Endometrite é uma inflamação endometrial causada por bactérias que pode levar à infertilidade
Existem várias patologias relacionadas ao sistema reprodutivo feminino que impactam a qualidade de vida das mulheres por causarem dores e complicações sérias, como a infertilidade, e a endometrite é uma delas. Essa condição pode ser confundida com outras doenças ou ser negligenciada, permanecendo muito tempo sem tratamento, evoluindo o quadro de maneira quase que silenciosa.
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Índice
O que é endometrite?
A endometrite é uma inflamação que acomete o endométrio, tecido que reveste o interior do útero. Apesar da semelhança do nome, essa patologia não tem nenhuma relação com a endometriose, que é uma doença caracterizada pela proliferação de tecido endometrial em outras partes do corpo.
No caso da endometrite, as bactérias são as responsáveis por esse quadro clínico. Os sintomas são febre, dor durante a relação sexual, dor abdominal, sangramento e secreção vaginal com odor forte. Essa condição pode ser tanto aguda quanto crônica.
Endometrite aguda
A endometrite aguda costuma apresentar sinais como os mencionados acima. Nessa fase, é mais fácil identificá-la e tratá-la para evitar complicações. Porém, como costuma durar poucos dias, frequentemente não recebe os cuidados necessários.
Endometrite crônica
A endometrite crônica é o quadro da doença que não foi tratada. Nessa fase, ela costuma ser assintomática, ainda que provoque danos, como a infertilidade. Devido ao processo inflamatório crônico e a possibilidade de formação de aderências, que são tecidos cicatriciais, o embrião encontra dificuldades para se implantar e se desenvolver durante a gestação.
O que causa endometrite?
A endometrite pode ser resultante de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia, a gonorreia e a doença inflamatória pélvica. A mucosa cervical é uma espécie de barreira impermeável contra a entrada de bactérias da vagina. As infecções costumam provocar alterações nessas estruturas, possibilitando a invasão de patógenos.
Complicações de intervenções no útero, como o parto, a colocação de DIU e a curetagem após aborto também podem estar associadas ao desenvolvimento da endometrite. Esses procedimentos também permitem a entrada de bactérias presentes na vagina ou no trato gastrointestinal para o interior da cavidade uterina.
A endometrite apresenta sintomas?
Ainda que em muitos casos a endometrite permaneça assintomática, especialmente quando não tratada em sua fase inicial, existem sintomas que indicam essa condição, tais como:
- Sangramento vaginal anormal;
- Dor durante a relação sexual;
- Corrimento vaginal intenso e com odor forte;
- Febre e/ou calafrios;
- Inchaço abdominal;
- Dor na região do abdome ou genital;
- Mal-estar geral.
Como é realizado o diagnóstico da endometrite?
Durante o exame clínico, é possível identificar alguns indícios da endometrite, como inchaço, sensibilidade uterina e presença de secreções que indicam infecção. Como esses sinais são comuns a outras patologias, o especialista solicita alguns exames para confirmar o diagnóstico.
Os exames laboratoriais são parte importante dessa análise. O hemograma completo indica a presença de inflamações. Já o teste de secreção (PCR de secreção endocervical) auxilia na descoberta de infecções sexualmente transmissíveis, como a clamídia e a gonorreia.
Os exames de imagem procuram por alterações decorrentes da condição e podem descartar outras patologias. A ultrassonografia transvaginal e a ressonância nuclear magnética da pelve permitem avaliar o útero, os ovários e as tubas uterinas, enquanto a vídeo-histeroscopia pode ser uma opção para visualizar o interior da cavidade uterina. Amostras do endométrio também podem ser coletadas dependendo do caso.
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Tratamentos indicados para endometrite
Como a endometrite é causada por bactérias, o tratamento é feito com o uso de antibióticos por via oral ou injetável. A administração varia de acordo com o tipo e a gravidade da infecção. Se forem detectadas ISTs, o parceiro também deve ser tratado para evitar a reinfecção.
Intervenções cirúrgicas são recomendadas apenas em casos de endometrite com abscessos e aderências. O procedimento costuma ser feito por videolaparoscopia ou vídeo-histeroscopia cirúrgica, técnicas minimamente invasivas.
Relação entre endometrite e fertilidade?
A endometrite pode resultar em infertilidade por dificultar a implantação do embrião no interior do útero. A fixação ocorre apenas se o endométrio for receptivo, com espessura e vascularização adequados. Na tentativa de combater a condição, o sistema imunológico modifica a composição celular e bioquímica do endométrio, aumentando a vascularização e a permeabilidade.
Essas alterações resultam em sangramento, em inchaço e na diminuição da receptividade do endométrio. Dessa forma, o ambiente se torna desfavorável para a gestação, ocasionando falhas frequentes na implantação do embrião e abortamentos de repetição.
Como a Fertilização in Vitro pode auxiliar?
A endometrite deve ser tratada tanto para os casos em que a paciente deseja engravidar de forma espontânea quanto por meio das técnicas de Reprodução Assistida. Além disso, em alguns casos, a condição pode ter se espalhado e comprometido o funcionamento de outras partes do sistema reprodutivo, como as tubas uterinas
A Fertilização in Vitro é um método com alta taxa de sucesso para os quadros de infertilidade após o tratamento da endometrite. A técnica consiste na fecundação de óvulos e espermatozoides em laboratório para posterior transferência do embrião ao útero no momento de maior receptividade endometrial, facilitando a implantação.
FONTES:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia