Sangramentos irregulares e dificuldade para engravidar estão entre os possíveis sintomas da presença de pólipo uterino
O pólipo endometrial é uma lesão frequentemente benigna, mas que preocupa mulheres em idade fértil que desejam engravidar. Esses pólipos podem comprometer a fertilidade e a implantação do embrião ao interferir na capacidade do útero de oferecer um ambiente propício para a sua fixação e desenvolvimento.
Dessa forma, o pólipo uterino pode alterar o revestimento do útero, tornando-o menos receptivo e, consequentemente, dificultando a adesão do embrião e aumentando o risco de abortos espontâneos. O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento adequado e melhorar as chances de gravidez. Saiba como identificar e tratar essa patologia.
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Índice
O que é pólipo endometrial?
Também chamado de pólipo uterino, o pólipo endometrial é uma condição caracterizada pelo crescimento anormal de células do endométrio, camada que reveste o útero internamente. Esse crescimento resulta na formação de uma massa ou papila que pode se projetar para dentro da cavidade uterina.
O pólipo uterino pode ter diferentes tamanhos, desde alguns milímetros a vários centímetros, estar localizado em partes diferentes do útero, ser único ou múltiplo. Além disso, pode surgir em mulheres em idade fértil ou na pós-menopausa, sendo mais frequente no último caso.
O que causa o pólipo endometrial?
As causas dos pólipos endometriais ainda não são completamente compreendidas. No entanto, estudos indicam que certos fatores podem contribuir para o surgimento dessas protuberâncias. São eles:
Obesidade e sobrepeso
A obesidade e sobrepeso possuem ligação com o pólipo uterino devido aos quadros de desequilíbrio hormonal e de inflamação crônica que provocam. O acúmulo de gordura está relacionado a um estado de inflamação crônica corporal, que resulta em alterações na estrutura e na função do endométrio, levando ao crescimento dessas saliências.
Quanto à questão hormonal, o excesso de tecido adiposo aumenta a produção de estrogênio, hormônio reprodutivo que leva ao crescimento anormal das células endometriais que formam o pólipo endometrial. Além disso, a gordura corporal provoca alterações metabólicas que interferem no ciclo menstrual e no ambiente do útero, propiciando o desenvolvimento do pólipo uterino.
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Menopausa
A menopausa possui ligação com o pólipo endometrial por diferentes razões, como o desequilíbrio hormonal característico dessa fase. Além disso, ele também pode ser consequência da exposição prolongada ao estrogênio, que estimula o crescimento de células endometriais, por causa do uso de terapias de reposição hormonal (TRH).
Síndrome dos ovários policísticos
A síndrome dos ovários policísticos é uma doença causada pelo desequilíbrio dos hormônios, quando existe uma produção desregulada de progesterona e uma exposição prolongada ao estrogênio, o que favorece o desenvolvimento do pólipo endometrial.
A SOP também está associada a um estado de inflamação crônica corporal, o que provoca alterações no revestimento interno uterino.
Uso prolongado de estrogênios
O estrogênio estimula o crescimento e proliferação das células do endométrio. Se os níveis desse hormônio estiverem elevados por um longo período, em especial se não houver uma quantidade suficiente de progesterona para contrabalancear o efeito provocado por ele, pode ocorrer a formação de pólipo endometrial.
Por isso, mulheres que utilizam a terapia de reposição hormonal (TRH) com estrogênio estão expostas aos riscos de desenvolver pólipo uterino, em particular nos casos em que o tratamento é prolongado e não é acompanhado pelo uso de progesterona. Da mesma forma, existem riscos relacionados a algumas formas de contraceptivos hormonais que contenham alta dosagem de estrogênio.
Uso de tamixofeno
O tamoxifeno é um modulador seletivo dos receptores de estrogênio (SERM) usado no tratamento do câncer de mama com o propósito de bloquear o efeito do estrogênio em tecidos mamários cancerígenos. No entanto, ele pode estimular o desenvolvimento de células do endométrio e contribuir para o surgimento de pólipo endometrial.
O pólipo endometrial é perigoso?
Apesar de ser um crescimento anormal no revestimento interno do útero, o pólipo uterino frequentemente é benigno e assintomático, podendo ser descoberto em exames de rotina. Quando apresenta sintomas, os mais frequentes são dores pélvicas e sangramentos irregulares. De qualquer forma, é necessário realizar o acompanhamento médico.
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Ele pode virar câncer?
Existe um risco de que o pólipo endometrial se torne um câncer em 3 a 4% dos casos, particularmente em mulheres após a menopausa ou com histórico de câncer endometrial. Devido a essa possibilidade, eles podem ser removidos e examinados para descartar a presença de células cancerígenas. Alguns fatores estão associados à progressão para um tumor maligno:
- Tamanho do pólipo;
- Idade avançada;
- Hipertensão arterial;
- Obesidade;
- Modificações genéticas.
O que o pólipo endometrial pode causar?
Além da possibilidade de se tornar um câncer, o pólipo endometrial pode causar sintomas e complicações, como sangramento após a menopausa ou mesmo durante a gravidez, além de infertilidade, pois atrapalha a implantação do embrião no endométrio.
Principais sintomas dos pólipos uterinos
Ainda que o pólipo endometrial possa ser assintomático em parte significativa dos casos, algumas mulheres apresentam sintomas que podem ser confundidos com outras doenças ginecológicas. Alguns dos sintomas mais comuns são:
- Sangramento entre períodos menstruais;
- Sangramento intenso durante a menstruação;
- Sangramento após as relações sexuais;
- Aumento da dor durante o período menstrual;
- Dificuldade para engravidar;
- Sangramento após a menopausa.
Como o diagnóstico é realizado?
O pólipo endometrial pode ser diagnosticado durante o exame especular, realizado pelo ginecologista em consulta, quando ele é volumoso. Na maioria dos casos, a suspeita surge na ultrassonografia transvaginal e a confirmação é feita com a histeroscopia, um procedimento considerado padrão-ouro devido à possibilidade de visualizar a cavidade do útero com o auxílio de uma câmera.
Como tratar o pólipo endometrial?
O tratamento de pólipos uterinos pequenos, assintomáticos e sem fatores de risco associados costuma ser a observação médica durante um período. Quando apresenta sintomas e potencial de malignidade, o pólipo é removido e enviado para análise.
Como é a cirurgia para retirada do pólipo endometrial?
A retirada do pólipo endometrial é feita por meio da histeroscopia cirúrgica, uma técnica minimamente invasiva que envolve a inserção de instrumentos e de uma pequena câmera via transvaginal. O procedimento permite maior precisão devido à possibilidade de visualizar o interior do útero em tempo real e de realizar a remoção completa do pólipo (polipectomia) com o auxílio da ressecção elétrica ou da pinça, minimizando os danos ao tecido uterino.
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Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)