Medicamento possui hormônios sintéticos em sua composição para inibir os processos de fecundação e início da gravidez
Pílula anticoncepcional é o nome dado ao medicamento de ação hormonal que inibe a ocorrência da fecundação. Por esse motivo, ela é amplamente utilizada e indicada, sendo o método contraceptivo reversível mais frequentemente utilizado entre as mulheres brasileiras.
Embora seja muito comum, o uso da pílula anticoncepcional ainda é cercado de dúvidas e receios, que vão desde sua eficácia, até os possíveis efeitos colaterais.
Índice
Como funciona a pílula anticoncepcional?
De forma geral, a pílula anticoncepcional é um medicamento em forma de comprimido, que tem como base hormônios sintéticos semelhantes aos que já existem no organismo feminino — na maioria dos casos, estrogênio e progesterona.
A principal função do medicamento no organismo é dificultar o processo de fecundação. Isso ocorre por meio da ação em dois mecanismos: inibição da ovulação e espessamento do muco cervical, de modo a dificultar a mobilidade dos gametas masculinos.
As duas situações ocorrem porque o organismo interpreta a presença da progesterona e do estrogênio sintéticos como naturais, tornando desnecessária a produção dos hormônios responsáveis pelo amadurecimento dos óvulos e preparação do sistema reprodutivo para a gravidez.
Além disso, a progesterona contida na formulação das pílulas anticoncepcionais pode atuar dificultando a correta formação do endométrio, dificultando a implantação do embrião, caso a fecundação venha a ocorrer.
Tipos de pílulas anticoncepcionais
As pílulas anticoncepcionais podem ser classificadas em três tipos:
Pílula monofásica
Ela é formulada com a mesma dosagem de estrogênio e progesterona em todos os comprimidos, é o tipo de pílula anticoncepcional mais utilizado pelas mulheres. O uso deve se iniciar entre o primeiro e o quinto dia do ciclo menstrual até o fim da cartela. Depois, é necessária uma pausa de 7 dias antes de recomeçar.
Pílula multifásica
Nesse tipo de pílula, as dosagens de estrogênio e progesterona podem variar entre os comprimidos, devendo ser tomadas em uma ordem pré-estabelecida de acordo com o dia do ciclo menstrual. Dessa forma, ao usar a pílula multifásica, são simuladas as variações hormonais naturais do ciclo menstrual. O intervalo de pausa pode variar de acordo com a composição de cada pílula;
Minipílula
Nome antigo dado à pílula que contém somente a progesterona em sua formulação e é indicada principalmente às mulheres que estão amamentando e não desejam engravidar novamente ou para as mulheres que não podem fazer uso do hormônio estrogênio.
Há contraindicação para o uso do anticoncepcional?
Ao indicar o uso de pílula anticoncepcional, é fundamental que se faça uma avaliação completa do estado de saúde da paciente, uma vez que seu uso pode ser contraindicado em casos de pacientes com condições como:
- Hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares;
- Diabetes;
- Enxaqueca crônica;
- Câncer de mama;
- Gravidez ou suspeita de gravidez.
A pílula anticoncepcional é confiável?
É importante ter em mente que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz, ou seja, é possível engravidar ainda que o uso da pílula anticoncepcional seja feito de forma correta. No entanto, as chances de insucesso na anticoncepção são ainda maiores se o uso do medicamento não for feito corretamente.
Uma das formas de garantir a melhor eficácia do medicamento, além do acompanhamento constante do médico ginecologista para indicar o melhor tipo de tratamento para cada paciente, é se certificar de tomar os comprimidos todos os dias, respeitando os horários e pausas no tratamento.
Existem efeitos colaterais?
Uma das principais preocupações das mulheres que utilizam pílula anticoncepcional é a respeito dos efeitos colaterais da medicação, que ocorrem principalmente por causa das alterações hormonais proporcionadas por ela.
Nesse sentido, os principais efeitos colaterais são:
- Alterações no fluxo menstrual;
- Dores abdominais;
- Aumento de peso;
- Surgimento ou intensificação de acne;
- Redução da libido;
- Náuseas.
Os efeitos colaterais acima são os mais comuns à maioria das mulheres. Mesmo assim, se causarem muito incômodo à paciente, devem ser comunicados ao médico com o intuito de traçar uma nova estratégia de tratamento.
Além disso, existem efeitos colaterais que surgem quando a pílula anticoncepcional não é tomada corretamente. Um deles é o favorecimento à formação de coágulos sanguíneos, que pode levar à trombose venosa — risco aumentado em mulheres que fumam ou que já tenham outros fatores de risco para a trombose.
Quando devo parar de tomar a pílula para engravidar?
Muitas mulheres que tomam pílula anticoncepcional desejam engravidar em algum momento. De forma geral, se não houver nenhum outro fator de infertilidade, a maioria consegue engravidar em até seis meses após a interrupção da medicação.
No entanto, o momento certo para parar de tomar a pílula dentro do ciclo menstrual deve ser discutido de forma individual com o médico ginecologista, uma vez que não é recomendado que a paciente simplesmente pare de tomá-la por conta própria.
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Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia