Saiba em quais situações essa condição é normal e quando você deve procurar auxílio médico
O corrimento, na maioria das vezes, é uma secreção natural do corpo feminino. A presença de um muco branco, seja espesso ou mais transparente, sem cheiro e sem outros sintomas associados, geralmente, corresponde a uma secreção fisiológica do organismo.
Índice
Corrimento marrom
O corrimento marrom contém uma quantidade de sangue coagulado, que se junta à secreção vaginal e se torna dessa cor. Algumas mulheres apresentam corrimento com tom mais claro, enquanto outras podem ter um tom mais escurecido.
Quando se trata do marrom escuro, normalmente ele está relacionado à quantidade de sangue em sua composição, o que pode indicar feridas no colo do útero, nas paredes vaginais ou ser resquício de menstruação.
Já o corrimento marrom claro pode estar associado a diversos fatores, tais como: implantação do óvulo fertilizado no interior do útero, o que provoca um sangramento mais leve, ou uma irritação provocada, por exemplo, pelo uso de sabonete íntimo em excesso, o que leva a um desequilíbrio no pH vaginal.
O corrimento marrom pode ser considerado normal nas seguintes situações:
- Primeiros anos após a primeira menstruação (menarca);
- Após a relação sexual durante a gravidez;
- Quando a mulher apresenta alterações hormonais;
- Troca de método anticoncepcional;
- Resquícios de menstruação.
Porém, caso o corrimento aconteça em grande quantidade, com odor, irritação ou por mais de quatro dias, é recomendado consultar o ginecologista para efetuar diagnóstico e tratamento adequados.
No entanto, em alguns casos, a secreção pode ser indicativo de situações mais graves, como:
- Alterações hormonais: flutuações hormonais comuns durante o ciclo menstrual ou uso de contraceptivos podem causar esse tipo de secreção;
- Infecções: infecções vaginais ou sexualmente transmissíveis podem alterar a cor e consistência do corrimento;
- Lesões: traumas na região vaginal, seja por relações sexuais ou o uso de produtos que sensibilizam o local;
- Condições médicas: doenças como endometriose, pólipos uterinos ou câncer cervical também podem ser a causa;
Corrimento marrom na gravidez
O corrimento marrom pode ocorrer no início da gravidez. Ele não tem cheiro ruim e nem causa desconforto no trato genital, sendo causado pela nidação. Geralmente, dura cerca de 3 dias e pode fazer com que muitas pacientes acreditem que tiveram uma menstruação de pequeno volume.
A nidação é o processo de implantação do embrião na parede uterina, que pode causar uma leve descamação da camada de revestimento interna do útero (chamada de endométrio). Quando isso acontece, ocorre o surgimento de um corrimento de coloração amarronzada.
Entretanto, o corrimento por nidação não é comum: estima-se que apenas cerca de 20% das mulheres que engravidam apresentam esse sangramento após a implantação.
Quando o sangramento de nidação aparece, ele não deve ultrapassar três dias e nem apresentar um fluxo intenso. Caso tenha, existe a possibilidade de os níveis de progesterona estarem abaixo do desejável, o que representaria um risco para o bom andamento da gestação.
Relação entre corpo lúteo, progesterona e gestação
O corpo lúteo é um cisto formado a partir do folículo que se rompeu para promover a ovulação. Habitualmente, ele é formado após o 14° dia do ciclo menstrual e secreta o hormônio progesterona. Esse hormônio promove o espessamento do endométrio para que ele possa abrigar um possível embrião quando ocorre a nidação, levando ao sucesso da gestação. O corpo lúteo permanece produzindo hormônios e, quando não ocorre a gravidez, dura cerca de 14 dias até começar a se desfazer. Quando isso acontece, a paciente apresenta a menstruação.
O corpo lúteo é o principal secretor de progesterona e, por isso, é tão importante que ele esteja ativo. Quando esse hormônio se encontra em níveis baixos, a proliferação e manutenção do endométrio não são mantidas, ou seja, o corpo não consegue dar suporte à implantação do embrião e à continuação de uma gravidez.
Em grávidas, a saída de um líquido escuro semelhante à menstruação e ao corrimento marrom pode indicar perda de sangue, sendo que a paciente deve ser avaliada pelo médico obstetra com urgência, especialmente se for acompanhado por outros sintomas, tais como dor abdominal ou sangramento abundante. Esta alteração pode indicar, entre outras possibilidades, ameaça de abortamento ou gravidez ectópica.
O que fazer em caso de secreção vaginal marrom?
Quando o corrimento marrom surge pela primeira vez ou está acompanhado de sintomas preocupantes, como os citados no tópico anterior, é fundamental agendar uma consulta com um ginecologista imediatamente.
Um profissional especializado irá realizar uma avaliação completa, levando em consideração o histórico médico da paciente, seus sintomas atuais e possíveis fatores de risco.
Outra questão importante é evitar duchas vaginais, pois o ato pode alterar o equilíbrio natural da flora vaginal e agravar o problema, dificultando o diagnóstico preciso.
Como é feito o tratamento desse tipo de corrimento?
O tratamento varia de mulher para mulher, considerando a sua causa, os sintomas e outras condições analisadas pelo médico. No entanto, pode envolver o uso de medicamentos antimicrobianos, em casos de infecção.
Já em casos mais agravantes, como pólipos cervicais ou quaisquer outros crescimentos anormais no trato reprodutivo, o tratamento envolve a remoção dessas estruturas por meio de procedimentos cirúrgicos.
No entanto, é fundamental que o tratamento seja recomendado em consulta com um ginecologista, que realizará uma avaliação completa e determinará a verdadeira causa do corrimento marrom, recomendando o melhor procedimento com base nas necessidades individuais da paciente.
Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia;