Ao acompanhar o desenvolvimento da gestação e, principalmente, quando o momento do parto está se aproximando, é comum surgirem várias dúvidas e decisões a serem tomadas. Uma das principais dúvidas está relacionada ao tipo de anestesia que será aplicada no momento do parto. A melhor opção de anestesia sempre será avaliada pelo médico obstetra em conjunto com o médico anestesiologista e levará em conta o estado de saúde da gestante e do bebê.
A dor é algo que pode variar de uma pessoa para outra e, no momento do parto, o processo não é diferente. O surgimento e a intensidade da dor dependem de diversos fatores, tais como a sensibilidade da gestante, tamanho e posição do bebê e a intensidade das contrações uterinas.
Para auxiliar nesse momento tão especial e assegurar que tudo correrá da melhor forma possível, levando em consideração todas as peculiaridades da gestação em questão, os ginecologistas obstetras recomendam três tipos de anestesia para a hora do parto. São elas:
- Raquidiana;
- Peridural e
- Duplo bloqueio.
Entenda melhor como funciona cada uma das anestesias:
Índice
Anestesia raquidiana
A raquidiana ou “raqui”, como é popularmente chamada, recebe esse nome por ser uma anestesia aplicada no espaço subaracnóideo, o vão compreendido entre uma vértebra e outra, onde circula o líquido cefalorraquidiano, responsável por transportar substâncias e amortecer a medula espinhal e o córtex cerebral. Possui efeito imediato de bloqueio motor, mas mantém a paciente consciente.
É aplicada com o auxílio de uma agulha de cerca de 12 cm de comprimento e com espessura de um fio de cabelo. Para aliviar os incômodos da aplicação da “raqui”, é comum que os especialistas realizem uma anestesia local na coluna lombar da paciente, minutos antes, com o intuito de que o procedimento seja praticamente indolor.
Mais recomendada para casos de parto cesariana devido ao efeito perdurar por cerca de 3 horas, tempo necessário para a realização do procedimento. Contudo, é um tipo de anestesia indicada em casos de parto normal, quando a gestante chega ao hospital apresentando sinais avançados de trabalho de parto.
Anestesia peridural
A anestesia peridural também é injetada entre as vértebras da região lombar, no espaço epidural (diferentemente da anestesia raquidiana). Por meio de punção e, com o auxílio de um cateter, é administrada a anestesia, de forma contínua ou espaçada, de acordo com a necessidade de cada caso.
A agulha utilizada para a aplicação possui 10 cm de comprimento e espessura aproximada de um grafite 0,9. Com a anestesia peridural, a paciente não sente as dores do trabalho de parto, apesar de ainda estar totalmente consciente.
A principal diferença para a raquidiana é a possibilidade do médico controlar a quantidade de anestésico injetado na paciente ao longo do parto, de acordo com as suas necessidades. Além disso, a quantidade de anestésico utilizada é maior do que na “raqui”.
É a anestesia mais indicada para os casos de parto normal porque a paciente continua tendo contrações, apesar de não senti-las, e pode durar o tempo que for necessário, devido à vantagem de administrar as doses por meio do cateter.
Duplo bloqueio
Também chamada de anestesia combinada, o duplo bloqueio é caracterizado quando os anestesistas optam por utilizar a anestesia peridural e raquidiana em conjunto. Isso ocorre porque a raquidiana possui efeito de bloqueio motor imediato, aliviando as dores da gestante, enquanto a peridural possui maior durabilidade anestésica.
No duplo bloqueio é realizada apenas uma punção lombar na gestante, aplicada de forma semelhante à peridural, e, por meio da mesma agulha, é introduzida uma agulha mais fina que será alocada dentro do espaço subaracnóideo – realizando a raquianestesia no mesmo instante. Após a aplicação da “raqui”, a agulha mais fina é retirada e, ainda utilizando a agulha da peridural, o especialista insere o cateter que possibilita a administração da anestesia peridural.
É indicada para casos de parto normal, visto que permite manter o trabalho de parto até o momento expulsivo do bebê sem que a gestante sinta dores. Também pode ser utilizada nos casos em que o obstetra identifica a necessidade de aumentar o efeito anestésico da cesárea.
Assim como o tipo de parto, é essencial a gestante conversar com o especialista que irá realizar a anestesia para poder esclarecer todas as suas dúvidas.