Essa alteração pode afetar a fertilidade, prejudicar a continuidade de uma gestação e até mesmo causar desconfortos à paciente
Istmocele é uma condição médica caracterizada pela existência de uma cicatriz inadequada no segmento inferior do útero, mais especificamente no local da incisão de uma cesariana anterior. Essa cicatriz forma uma espécie de “bolsa” ou “nicho” na parede uterina, que pode acumular fluidos e causar uma variedade de sintomas e complicações.
A istmocele pode exigir avaliação e tratamento por um ginecologista, especialmente se causar desconforto ou outras complicações. A condição pode ser relevante para a saúde reprodutiva, uma vez que esta alteração pode interferir diretamente na fertilidade. Entenda melhor a seguir!
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Índice
Como a istmocele pode afetar a fertilidade?
A istmocele pode impactar a fertilidade de várias maneiras, uma vez que sua presença pode levar a:
Alteração no transporte dos espermatozoides
A bolsa ou nicho formado pela cicatriz pode criar uma barreira física, dificultando o transporte do espermatozoide através do canal cervical e do útero até as trompas de Falópio, onde ocorre a fertilização. Essa obstrução pode reduzir a quantidade de espermatozoides que chega ao óvulo, diminuindo as chances de fertilização.
Retenção de sangue menstrual
O nicho da istmocele também pode reter sangue menstrual, levando à formação de uma “piscina” de sangue dentro do útero. Esse acúmulo pode causar inflamação ou infecção, prejudicando o ambiente uterino e tornando-o menos propício para a implantação do embrião.
Inflamação e infecção
A retenção de sangue e tecidos na istmocele pode favorecer a ocorrência de infecções uterinas, como a endometrite. A inflamação resultante pode criar um ambiente hostil para a implantação e desenvolvimento do embrião, além de afetar a saúde geral do endométrio.
Impacto na implantação do embrião
A presença de um nicho ou cavidade na parede uterina pode alterar o microambiente endometrial. Essa alteração pode dificultar a implantação do embrião ou aumentar o risco de abortos precoces devido a um ambiente endometrial inadequado.
Alterações na contração uterina
A cicatriz e a formação de um nicho podem alterar os padrões de contração do útero. Essas alterações podem impactar negativamente a capacidade do embrião de se implantar e se desenvolver adequadamente, interferindo na capacidade do útero de sustentar uma gravidez.
Prejuízo ao muco cervical
A istmocele pode afetar a produção ou a qualidade do muco cervical, que é fundamental para a sobrevivência e o transporte dos espermatozoides. Um muco cervical inadequado pode dificultar a movimentação dos espermatozoides através do trato reprodutivo feminino.
Fatores de risco
A formação de uma istmocele pode ser influenciada por vários fatores, sendo favorecida por determinadas condições, tais como:
- Múltiplas cesarianas;
- Aplicação de técnicas inadequadas de sutura durante a cesariana;
- Infecção pós-operatória;
- Baixa qualidade do tecido cicatricial (que pode ser comprometida por fatores como idade avançada, doenças crônicas como diabetes ou deficiências nutricionais);
- Cesáreas de emergência;
- Complicações obstétricas;
- Fatores individuais como doenças ginecológicas ou predisposição genética.
A istmocele apresenta sintomas?
A istmocele pode apresentar diversos sintomas, que variam em intensidade e podem impactar significativamente a qualidade de vida da mulher. Os principais incluem:
- Sangramento uterino anormal;
- Menstruação prolongada;
- Sangramento irregular e frequente entre as menstruações;
- Dor pélvica, que pode ser mais intensa durante o período menstrual;
- Dificuldade para conceber;
- Tendência a retenção de fluidos;
- Corrimento vaginal anormal.
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Consequência da istmocele para a gravidez
A presença de uma istmocele pode ter várias consequências para a gravidez, tanto em termos de fertilidade quanto em termos de complicações durante a gestação. Isso porque a retenção de sangue e fluido na bolsa formada pela cicatriz pode criar um ambiente desfavorável para a implantação do embrião e a presença da cicatriz pode atuar como uma barreira física para os espermatozoides, dificultando a fertilização.
Nesse sentido, a istmocele pode levar a:
- Implantação anormal do embrião, aumentando o risco de abortos espontâneos;
- Comprometimento da capacidade do útero de sustentar uma gravidez;
- Complicações durante a gestação;
- Dor e desconforto durante a gravidez;
- Complicações no trabalho de parto, com risco aumentado de parto prematuro.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico da istmocele envolve uma combinação entre avaliação clínica e exames de imagem. Entre os principais métodos usados para diagnosticar a condição, estão a avaliação da história clínica da paciente e dos sintomas apresentados, além da realização de exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal, ressonância nuclear magnética da pelve ou histeroscopia diagnóstica.
O diagnóstico adequado da istmocele é essencial para planejar o tratamento. Consultar um ginecologista ou especialista em Medicina Reprodutiva é crucial para a realização desses exames e a interpretação correta dos resultados. Um diagnóstico precoce e preciso pode ajudar a manejar os sintomas e melhorar a fertilidade e a saúde geral da paciente.
Como é a recuperação pós-tratamento?
A recuperação após o tratamento da istmocele depende da abordagem aplicada. No caso da realização de histeroscopia cirúrgica, um procedimento minimamente invasivo utilizado para corrigir a cicatriz, a maioria das mulheres pode retornar às atividades normais dentro de algumas semanas (habitualmente em cerca de 15 dias).
A laparoscopia é outra técnica minimamente invasiva usada para tratar a istmocele, através da qual pequenas incisões são feitas no abdome para inserir um laparoscópio e instrumentos cirúrgicos que corrigem a cicatriz. O período de recuperação também gira em torno de 15 dias.
A laparotomia, por sua vez, é uma cirurgia abdominal aberta realizada em casos mais graves de istmocele. Esse procedimento é mais invasivo e requer um período de recuperação mais longo, levando de quatro a seis semanas para a recuperação completa da paciente.
Há, ainda, a possibilidade de adotar tratamentos não cirúrgicos, como o uso de anticoncepcionais orais ou dispositivos intrauterinos. Nesses casos, o corpo da paciente pode levar algumas semanas para se ajustar à nova abordagem. Esses tratamentos são indicados para mulheres que não almejam engravidar novamente.
Para saber mais a respeito da istmocele e seus tratamentos, agende sua consulta e converse com um especialista da Clínica BedMed.
Fontes: