O procedimento é a forma mais eficaz de tratamento da endometriose no ovário, condição que atinge de 5 a 15% da população feminina em idade reprodutiva.
Cirurgia de endometriose no ovário ajuda a restaurar a fertilidade da mulher – Imagem: Shutterstock
O endométrio é uma camada de tecido que reveste a cavidade interna do útero. É neste tecido que ocorre a implantação do embrião, possibilitando a gravidez. Quando não há fecundação, ocorre a descamação do endométrio, caracterizando assim a menstruação. Entretanto, o tecido do endométrio pode se alocar fora da cavidade uterina, causando uma condição conhecida como endometriose no ovário.
A endometriose no ovário é caracterizada pela implantação anormal deste tecido no ovário, que resulta em um processo inflamatório intenso e até mesmo em infertilidade para mulher. Esta condição pode acometer 5 a 15% da população feminina em idade reprodutiva e requer atenção.
Vale lembrar que a endometriose também pode ocorrer em outros órgãos como nas tubas uterinas, nas alças intestinais, bexiga, peritônio e, até mesmo, no próprio útero, dentro do músculo – patologia chamada de adenomiose.
Índice
Principais sintomas da endometriose no ovário
O principal sintoma da endometriose no ovário é a dor pélvica durante o período menstrual, também chamada de dismenorreia. A dor pélvica pode piorar progressivamente conforme o avançar da doença.
Outros sintomas comuns da endometriose no ovário são:
- Incômodos ou dores durante a relação sexual;
- Dores na movimentação intestinal ou durante a micção;
- Sangramento excessivo durante a menstruação;
- Fadiga, náuseas, vômitos, diarreia e/ou constipação intestinal, especialmente durante o período menstrual;
- Infertilidade.
A intensidade dos sintomas apresentados pela paciente não tem necessariamente relação direta com o estágio e a progressão da doença.
Diagnóstico da endometriose no ovário
É importante que, ao sinal de qualquer sintoma relacionado à condição, procure um médico ginecologista imediatamente.
O diagnóstico da endometriose no ovário é fundamental para favorecer o tratamento precoce e prevenir possíveis complicações, diminuindo, dessa forma, os danos que a condição pode trazer à paciente e restaurando a sua qualidade de vida o mais rápido possível.
Para elaborar o diagnóstico, são feitos exames clínicos e exames subsidiários, como por exemplo: ultrassom pélvico transvaginal ou ressonância nuclear magnética da pelve.
Tratamento da endometriose no ovário
Ainda que a endometriose no ovário possa trazer desconforto para a vida da mulher, existem diversos tratamentos que podem auxiliar neste momento, como a realização de terapia hormonal ou, até mesmo, a realização de cirurgia.
O tratamento cirúrgico, que deve ser feito pelo método de videolaparoscopia, é indicado para pacientes que não obtiveram sucesso com o tratamento clínico. A cirurgia é comumente realizada por uma técnica minimamente invasiva. O objetivo deste método é a remoção completa de todos os focos de endometriose, evitando que os sintomas retornem.
O tratamento padrão ouro para endometriose no ovário é a cistectomia (retirada completa do cisto de endometriose no ovário), ao invés de apenas fazer a abertura e a drenagem do cisto.
Pré-operatório da cirurgia de remoção de endometriose no ovário
Ainda que a paciente tenha realizado exames prévios para o diagnóstico da endometriose, é fundamental realizar uma série de exames pré-operatórios, tais como: hemograma completo, coagulograma completo, glicemia de jejum, função renal (ureia e creatinina), eletrocardiograma em repouso e RX de tórax. Em casos de outras patologias associadas, tais como hipertensão arterial ou diabetes mellitus tipo I ou II, é indicada uma avaliação do médico assistente para liberar a realização do procedimento cirúrgico.
Para a realização da cirurgia, a paciente deve realizar jejum completo de cerca de 8 horas antes do procedimento e manter o controle de outras condições, como hipertensão e diabetes. Caso a paciente apresente risco aumentado para o desenvolvimento de eventos tromboembólicos, é indicado o uso de meia elástica cirúrgica de compressão durante o procedimento.
Quanto tempo demora a cirurgia?
O tempo de execução da cirurgia varia de acordo com a gravidade do quadro — o grau de dificuldade técnica é influenciado diretamente pelas alterações anatômicas provocadas pela doença — podendo durar, em média, entre uma a quatro horas.
De qualquer maneira, a cirurgia requer uma equipe multidisciplinar, especialmente porque a condição pode resultar em lesões de outros órgãos.
Na videolaparoscopia cirúrgica, após submeter a paciente à anestesia geral, habitualmente a cavidade abdominal é preenchida com um gás, para que então sejam realizadas duas ou três incisões adicionais na parede abdominal. Por meio dessas incisões, o cirurgião introduz instrumentos que permitem a visualização direta da cavidade para que sejam feitas as devidas intervenções nos órgãos pélvicos.
Pós-operatório
A paciente fica internada por 24 horas para que se recupere da cirurgia e da anestesia. Durante esse período, ela permanece em observação para que o médico possa avaliar se não existe nenhum risco para o desenvolvimento de hemorragia ou outras complicações.
Caso não haja nenhuma complicação, a recuperação da cirurgia de remoção da endometriose no ovário costuma ser tranquila. A paciente deve ficar em repouso e evitar esforços por, pelo menos, cerca de 15-20 dias. Além disso, é recomendado que a paciente evite relações sexuais e exercícios físicos nas duas primeiras semanas após o procedimento.
Dependendo do quadro da paciente, pode ser necessário continuar o tratamento para endometriose no ovário após a cirurgia, como fazer o uso de anticoncepcionais de uso contínuo. Entretanto, para qualquer indicação, é necessário aconselhamento junto a um médico ginecologista. Entre em contato e agende agora uma consulta com um de nossos especialistas.
Fontes:
Clínica Ginecológica BedMed;
Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).