O início precoce das relações sexuais resulta em um grande problema de saúde pública: o aumento da incidência de novos casos de pacientes contaminados pelo papiloma vírus humano, popularmente chamado de HPV. Atualmente, devido ao grande número de pessoas que têm relação sexual sem o uso de métodos de barreira (por exemplo: condom), mais da metade da população brasileira sexualmente ativa é portadora da doença. Entretanto, apesar da alta prevalência do HPV, uma parcela significativa da população não tem conhecimento sobre quais são os possíveis sintomas do HPV.
Segundo dados da pesquisa promovida pela Associação Hospitalar Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde, 54,6% da população entre 16 a 25 anos têm HPV. Como já mencionado, identificar os sintomas do HPV não é tão simples quanto parece. Para minimizar as dúvidas e orientar acerca da doença, os especialistas da clínica BedMed redigiram esse texto com as principais dúvidas sobre o assunto.
Índice
O que é HPV?
O papiloma vírus humano (conhecido pela sigla HPV) é um vírus transmitido principalmente por meio da relação sexual. O ponto mais importante da transmissão dessa doença é que, mesmo quando a paciente utiliza camisinha nas relações sexuais, pode ocorrer a transmissão do vírus. Suas lesões genitais são conhecidas popularmente como “crista de galo” ou “condiloma acuminado”. A infecção causada por esse vírus, quando não tratada de forma adequada e precoce, pode se transformar em algo grave, tal como o câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, pênis e até mesmo orofaringe.
Geralmente, a infecção pelo vírus HPV ocorre de forma assintomática. Porém, quando ocorre manifestação clínica, um dos principais sintomas do HPV é o surgimento de verrugas na genitália. Elas tendem a se apresentar de forma múltipla e com aspecto papuloso — lesões elevadas e sólidas. Na maioria das vezes, as lesões não causam prurido ou irritação local. Vale lembrar que a manifestação clínica da infecção tende a ocorrer quando o indivíduo está com a imunidade baixa.
Dados do Ministério da Saúde indicam que a manifestação do vírus desde o momento da infecção até o surgimento dos primeiros sintomas pode demorar de dois a oito meses. Já foram relatados casos em que a infecção demorou 20 anos para se manifestar no organismo.
Diagnóstico da infecção pelo HPV:
Por se tratar de uma doença de fácil transmissão e que acomete a população em idade sexualmente ativa, é indicado que homens e mulheres, além do uso de preservativo durante todas as relações sexuais, façam consultas médicas periódicas.
No caso das mulheres, quando a doença não se manifesta em local visível (genitália externa), ela pode ser descoberta por meio da realização do exame Papanicolaou e por meio da colposcopia, vulvoscopia e anuscopia. Além disso, existe um exame mais específico chamado de captura híbrida para pesquisa do HPV no trato genital feminino.
Nos homens, o diagnóstico da doença pode ser feito por meio da peniscopia e da anuscopia. Quando existe uma lesão suspeita da infecção pelo HPV, é comum o ginecologista e o urologista solicitarem uma biopsia com estudo anatomopatológico para que se possa diagnosticar se ela tem origem benigna ou maligna.
Quais são os sintomas causados pelo HPV?
Geralmente a infecção pelo HPV não gera sintomas e, por isso, é fundamental realizar exames de rotina ginecológica. Entretanto, quando o vírus se manifesta, a paciente pode desenvolver lesões/verrugas genitais como já mencionado anteriormente.
É importante que a mulher sempre procure aconselhamento médico ao detectar qualquer tipo de alteração anatômica em sua genitália.
Como prevenir o HPV?
A camisinha é o método de melhor eficácia no combate à transmissão do vírus. O uso do preservativo durante as relações sexuais reduz significativamente o número de infecções por esse vírus (porém, não consegue promover 100% de proteção).
Outra forma de se proteger se dá por meio da aplicação da vacina contra o HPV. Ela pode ser obtida de forma gratuita na rede pública de saúde nos seguintes casos:
- Meninas/adolescentes com idade entre 9 a 14 anos;
- Meninos/adolescentes com idade entre 11 a 14 anos;
- Portadores de HIV;
- Transplantados com idade entre 9 a 26 anos.
É possível realizar a imunização do HPV pela rede particular, sendo que o custo da vacina deve ser pago pelo próprio paciente.
Como tratar o HPV?
O tratamento deve ser dividido entre lesões causadas pelo HPV de baixo grau ou lesões causadas pelo HPV de alto grau. No caso de lesões condilomatosas (causadas pelo HPV de baixo grau), o tratamento deve ter o intuito de destruir as lesões. Entre os possíveis tratamentos, destacamos:
- Eletrocauterização;
- Imunomoduladores, que podem estar presentes em pomadas;
- Podofilina;
- Aplicação de ácido tricloroacético (ATA);
- Cirurgia;
- Laser CO2.
Caso a paciente seja portadora de lesões purê-cancerígenas (causadas pelo HPV de alto grau), é fundamental que ela realize avaliação do grau de acometimento da lesão e do local acometido, pois os tratamentos devem ser feitos de maneira individualizada. Nesses casos, é essencial realizar o acompanhamento com o médico ginecologista.
Independentemente de qualquer coisa é importante que ao surgimento de qualquer um dos sintomas da infecção causada pelo HPV, a paciente procure um médico para que seja iniciado o tratamento o mais rápido possível.