Saiba como é feita a inseminação artificial para casal homoafetivo feminino e como é possível as duas parceiras participarem ativamente da obtenção da gestação
O tratamento de inseminação artificial para casal homoafetivo feminino permitiu que mulheres em relação homoafetiva possam ter filhos biológicos. Esse tipo de tratamento é liberado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 2011.
Para casais homoafetivos femininos, a técnica de Reprodução Assistida vai depender da avaliação médica individualizada do casal e da própria escolha das parceiras envolvidas no processo. Basicamente, existem duas opções: a inseminação artificial para casal homoafetivo feminino ou a fertilização in vitro (FIV), com possibilidade de realizar um processo chamado de gestação compartilhada (uma das parceiras realiza o estímulo hormonal e a coleta de óvulos e a outra parceira recebe o embrião formado e passa pelo processo da gestação).
Conheça a seguir as particularidades dos tratamentos de inseminação artificial para casal homoafetivo feminino e como definir qual é o melhor método para cada caso.
Índice
Como funciona a inseminação artificial para casal homoafetivo feminino?
A Reprodução Assistida para casais homoafetivos depende, invariavelmente, da doação de gametas. No caso das mulheres, elas podem acessar o banco de sêmen para selecionar um doador com as características desejadas (tanto banco nacional como banco internacional).
Todo o processo de seleção do doador é mediado pelo médico especialista em Reprodução Humana, sendo uma determinação do CFM que a identidade do doador seja anônima. Apesar disso, é possível escolher o doador de acordo com características físicas, histórico pessoal e familiar, interesses e outros marcadores registrados no banco de dados do banco de sêmen.
Além dessa etapa no tratamento de inseminação artificial para casal homoafetivo feminino, existem outas escolhas que vão influenciar diretamente a técnica de Reprodução Assistida que deverá ser utilizada.
Participação das duas parceiras
Diferentemente dos casais homoafetivos masculinos, as mulheres podem optar por diferentes técnicas de Reprodução de acordo com o desejo de ambas as parceiras participarem ativamente desse momento.
É possível que apenas uma das parceiras seja responsável pelo fornecimento do material genético e pela gestação, mas essas etapas também podem ser divididas entre elas, conforme o desejo pessoal e conjunto de cada casal.
Independentemente do tratamento, é fundamental que as parceiras passem por uma avaliação completa na clínica de Reprodução Humana, incluindo:
- Avaliação individualizada do histórico médico e da idade de cada uma das parceiras;
- Existência de doenças crônicas e uso de medicamentos;
- Análise da reserva ovariana de cada uma das parceiras;
- Integridade das tubas e do útero de cada uma das parceiras.
O recomendado é que os gametas femininos sejam obtidos da paciente com menor idade (principalmente abaixo dos 35 anos: idade a partir da qual aumentam as chances de transmissão de alterações cromossômicas para a prole). Isso é importante, pois aumentam-se as taxas de sucesso de uma possível fertilização e da formação de um embrião de boa qualidade (com maior potencial de gerar uma gravidez clínica).
A seguir, entenda quais são as principais técnicas de Reprodução Assistida disponíveis para casais homoafetivos femininos.
Inseminação artificial
O tratamento mais simples para Reprodução Humana de um casal homoafetivo feminino é a inseminação artificial com uso de sêmen de doador.
Nesse método, a mulher que fará a concepção passa por um estímulo ovariano monitorado por exames de ultrassom e, no dia próximo à ovulação, é feita a inserção do sêmen do doador, preparado em laboratório, no interior de sua cavidade uterina.
A fecundação ocorre naturalmente na porção ampular das suas trompas, com posterior implantação do embrião no interior da sua parede uterina, para então confirmar a gestação (em cerca de 10 dias após o procedimento). O método tem chances de sucesso que variam entre 15 e 18%, ou seja, as mesmas de uma concepção espontânea.
Na inseminação artificial, apenas uma das parceiras participa de forma ativa do processo. Para que esse tratamento seja possível, a paciente tem que apresentar uma boa reserva ovariana, ao menos uma tuba uterina sem alterações e uma cavidade uterina ampla e sem distorções anatômicas. O sêmen do doador deve apresentar uma boa concentração seminal (ao menos 5 milhões de espermatozoides por ml de sêmen).
Fertilização in vitro
Alguns casais, entretanto, optam pela participação ativa das duas parceiras no tratamento de Reprodução. Nesses casos, é realizada a fertilização in vitro (processo denominado de gestação compartilhada), que é um tratamento mais complexo, porém com maiores chances de sucesso.
Nessa técnica de Reprodução Assistida é feita a estimulação ovariana de uma das mulheres e coleta dos gametas femininos (quanto eles estiverem maduros) por meio da punção ovariana.
A fecundação do óvulo pelo espermatozoide é feita em laboratório e o desenvolvimento dos embriões é acompanhado pela equipe de Embriologistas.
Posteriormente, no momento adequado, o embrião (preferencialmente blastocisto – nome dado ao embrião quando ele atinge o quinto dia de desenvolvimento) é transferido para o interior do útero da sua parceira, que será responsável pela gestação. A transferência de embriões só ocorre após o devido preparo uterino com o uso de hormônios.
Nesse caso, portanto, pode ser usado o material genético de uma parceira enquanto a outra é responsável pela gestação, com participação ativa das duas mulheres.
A opção entre a FIV ou a inseminação artificial para casal homoafetivo feminino depende do desejo do casal, mas também da orientação do médico especialista em Reprodução Humana.
Entre em contato com os especialistas da clínica BedMed e saiba mais sobre a inseminação artificial para casal homoafetivo feminino ou sobre os demais tratamentos existentes.
Fontes: