Condição caracterizada pela formação de aderências intrauterinas pode dificultar ou impedir a obtenção da gravidez
As alterações nas estruturas uterinas estão entre as principais causas de infertilidade feminina. Essas condições podem dificultar o encontro dos gametas na fecundação, a implantação do embrião ou os processos de desenvolvimento do endométrio e da ovulação.
Uma das diversas condições que podem levar a alterações é a síndrome de Asherman, que se caracteriza pela presença de aderências na cavidade uterina. É sobre essa condição que vamos falar neste conteúdo.
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Índice
Síndrome de Asherman: o que é?
A síndrome de Asherman é caracterizada pela formação de aderências, também chamadas de sinequias, entre as faces das paredes internas do útero. Isso faz com que surjam obstruções na cavidade uterina, além do espessamento dos tecidos que revestem o útero.
A condição é relativamente rara, atingindo cerca de 1% das mulheres em idade reprodutiva. No entanto, embora tenha essa característica, essa síndrome pode afetar significativamente a qualidade de vida, uma vez que pode causar sintomas incômodos e até infertilidade.
Quais são as causas da síndrome de Asherman?
A principal causa das aderências que caracterizam a síndrome de Asherman é a cicatrização de endométrio e outros tecidos que formam as paredes uterinas. Esse processo pode ocorrer após procedimentos invasivos, como cirurgias, raspagens e curetagens dentro do útero.
Além disso, doenças infecciosas, endometriose, pólipos, miomas e outras condições que afetam a saúde do endométrio, bem como seus tratamentos, também podem ser fatores causadores das sinequias que levam à síndrome de Asherman.
Da mesma forma, muitas gravidezes anteriores (principalmente quando múltiplas) ou abortos de repetição também podem ser considerados causas da síndrome de Asherman.
A síndrome de Asherman apresenta sintomas?
A maioria dos casos de síndrome de Asherman não apresenta sintomas por algum tempo, uma vez que estes dependem das alterações no funcionamento uterino causadas pela presença das aderências. No entanto, quando os sintomas aparecem, os principais são:
- Dores pélvicas e sangramentos, principalmente por causa da dificuldade de expansão e contração do útero;
- Ciclos mais curtos ou ausência de menstruações, uma vez que o endométrio não consegue se desenvolver adequadamente;
- Cólicas menstruais mais intensas;
- Infertilidade ou dificuldade para manter a gestação.
Diagnóstico da síndrome de Asherman
Por ser um problema que, ao menos por um tempo, é quase sempre assintomático, o diagnóstico da síndrome de Asherman costuma ser realizado no processo de investigação da infertilidade ou de alterações no ciclo menstrual.
Exames de imagem, como a histerossonografia ou a histerossalpingografia, podem levantar a suspeita da presença de aderências uterinas. No entanto, a confirmação deve ser feita por meio de uma histeroscopia diagnóstica, um exame de imagem em que uma microcâmera é inserida, por via vaginal e com auxílio de um aparelho chamado histeroscópio, no interior da cavidade uterina para observá-la.
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Tratamento para síndrome de Asherman
A única maneira efetiva de tratar a síndrome de Asherman é o procedimento para remover as aderências uterinas e restaurar a anatomia do interior do útero. Nos casos mais leves, a remoção pode ser feita ainda durante a histeroscopia diagnóstica, quando os instrumentos para o procedimento são inseridos junto ao histeroscópio.
Já nos casos mais graves ou difusos, a remoção das aderências depende da realização de um procedimento cirúrgico mais complexo, como a histeroscopia cirúrgica e, às vezes, a videolaparoscopia cirúrgica em associação.
A síndrome de Asherman afeta a fertilidade?
Como vimos anteriormente, a presença de aderências no interior do útero pode levar à infertilidade. Isso ocorre porque a alteração anatômica causada pelas sinequias pode dificultar ou impedir os processos de fecundação e de implantação do embrião.
Além disso, a formação endometrial inadequada nos ciclos menstruais em mulheres com síndrome de Asherman também é um dos fatores que relacionam essa condição à infertilidade, já que o tecido não consegue se desenvolver adequadamente para a correta implantação do embrião.
Tudo isso pode não somente impedir que a gravidez ocorra, mas levar, durante a gestação, à ocorrência de abortamentos espontâneos, partos prematuros e descolamento ou aderência excessiva da placenta.
É possível engravidar após o tratamento?
Nos casos mais leves de síndrome de Asherman, há maiores chances de que a mulher consiga engravidar espontaneamente. No entanto, casos mais complexos podem afetar a fertilidade de forma mais intensa. Nessas situações, é importante contar com o apoio de uma fertilização in vitro (FIV) após a realização da cirurgia para correção das sinequias.
Na FIV, a fecundação ocorre em ambiente laboratorial, e o embrião é transferido ao útero após alguns dias de desenvolvimento. Assim, é possível estar com o útero mais preparado e receptivo para a gravidez.
Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)