A hiperprolactinemia é caracterizada pela produção elevada do hormônio prolactina, responsável pela produção de leite materno.
Dentre os fatores que podem acarretar a infertilidade conjugal, os distúrbios hormonais aparecem como uma das causas mais comuns, tendo em vista os impactos que geram no ciclo menstrual. A hiperprolactinemia, produção elevada do hormônio prolactina, é uma das principais alterações que podem levar à infertilidade feminina.
A prolactina alta foi detectada em aproximadamente 15 a 20% das mulheres diagnosticadas com infertilidade, sendo que suas causas podem ser patológicas ou até mesmo decorrentes do uso de medicamentos. Saiba mais sobre a atuação da prolactina no organismo e como ela interfere diretamente na fertilidade.
Índice
Qual é a função da prolactina?
Os hormônios são substâncias produzidas pelas glândulas endócrinas e tem atuação nos tecidos do corpo. A prolactina é um hormônio produzido e secretado pela hipófise e sua função mais conhecida é a de ser responsável pela produção do leite materno.
Um dos principais hormônios reguladores sexuais, a prolactina também é encontrada no organismo fora do período de gestação. No entanto, a prolactina alta tem como consequência a interferência na produção dos hormônios folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH), os principais responsáveis pelo ciclo menstrual.
O FSH e o LH estimulam o crescimento dos folículos ovarianos que, quando maduros, serão liberados para a fecundação. A mulher que sofre com a hiperprolactinemia costuma apresentar casos de amenorreia (ausência de menstruação), já que o ciclo de ovulação é diretamente impactado pela prolactina alta.
Quais são as causas da prolactina alta?
A hiperprolactinemia, assim como outros distúrbios hormonais, deve ser investigada por um profissional capacitado. Suas causas podem estar relacionadas a diversos fatores, desde o uso de medicamentos até hábitos como o sedentarismo ou o estresse.
Fique atenta aos fatores que podem desencadear os altos índices de prolactina:
- Uso de medicamentos antidepressivos e antipsicóticos;
- Remédios que contenham cimetidina ou metoclopramida;
- Alterações no ciclo circadiano;
- Prática intensa de exercícios físicos.
Além disso, a hiperprolactinemia pode ser um sinal de outras doenças que estejam atingindo o sistema endócrino ou outras partes do corpo:
- Tumores na hipófise;
- Hipotireoidismo;
- Síndrome dos ovários policísticos;
- Insuficiência renal e hepática;
- Doença de Addison.
Considerando a complexidade da hiperprolactinemia e seus possíveis fatores, o acompanhamento médico deve ser sempre o único caminho para identificar o que levou a essa condição e, principalmente, qual o tratamento mais adequado.
Sinais e sintomas
Assim como as causas para a prolactina alta podem variar, os sintomas também podem ser diversos, principalmente em pacientes que sofrem com a alta do hormônio em decorrência de outras doenças. Ainda assim, é importante citar que a hiperprolactinemia pode ser assintomática, portanto, ao observar os sinais descritos a seguir, busque uma avaliação médica o quanto antes:
- Amenorreia (ausência total de menstruação) ou ciclo menstrual irregular;
- Produção de leite pela mama fora da gestação;
- Falta de libido;
- Alteração visual.
Prolactina alta e fertilidade
A hiperprolactinemia pode ser diagnosticada a partir de exames de sangue, em que os valores normais de prolactina variam entre 20 a 40 ng/mL (nanogramas por mililitro de sangue). A coleta da prolactina deve ser feita em uma sala específica, sendo que o paciente deve ficar em repouso por um tempo antes de realizar a coleta.
A alta prolactina causa a infertilidade a partir do desequilíbrio hormonal. Os índices elevados do hormônio do leite materno inibem a produção de FSH e LH, o que impedirá que os folículos ovarianos cresçam e sejam liberados para a fecundação. Sem a eficácia do ciclo ovulatório, a mulher apresenta a ausência de menstruação e diminui as chances de gravidez.
Tratamentos de Reprodução Humana
A prolactina alta pode ser uma condição assintomática e, além disso, é importante lembrar que a infertilidade conjugal é diagnosticada apenas após 12 meses contínuos de tentativas para engravidar, sem sucesso. Sendo assim, mulheres acometidas pela hiperprolactinemia podem não encontrar o diagnóstico correto da doença nos primeiros instantes.
Desta forma, a consulta pré-concepcional mostra a sua importância para o casal que está planejando a gestação. Desde o primeiro momento, investigar a saúde reprodutiva dos futuros papais é a forma mais assertiva de garantir que a gestação possa ser alcançada por métodos naturais ou com a ajuda de técnicas de Reprodução Humana Assistida.
Os tratamentos para hiperprolactinemia variam de acordo com a causa da doença e têm como objetivo devolver a qualidade de vida e a capacidade fértil para a paciente. O tratamento medicamentoso costuma ser a opção selecionada para estabilizar os níveis de prolactina. Já pacientes que apresentem tumores na hipófise ou outros casos mais complexos podem demandar intervenção cirúrgica.
Fontes:
Clínica de Reprodução Humana BedMed;