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Como a SOP afeta a fertilidade feminina?

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Como a SOP afeta a fertilidade feminina?

Imagem: Shutterstock

A relação entre SOP e infertilidade é muito próxima e estima-se que 40% das pacientes com essa síndrome apresentem dificuldades para engravidar

Médica utiliza máquina para examinar grávida
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A relação entre a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e infertilidade é muito estudada na Medicina, o que resulta em tratamentos cada vez mais satisfatórios para que o casal consiga engravidar, apesar das dificuldades iniciais que podem ser causadas por essa condição.

Apesar disso, o diagnóstico de SOP nem sempre é imediato. Um estudo identificou que para 33% das pacientes o diagnóstico demorou mais de dois anos e, até mesmo, mais de três anos para 47% dos casos. Além disso, apenas 15% ficaram satisfeitas com as explicações do médico no momento da confirmação da síndrome.

Portanto, tanto a relação entre SOP e infertilidade feminina, como os aspectos clínicos dessa patologia, precisam ser esclarecidos.

O que é a SOP?

A síndrome dos ovários policísticos é uma condição ginecológica que acomete um grande percentual de pacientes em idade reprodutiva, sendo que a estimativa é de que 6% das mulheres entre 20 a 40 anos sejam portadoras desse distúrbio endocrinológico. Entre os principais sintomas, destacam-se:

  • Irregularidade dos ciclos menstruais, com aumento do intervalo entre as menstruações, ou ausência de menstruação;
  • Expressão clínica ou laboratorial de aumento dos hormônios androgênios, o que pode resultar em hirsutismo (aumento da quantidade de pelos em áreas tipicamente masculinas), acne ou queda de cabelo;
  • Obesidade, que acomete cerca de 60% das pacientes com SOP;
  • Alteração ultrassonográfica evidenciando a presença de diversos folículos de pequenas dimensões no interior dos ovários (habitualmente mais de 12 folículos medindo entre 2 a 9 mm de diâmetro médio).

As alterações hormonais provindas dessa síndrome podem alterar o padrão do ciclo menstrual da mulher, gerando ciclos anovulatórios, ou seja, ciclos menstruais em que a mulher não ovula.

Por isso, é muito comum que mulheres acometidas pela síndrome dos ovários policísticos tenham alterações menstruais e, até mesmo, dificuldades para engravidar, o que evidencia a relação entre SOP e infertilidade.

A irregularidade menstrual é relatada por cerca de 85% das mulheres diagnosticadas com SOP, sendo um sintoma muito comum dessa patologia. Além disso, é muito comum que as pacientes portadoras dessa síndrome apresentem aumento dos pelos corporais e acne, situações incômodas e que podem comprometer a sua qualidade de vida.

O ginecologista deve estar sempre atento às repercussões clínicas causadas por essa síndrome, pois muitas vezes são elas que auxiliam no diagnóstico precoce da doença.

SOP e infertilidade feminina: qual é a relação?

Nessa síndrome há um aumento da produção ovariana de hormônios androgênios (testosterona total e livre), afetando o processo de formação dos folículos ovarianos (chamado de foliculogênese). Com isso, ocorre uma alteração no padrão natural de ovulação da paciente acometida por essa enfermidade.

As mulheres passam a ovular cada vez menos e apresentam ciclos irregulares, geralmente caracterizados por um longo intervalo entre as menstruações (habitualmente acima de 40 dias) ou, até mesmo, ausência de menstruação por um longo período.

Com essa mudança, os óvulos não são liberados para as tubas uterinas e, consequentemente, não ocorre o processo de fertilização natural entre os gametas masculino e feminino. Além disso, as pacientes portadoras da síndrome dos ovários policísticos podem apresentar um risco aumentado para o desenvolvimento de diversos distúrbios metabólicos, tais como:

  • Hipertensão gestacional;
  • Diabetes gestacional;
  • Câncer de endométrio;
  • Diabetes mellitus tipo 2;
  • Obesidade;
  • Doenças cardiovasculares.

A junção desses fatores permite afirmar que existe uma relação entre a SOP e infertilidade feminina e que a condição afeta diretamente a qualidade de vida da paciente, seja pelas repercussões clínicas como pelas metabólicas.

Estima-se, segundo estudos, que a SOP causa infertilidade em até 40% das pacientes com essa condição.

É possível engravidar com SOP?

Para responder essa pergunta, é fundamental que a paciente passe por uma avaliação médica individualizada, dada a relação entre SOP e infertilidade.

O espectro de pacientes portadoras de SOP é muito variável, sendo que nem todas as pacientes portadoras da síndrome irão apresentar dificuldades para engravidar. A infertilidade acontece principalmente entre as pacientes que apresentam ciclos menstruais anovulatórios com frequência.

Nesses casos, as pacientes devem procurar o auxílio de um médico especialista em Reprodução Humana para avaliar a realização de tratamentos específicos que colaboram com o processo de ovulação.

É importante ressaltar que a infertilidade passa a ser considerada quando um casal mantém relações sexuais frequentes, sem o uso de métodos contraceptivos, durante doze meses e não obtém a gestação de forma espontânea.

Para as pacientes sabidamente portadoras de SOP, esse período de observação é de apenas seis meses. Nesses casos, é aconselhado buscar o auxílio de um especialista para averiguar o que pode estar afetando o potencial fértil do casal.

É relevante destacar que o casal sempre deve ser avaliado em conjunto, pois muitas vezes a causa da infertilidade conjugal é tanto masculina como feminina.

Qual é o tratamento para SOP?

A mudança nos hábitos de vida é uma primeira indicação às pacientes diagnosticadas com síndrome dos ovários policísticos.

A obesidade, que acomete mais da metade das pacientes, intensifica outros sintomas da SOP, de forma que mudanças no estilo de vida, incluindo uma alimentação balanceada e exercícios físicos regulares, são vistos como uma tentativa inicial para aumentar a qualidade de vida da paciente.

Existem casos em que apenas a perda de peso, somada a alterações nos hábitos de vida das pacientes, ameniza a SOP, fazendo com que o casal consiga engravidar espontaneamente.

Caso a paciente não tenha desejo de engravidar, o uso de método contraceptivo hormonal é recomendado para regularizar o ciclo menstrual e reduzir a produção das glândulas sebáceas e os níveis de hormônios masculinos circulantes.

Nos casos de infertilidade causada apenas pela síndrome dos ovários policísticos, a maioria dos especialistas orienta a realização do namoro ou coito programado, ou seja, utilização de medicações que estimulam a ovulação e avaliação ultrassonográfica do processo de ovulação para identificar o melhor período para ter as relações (janela da fertilidade).

Caso a paciente não tenha sucesso com esse tipo de tratamento, técnicas de Reprodução Assistida, tais como inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV), podem ser indicadas.

Portanto, apesar da relação entre SOP e infertilidade, existem pacientes que conseguem engravidar independente da síndrome ou que conseguem resultados satisfatórios com abordagens conservadoras, tais como a introdução de mudanças no estilo de vida.

No caso de pacientes que querem engravidar e não conseguem, recorrer ao médico especialista em Reprodução Humana é indicado para avaliação do casal e confirmação da conduta ideal para o caso. Para saber mais a respeito do assunto e tirar suas dúvidas, entre em contato e agende uma consulta com os profissionais da clínica de reprodução humana BedMed.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia — Regional São Paulo;

Portal PebMed.

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