A Fertilização in Vitro com ovorecepção é um dos tratamentos indicados para casais com dificuldade de gestar devido à baixa reserva ovariana
Para muitos casais que enfrentam os desafios da infertilidade, mas que têm o sonho de gerar uma criança, a Reprodução Assistida é símbolo de esperança. Nos casos em que a dificuldade de gestar se dá pela baixa reserva ovariana da mulher – seja por causas fisiológicas ou induzidas –, o casal pode optar pela Fertilização in Vitro (FIV) com ovorecepção, utilizando o óvulo de doadoras anônimas ou até mesmo de familiares.
Índice
Quando o procedimento é indicado?
O procedimento de FIV é indicado para casais inférteis, ou seja, aqueles que não conseguem engravidar após 12 meses de relações sexuais frequentes sem o uso de métodos contraceptivos. Quando a causa da infertilidade do casal é a baixa reserva ovariana da mulher, a FIV com ovorecepção pode ser um dos caminhos mais indicados.
Entre as possíveis causas da baixa reserva ovariana estão a idade da mulher, menopausa precoce, tratamentos quimioterápicos prévios, cirurgias e doenças ginecológicas, doenças genéticas ou doenças autoimunes. Nesses casos, são feitos testes confirmatórios de baixa reserva ovariana e o útero é avaliado para confirmar se a paciente é uma boa candidata ao procedimento de FIV por ovorecepção.
Tipos de ovodoação
O Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza duas formas de ovodoação: a voluntária e a compartilhada, que serão explicadas a seguir.
Ovodoação voluntária
A ovodoação voluntária pode ser realizada por qualquer mulher comprovadamente fértil, que tenha menos de 37 anos, sem doenças de caráter genético hereditário e que deseja ajudar casais com dificuldade para engravidar. Porém, uma boa notícia para aquelas que desejam receber um óvulo é que, desde 2021, o CFM autoriza que a doadora seja uma familiar da receptora (em até quarto grau), desde que não incorra consanguinidade.
Ovodoação compartilhada
Já na ovodoação compartilhada, a doadora é uma mulher com boa reserva ovariana que também está passando pela FIV, mas que fará a fertilização com seus próprios óvulos. Nesses casos, é comum que a própria clínica de Reprodução Assistida conecte essas mulheres e organize a doação e a ovorecepção.
Esse tratamento não tem característica comercial e deve ser anônimo, ou seja, a doadora e a receptora não têm suas identidades reveladas. Além disso, os custos da coleta dos óvulos costumam ser compartilhados entre as duas famílias.
Programa de ovorecepção: conheça as regras do CFM
Os programas de doação e ovorecepção são regulados pela resolução n. 2.168/2017 do CFM. Segundo esse documento, existem duas regras para poder receber um óvulo: ter menos de 50 anos de idade (exceção para as mulheres que apresentam-se saudáveis e cujos médicos aprovem a realização do tratamento de Reprodução Assistida em idades mais avançadas) e não realizar qualquer pagamento pelo material biológico recebido, ou seja, diferente de como ocorre em outros países, não pode haver qualquer tipo de lucro para a doadora.
Há, também, regras instituídas pelo CFM (que foram atualizadas ao longo dos anos) para as mulheres que vão doar os óvulos. As condições para ser doadora são:
- Ter menos de 37 anos;
- Não ter doenças genéticas hereditárias;
- Não ter doenças infectocontagiosas;
- Não ter consanguinidade com a receptora, caso seja familiar;
- Ter boa reserva ovariana.
Como é feito o procedimento?
Após definir quem será a doadora, é preciso “sincronizar” seu ciclo menstrual com o da receptora, a fim de que o endométrio esteja pronto para receber o embrião e ele possa se desenvolver adequadamente. Após essa indução dos ciclos com medicamentos, é feita a coleta dos óvulos da doadora e dos espermatozoides do parceiro da receptora ou de um doador (a depender da escolha da receptora e do seu estado civil).
O próximo passo é a FIV em si, um procedimento feito em laboratório e que consiste em fecundar o óvulo da doadora com o espermatozoide coletado, ou seja, realizar a fertilização. Após unir os dois gametas e formar o embrião, ele será transferido para o interior do útero da receptora, onde poderá se desenvolver ao longo da gestação.
Taxa de sucesso da Fertilização in Vitro pela ovorecepção
Embora seja difícil precisar a probabilidade de sucesso em cada caso de FIV por ovorecepção, alguns estudos e análises internacionais indicam que mulheres na faixa dos 40 anos de idade têm 51% de probabilidade de engravidar no primeiro ciclo e 70% nos ciclos seguintes, utilizando o material biológico congelado proveniente da doadora.
Por esses motivos, a FIV por ovorecepção é uma técnica de Reprodução Assistida que cresce em todo o mundo, sendo que na Europa já corresponde a mais de 40% dos tratamentos de infertilidade. O Brasil está seguindo o mesmo caminho.
Preço do processo de FIV com óvulos doados
A FIV por ovorecepção é um procedimento que tem grandes chances de sucesso no primeiro ciclo, mas que em alguns casos é necessário realizar outras tentativas de fertilização. Impactam, nesses resultados, características genéticas da doadora, da receptora e até mesmo do doador de espermatozoide, não sendo possível prever o tempo de tratamento e a quantidade de ciclos necessários para cada casal.
Assim, a recomendação é consultar diretamente o profissional escolhido a respeito dos valores praticados. A FIV por ovorecepção é um tratamento que pode ajudar a realizar o sonho da maternidade e da paternidade, portanto a escolha de um profissional responsável, qualificado e que se empenhará ao longo dessa jornada deve ser feita com cautela.
Entre em contato com os especialistas da clínica BedMed e saiba mais sobre esse e outros assuntos.
Fontes:
CFM;
EggDonation;
The Donor Solution.