Engravidar após os 40: é possível?

A fertilização in vitro é uma técnica de Reprodução Assistida que aumenta as chances de gravidez nessa faixa etária

O desejo de engravidar após os 40 anos é comum entre as mulheres, já que o adiamento da maternidade costuma estar relacionado a questões pessoais, como a estabilidade em relacionamentos, realização profissional e a melhora da condição financeira.

Apesar de ser mais difícil engravidar após os 40, considerando a queda na quantidade e qualidade dos óvulos, existe a possibilidade de adiar a maternidade e ter uma gestação saudável no momento planejado, especialmente com o avanço da Reprodução Humana. Entenda as opções e os riscos a seguir.

É possível engravidar após os 40?

É possível engravidar após os 40 anos até mesmo de forma espontânea, embora a probabilidade seja pequena e diminua com o tempo. Afinal, as chances de gravidez das mulheres nessa idade ficam em torno de 20% dentro de um ano, caindo para 1% por volta dos 45 anos.

Desafios de engravidar após os 40

A dificuldade para engravidar após os 40 anos está relacionada à diminuição da reserva ovariana. As mulheres nascem com todos os óvulos que são maturados e utilizados nos ciclos menstruais até a menopausa, não sendo possível fabricá-los ao longo da vida. Estima-se que sejam 2 milhões de óvulos totais e cerca de mil perdidos a cada ciclo.

Com isso, existe uma menor quantidade de óvulos disponíveis e uma queda na sua qualidade, o que torna a gestação nessa faixa etária desafiadora. Além disso, as mulheres que conseguem engravidar nessa idade enfrentam maiores riscos de complicações, o que demanda um acompanhamento médico mais rigoroso e cuidados adicionais durante a gravidez.

Como engravidar após os 40?

A Reprodução Humana representa um avanço na Medicina que permite à mulher engravidar após os 40 anos. Existem diferentes técnicas que se adequam às necessidades de cada paciente, mas a fertilização in vitro (FIV) costuma ser o método mais indicado nesse contexto.

A FIV possui diversas etapas, como a estimulação ovariana, que é realizada com medicamentos hormonais para aumentar a quantidade de óvulos maduros. Depois dessa fase, é realizada a coleta de óvulos e espermatozoides para a fecundação em laboratório. Os embriões resultantes são acompanhados e, posteriormente, transferidos diretamente para o interior do útero.

Além da FIV aumentar as chances de engravidar após os 40 anos, ela também permite realizar exames auxiliares que reduzem os riscos de complicações comuns nessa faixa etária devido à maior predisposição ao aparecimento de alterações cromossômicas embrionárias. Os testes avaliam os cromossomos dos embriões para identificar alterações numéricas ou estruturais antes da transferência para o útero.

Vale lembrar que, nos casos de pacientes com mais de 40 anos que possuem baixa reserva ovariana, com histórico de tratamentos de FIV prévios sem a obtenção da gravidez, existe a possibilidade da realização de tratamentos com óvulos doados (ovodoação). Esse tipo de tratamento aumenta, de forma significativa, as chances de gestação.

Para as mulheres que almejam uma gravidez em idade avançada, sempre é válido aventar a possibilidade de realizar o tratamento de congelamento de óvulos em idade mais precoce (preservação social da fertilidade). Dessa forma, no momento ideal para a paciente, os óvulos criopreservados podem ser descongelados e utilizados, posteriormente, para a fertilização em ambiente laboratorial. Essa técnica permite a preservação do óvulo em uma idade mais jovem, maximizando as chances de sucesso de uma fertilização bem-sucedida.

Riscos da gravidez em idade avançada

Engravidar após os 40 anos eleva os riscos de complicações que representam perigos para a mãe e para o bebê ao longo da gravidez. Embora não signifique que todas as mulheres nessa faixa etária apresentem esses problemas, a idade colabora para o surgimento de complicações, tais como:

• Aborto espontâneo;
• Parto prematuro;
• Restrição do crescimento intrauterino;
• Bebês com baixo peso ao nascimento;
• Desenvolvimento de doenças cromossômicas, como a síndrome de Down;
• Diabete gestacional;
• Pré-eclâmpsia;
• Dificuldade na recuperação pós-parto.

Cuidados necessários ao engravidar após os 40

Devido aos desafios e riscos para engravidar após os 40 anos, é recomendado que a mulher busque orientação e acompanhamento médico desde o início, permitindo monitorar a saúde geral da paciente e identificar as possíveis complicações, em especial nos casos de doenças pré-existentes, como obesidade e hipertensão.

Independente se a gravidez for resultado da concepção espontânea ou de técnicas da Reprodução Assistida, é necessário seguir um pré-natal mais rigoroso, com uma maior frequência de exames de acompanhamento, além da solicitação de testes adicionais.

A adoção de um estilo de vida mais saudável, priorizando uma dieta equilibrada e a prática regular de atividades físicas, também faz parte dos cuidados necessários ao engravidar após os 40 anos. Essas medidas ajudam na gestão de condições médicas preexistentes e diminui a probabilidade de complicações durante a gravidez.

Saiba mais sobre como engravidar após os 40 anos agendando uma consulta com a Clínica BedMed.

Fonte:

Associação Brasileira de Reprodução Assistida | SBRA