Saiba como a transferência embrionária ocorre e quais são os cuidados antes e depois desse procedimento
A Fertilização in Vitro é uma das técnicas da Reprodução Humana Assistida de alta complexidade. Esse método consiste na coleta de óvulos e espermatozoides para a fecundação em laboratório. O embrião resultante desse processo é inserido, posteriormente, no útero em um procedimento denominado transferência embrionária, culminando na obtenção da gestação.
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Índice
Como funciona a transferência embrionária?
A transferência embrionária consiste na implantação dos embriões fecundados em laboratório no interior do útero.
Antes do processo de transferência, os embriões são avaliados em laboratório, sendo que os que possuem melhor classificação morfológica são os primeiros a serem transferidos. Em alguns casos, o casal pode optar por realizar o processo de biópsia embrionária para análise genética dos embriões. Nesses casos, os embriões cromossomicamente normais podem ser utilizados no processo de transferência.
O procedimento é simples e não difere muito do protocolo de um exame ginecológico. A paciente permanece em posição ginecológica para que o especialista insira pelo canal da vagina o cateter que auxilia na inserção dos embriões. Em seguida, outro cateter mais fino contendo os embriões suspensos em meio fluido é introduzido.
A transferência embrionária é feita em ambiente ambulatorial de forma rápida e indolor, sem a necessidade de anestesia, sedação ou internação. O procedimento apenas requer repouso durante o dia da realização, que deve ser seguido em casa. No dia seguinte, é possível realizar atividades que não exijam esforços físicos intensos.
Preparativos para a transferência embrionária
A transferência embrionária não exige muitos preparativos. No geral, é apenas recomendado que a paciente beba uma quantidade de água que encha a bexiga e facilite a passagem do cateter e a realização do ultrassom abdominal, evitando traumas no endométrio e possibilitando posicionar os embriões com maior precisão.
O procedimento pode acontecer a fresco, entre o terceiro e o quinto dia após a coleta dos óvulos. Também é possível agendá-lo quando os embriões estão congelados. O médico especialista em Reprodução Humana indicará a melhor opção para o seu caso.
Quantos embriões podem ser transferidos?
O número de embriões que podem ser transferidos depende de alguns fatores, tais como a realização ou não de biópsia embrionária e da idade da mulher. Uma maior quantidade de embriões transferidos pode aumentar ligeiramente as chances de gravidez, ao mesmo tempo que significa maiores riscos de gestação múltipla.
Idade da mulher
A idade da mulher é um fator determinante na transferência embrionária, devendo seguir as normas definidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece limites de acordo com a faixa etária:
- Até 37 anos de idade: é permitido receber, no máximo, dois embriões;
- Acima dos 37 anos de idade: pode receber até três embriões.
- Em caso de embriões que foram submetidos à biópsia embrionária e que são euplóides (cromossomicamente normais), a resolução do Conselho Federal de Medicina delimita a implantação em até dois embriões, independentemente da idade da mulher.
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Em que fase o embrião deve estar para ser transferido?
Após a Fertilização in Vitro, o embrião permanece em um meio de cultura especial que o mantém vivo e permite o seu desenvolvimento, sendo monitorado pelo especialista em Reprodução Humana. A transferência embrionária pode acontecer entre o terceiro e o quinto dia após a fecundação por razões biológicas.
O embrião tem em torno de oito células iguais no terceiro dia de fertilização. No quinto dia, ele já apresenta uma cavidade e várias células, que são diferenciadas em massa celular externa e interna. É durante essa fase chamada de blastocisto que o embrião migra para o útero na gestação espontânea, entre o quinto e o sétimo dia de desenvolvimento.
Portanto, a transferência na fase de blastocisto é mais fisiológica ao considerar que os embriões estão no momento ideal. Ainda assim, o procedimento também pode ser feito no terceiro dia em alguns casos, como quando existem poucos embriões disponíveis, maximizando a sobrevivência deles ao inseri-los no útero mais cedo.
Transferência embrionária a fresco ou congelado?
A transferência embrionária é possível de ser feita tanto a fresco quanto congelado.
No procedimento a fresco, a transferência do embrião é realizada no mesmo ciclo da FIV, após as etapas de estimulação ovariana, punção folicular e fecundação dos gametas masculinos e femininos em laboratório.
Os embriões congelados geralmente são aqueles excedentes de outros ciclos. Algumas das razões para a transferência de embrião congelado são o adiamento da transferência devido a estratégias para melhorar as chances de gravidez ou reduzir complicações no processo, tal como a síndrome do hiperestímulo ovariano. Nesse cenário, o endométrio deve ser preparado com a administração de medicamentos hormonais ainda nos primeiros dias do ciclo menstrual para, somente depois, realizar a transferência embrionária. Essa medida garante melhores possibilidades de implantação e não há perda da qualidade dos embriões devido ao congelamento.
Como ocorre o desenvolvimento embrionário?
O embrião inicia o desenvolvimento logo após a fecundação, tornando-se um zigoto nos primeiros dias em laboratório. Quando é feita a transferência embrionária, ele se implanta no útero e continua a produção de suas células. A placenta se forma para acomodá-lo e nutri-lo.
Os órgãos iniciam a formação a partir da terceira semana da fecundação, período em que o coração começa a bater. Semanas depois, os braços e as pernas se desenvolvem. Por volta da nona semana, ocorre a formação dos ossos, fase em que ele começa a ser chamado de feto. O bebê nasce em torno da 40ª semana.
Cuidados pós transferência embrionária
A implantação do embrião no útero por meio da transferência embrionária é semelhante ao processo da gravidez espontânea. Dessa forma, a mulher está liberada para realizar as atividades rotineiras após o procedimento, como trabalhar e estudar.
Os cuidados, em todos os casos, incluem evitar situações de estresse, não carregar peso e não realizar atividades de impacto. O acompanhamento médico é imprescindível para contemplar a atenção a ocorrências específicas da mãe e do bebê, garantindo a saúde dos dois durante toda a gestação.
Quanto tempo leva para saber se o procedimento deu certo?
A transferência embrionária é a última etapa da FIV. Após esse procedimento, é necessário aguardar de 12 a 14 dias para fazer o exame de sangue Beta-HCG para atestar a gravidez (no caso de transferência de embrião na fase de blastocisto, esse tempo reduz para 9 dias). O recomendado é manter a calma, mas compreendendo que existe um certo grau esperado de ansiedade para saber o resultado depois de semanas de tratamento.
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FONTES:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia