentos de menor complexidade.
Outros fatores podem implicar no sucesso da ICSI, como as causas específicas de infertilidade do homem — principalmente relacionadas à quantidade e qualidade dos espermatozoides. Alterações anatômicas e de receptividade do endométrio, além de outros fatores de infertilidade feminina, também podem influenciar no sucesso do tratamento.
Nos casos de insucesso do tratamento, outras tentativas podem ser realizadas. Para isso, basta esperar que as taxas hormonais e o ciclo menstrual se normalizem para que o médico avalie a possibilidade de uma nova tentativa.
A Clínica BedMed oferece uma diversidade de serviços e tratamentos em Reprodução Humana, com foco na garantia da qualidade de vida e bem-estar das pacientes.
Fontes:
Associação Brasileira de Reprodução Assistida;
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo);