A displasia cervical, também chamada de neoplasia intra-epitelial cervical, é caracterizada por ser uma alteração que acomete as células do colo do útero. De acordo com ginecologistas, essa alteração é habitualmente gerada a partir da infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) e, na maior parte dos casos, não apresenta nenhum sintoma, sendo diagnosticada a partir da realização de exames ginecológicos de rotina (Papanicolaou, por exemplo).
A displasia cervical pode ser subdividida em diversos graus, sendo que quanto mais elevado for o grau da displasia, maior será o risco de transformação dessa lesão para câncer. Essa alteração acontece, principalmente, em mulheres que tiveram a primeira relação sexual muito cedo, que possuem múltiplos parceiros sexuais ou que apresentam alguma doença sexualmente transmissível (o risco de coinfecção é elevado).
Índice
Quais são as principais causas da displasia cervical?
A infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) é indicada por especialistas em ginecologia como a principal causa da displasia cervical. Essa associação baseia-se no fato de que esse vírus promove diversas alterações intracelulares, gerando um maior grau de diferenciação entre as células e, consequentemente, maior risco de malignidade.
No entanto, nem todas as mulheres acometidas pelo papiloma vírus humano desenvolvem a displasia do colo uterino. Isso confirma que o vírus HPV por si só não é suficiente para ocasionar o distúrbio celular da cérvix. Os principais fatores associados ao surgimento da neoplasia intraepitelial cervical são:
- Múltiplos parceiros sexuais;
- Início da atividade sexual antes dos 18 anos de idade;
- Tabagismo;
- Dieta inadequada (pobre na ingestão de frutas e vegetais);
- Sedentarismo;
- Infecção pelo vírus HIV;
- Influências imunológicas.
Atualmente existem mais de 150 subtipos diferentes de HPV, sendo que eles podem ser divididos basicamente em dois tipos de ação diferentes: grupo A (baixo risco) ou grupo B (alto risco). A partir do subtipo específico de vírus, as manifestações clínicas que a infecção irá promover no organismo da paciente e o potencial de evoluir para um câncer podem ser mais ou menos significativos. Os vírus considerados de baixo grau (HPV tipo 6 e tipo 11, por exemplo) são os responsáveis pelo surgimento de verrugas genitais, que raramente evoluem para uma doença cancerígena. Já os nomeados de alto grau (HPV tipo 16 e tipo 18, por exemplo) são os responsáveis pelas lesões mais graves no colo do útero e pelo surgimento de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Como a displasia cervical é diagnosticada?
Como, na maioria dos casos, a displasia cervical é assintomática, seu diagnóstico é feito por meio de exames ginecológicos de rotina. A melhor forma de identificar a displasia cervical é realizando as consultas com o médico ginecologista e os exames de rotina periodicamente.
No entanto, para a confirmação da existência ou persistência da neoplasia intraepitelial cervical é comum que os especialistas solicitem exames de acompanhamento, como o Papanicolaou, a colposcopia (um exame realizado com o auxílio de um tipo de microscópio) e a vulvoscopia. Caso seja necessário, a biópsia deverá ser realizada.
Vale lembrar que a displasia cervical é assunto sério e precisa ser criteriosamente avaliada por um especialista na área, para que o mesmo possa orientar qual é o melhor tipo de tratamento para cada caso. Esteja sempre em dia com os seus exames e faça o seu check-up pelo menos uma vez ao ano!