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Relação entre gravidez gemelar e FIV

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Relação entre gravidez gemelar e FIV

Imagem: Shutterstock

Embora a FIV seja associada a gestações gemelares, as chances de uma gravidez múltipla podem ser controladas. Saiba qual é a relação entre gravidez gemelar e FIV.

Com o avanço das técnicas de Reprodução Assistida e o aumento no número de casais que recorrem a esses procedimentos, é comum associarmos a gravidez gemelar a tratamentos como a Fertilização in Vitro (FIV).

Embora seja uma das técnicas mais eficazes para casais que sofrem com a infertilidade, a FIV não é sinônimo de gravidez gemelar. O tratamento tem como objetivo possibilitar a gestação saudável de um único bebê; no entanto, é necessário reconhecer que as chances de uma gestação múltipla podem aumentar durante o processo.

A relação entre gravidez gemelar e FIV depende de algumas variáveis e da estratégia adotada pelos médicos. Saiba quais são os fatores que tornam comum essa associação e que contribuem para o aumento nas chances de uma gestação gemelar.

O que é a gestação gemelar?

Antes de abordar o que causa a associação entre gravidez gemelar e FIV, é importante ressaltar que a gestação gemelar pode ocorrer de maneira espontânea, e os tratamentos de Reprodução Humana não têm como objetivo induzir esse tipo de gestação. O médico especialista em Reprodução Humana vai traçar o tratamento de acordo com as necessidades e fatores que não coloquem em risco a saúde da futura mamãe e do bebê.

Dito isso, a gestação gemelar ocorre quando dois ou mais fetos se desenvolvem simultaneamente no útero materno. Existem dois tipos principais de gestação gemelar: os gêmeos monozigóticos ou univitelinos (idênticos), que se originam de um único óvulo fecundado que se divide em dois, e os gêmeos dizigóticos ou bivitelinos (fraternos), que resultam da fertilização de dois óvulos por dois espermatozoides diferentes.

Por meio de tratamentos como a Fertilização in Vitro, por exemplo, é possível engravidar de gêmeos univitelinos e bivitelinos, por isso é comum que as pessoas relacionem a gravidez gemelar e FIV. Porém, nem sempre é possível prever que esse tipo de gravidez realmente aconteça após o procedimento.

Conheça a técnica de FIV e saiba sua relação com a gravidez de gêmeos!

Gravidez gemelar e FIV: existe mesmo o risco?

A FIV está associada a um aumento nas chances de gravidez gemelar, embora esse risco tenha sido progressivamente reduzido com a evolução das técnicas de Reprodução Assistida.

A principal razão para o risco de associação entre gravidez gemelar e FIV está no número de embriões transferidos para o útero da paciente. A transferência de dois ou mais embriões para o útero da futura mamãe é uma prática comum para aumentar as chances de sucesso da gravidez.

Entretanto, é importante afirmar que a quantidade de embriões transferidos segue normas e regras rígidas, e é definida de acordo com fatores como a idade materna. Nesse sentido, a Resolução CFM n.º 2.320/2022 determina a quantidade de embriões a ser transferida:

  • Mulheres com até 37 anos: até 2 embriões;
  • Mulheres com mais de 37 anos: até 3 (três) embriões;
  • Em caso de embriões euploides (obtidos por meio da análise genética pré-implantação): até 2 embriões, independentemente da idade materna.

A transferência de mais de um embrião para o interior da cavidade uterina não é obrigatória, e é realizada a partir de uma avaliação clínica da paciente, onde o médico analisará as causas da infertilidade, se houve ciclos de FIV anteriores sem sucesso e como a idade da paciente pode ser um fator de risco para a gravidez gemelar. Além disso, a qualidade morfológica dos embriões desenvolvidos também impacta na decisão de quantos embriões serão implantados.

Além de pensarmos na relação entre gravidez gemelar e FIV, é importante que haja um diálogo honesto entre o médico e o casal, uma vez que os riscos associados à gestação múltipla devem ser apresentados e reconhecidos pela paciente antes de tal decisão.

Por que a FIV aumenta as chances de gravidez gemelar?

As chances de uma gestação múltipla aumentam na FIV, principalmente por causa da transferência de mais de um embrião para o útero. Além disso, a estimulação ovariana, parte do processo da FIV, pode induzir a produção de múltiplos óvulos, o que também aumenta a probabilidade de mais de um embrião ser desenvolvido e transferido.

Quais são os riscos da gravidez de gêmeos na FIV?

A gestação gemelar, seja espontânea ou pela relação entre gravidez gemelar e FIV, tende a ser mais arriscada para a mãe e os bebês. Alguns dos principais riscos incluem:

Parto prematuro

O parto prematuro é uma preocupação comum em gestações gemelares. Bebês nascidos antes de 37 semanas de gestação correm maior risco de complicações de saúde, como problemas respiratórios, baixo peso ao nascimento e internações prolongadas em UTI.

Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é uma patologia grave caracterizada pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, podendo levar a complicações tanto para a mãe quanto para os bebês.

Diabetes gestacional

Seja a partir da associação entre gravidez gemelar e FIV, ou após métodos espontâneos, mulheres grávidas de gêmeos têm maior risco de desenvolver diabetes gestacional, uma alteração que pode afetar tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento dos bebês.

Baixo peso no nascimento

Gestações gemelares tendem a resultar em bebês com baixo peso ao nascimento, o que pode acarretar uma série de problemas de saúde, como dificuldades respiratórias e imunológicas.

Necessidade de cesárea

Mulheres que estão grávidas de gêmeos têm maior probabilidade de necessitar de uma cesárea, já que o parto vaginal pode ser mais complexo devido à posição dos bebês.

Como prevenir a gravidez gemelar na FIV?

A principal forma de prevenir uma gravidez gemelar durante a FIV é a transferência de um único embrião. O uso de testes genéticos pré-implantacionais (PGT) pode ajudar a selecionar embriões mais saudáveis, garantindo maiores chances de sucesso mesmo com a transferência de apenas um embrião.

Outras técnicas de Reprodução Assistida também aumentam as chances de gravidez gemelar?

O casal que sofre com a infertilidade também pode recorrer a outras técnicas de Reprodução Assistida, como a inseminação artificial e a estimulação ovariana controlada.

Esses procedimentos também podem aumentar as chances de gestação múltipla, desta forma não é correto relacionar apenas gravidez gemelar e FIV, pois outras técnicas também apresentam o mesmo risco.

Na inseminação artificial, por exemplo, o uso de medicamentos para estimular a ovulação pode resultar na maturação de mais de um óvulo, o que aumenta as chances de uma gravidez múltipla. No entanto, o médico especialista em Reprodução Humana sempre avaliará de perto o andamento desses procedimentos a fim de minimizar os riscos e garantir a segurança da mãe e do bebê.

 

Fonte:

Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

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