Cisto é um termo utilizado para designar uma lesão arredondada que apresenta conteúdo líquido em seu interior, como se fosse uma espécie de bolha envolta por uma fina membrana.
Ele pode surgir em diversas partes do corpo, sendo que, quando ocorre no ovário, é chamado de cisto ovariano.
Apesar de ser considerado uma das alterações ginecológicas mais comumente detectadas em mulheres em idade reprodutiva, o cisto ovariano é, geralmente, benigno, mas exige cuidados e o acompanhamento de um especialista em Ginecologia.
A incidência do cisto ovariano varia apenas discretamente nos registros demográficos das pacientes – de 5 a 15%. A conduta ideal de tratamento irá depender do subtipo específico de cisto ovariano diagnosticado em cada paciente.
Índice
Quais são os tipos de cistos ovarianos?
Existem diversos tipos de cistos ovarianos, sendo que o mais comum é o cisto funcional, que pode apresentar-se sob duas formas diferentes: folicular e lúteo.
Cisto ovariano funcional
Caracterizado pelo surgimento de cistos no ovário que ocorrem durante a idade fértil da mulher – desde a menarca (primeira menstruação) até a menopausa – e possui correlação com a fase do ciclo menstrual da paciente.
Geralmente tendem a desaparecer espontaneamente em cerca de dois a três meses. Os cistos funcionais são subdivididos em:
Cisto funcional folicular
Todos os meses o organismo feminino se prepara para uma possível gravidez, caracterizando o que chamamos de ciclo menstrual. O principal objetivo do ciclo é que um folículo ovariano cresça e libere um óvulo que poderá ser fecundado.
No entanto, existem casos em que o folículo não consegue romper e expelir o óvulo do seu interior, formando o cisto folicular. Na maioria dos casos, esse cisto é assintomático e é diagnosticado durante exames ultrassonográficos de rotina.
Cisto funcional de corpo lúteo
Quando o folículo se rompe e libera o óvulo, ele passa a ser chamado de corpo lúteo e possui o papel de produzir os hormônios que ajudarão o organismo feminino a se preparar para receber a possível futura gestação. Quando não ocorre a fecundação do óvulo e, consequentemente, a gestação, o corpo lúteo involui e some juntamente com a menstruação.
Outros tipos de cistos ovarianos
Além do cisto funcional, existem diversos outros tipos de cistos ovarianos que podem acometer as pacientes em condições específicas. Alguns exemplos são:
Endometrioma
São os cistos ovarianos encontrados em algumas pacientes diagnosticadas com endometriose. Nesses casos, o líquido presente no interior dos cistos é escuro e sanguinolento, devido à presença do tecido endometrial. Os endometriomas geram muito desconforto abdominal e, quando se rompem, podem causar uma dor aguda e intensa, semelhante à um quadro de apendicite.
Cisto dermóide
O cisto dermóide, também conhecido como teratoma cístico maduro, é uma neoplasia de células germinativas que dá origem a diversos tipos de tecidos, tais como a pele, dentes ou cabelo, por exemplo. Ele costuma crescer lentamente e, na maior parte das vezes, mede entre 5 a 10 cm de diâmetro. Para a maioria das mulheres com teratoma cístico maduro, o tratamento cirúrgico é recomendado e proporciona o diagnóstico definitivo, alívio dos sintomas e prevenção contra as complicações de torção (ocorre em 15% dos casos), ruptura (raro) e degeneração maligna (ocorre apenas em 1 a 3% dos casos – em geral nas mulheres com mais de 40 anos).
Cistoadenoma
Considerado também um tipo de tumor benigno encontrado nos ovários, o cistoadenoma se desenvolve a partir do tecido que reveste os ovários e pode chegar até a 20 cm de diâmetro. Diferentemente dos outros cistos, ele não desaparece espontaneamente e exige um tratamento cirúrgico devido ao seu alto risco de torção.
Todos os tipos de cistos ovarianos podem ser diagnosticados por meio dos exames de rotina. Portanto, é indispensável que todas as mulheres mantenham a regularidade de consultas com o ginecologista para que haja um diagnóstico precoce dessas patologias.