O procedimento é importante para restaurar a cavidade do útero após um aborto
O aborto é a interrupção da gestação que ocorre até a vigésima segunda semana, com o bebê pesando menos de 500 gramas. Quando ocorre de forma natural, chamamos de aborto espontâneo, e diversos fatores podem levar à sua ocorrência, como alterações cromossômicas do embrião, malformações e outras condições.
Na ocorrência de um aborto, é importante se certificar de que todo o material restante no interior do útero seja removido para evitar quaisquer complicações futuras e preparar o sistema reprodutivo feminino para o retorno aos ciclos menstruais. Por isso, existem técnicas específicas para essa finalidade, sendo uma destas a aspiração manual intrauterina, também conhecida como AMIU.
AMI: solução segura e eficaz!
Índice
Qual é a função da aspiração manual intrauterina?
Como já mencionado, a função da AMIU é promover o esvaziamento do útero após um aborto. Nesse processo, são retirados os restos de materiais da gravidez, como tecidos em formação e restos embrionários.
Esse procedimento pode também ser realizado nos casos em que a mulher deseja ou precisa interromper a gravidez nas primeiras semanas de gestação, desde que seu caso esteja entre os permitidos pela legislação brasileira, que são:
- Risco de morte materna;
- Feto anencéfalo;
- Gravidez decorrente de estupro.
AMIU: quando é indicada?
Nos casos de abortamento espontâneo, a AMIU pode ser indicada quando existem restos de materiais provenientes da gravidez no espaço intrauterino. Esses casos são conhecidos como abortos retidos ou incompletos, já que, em uma situação normal, espera-se que o próprio organismo se encarregue de promover o esvaziamento uterino.
Além disso, a aspiração manual intrauterina é o procedimento mais seguro e eficaz quando da necessidade de se interromper uma gestação até a décima segunda semana, sendo, inclusive, recomendado para este fim pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Figo).
Como é o procedimento da aspiração manual intrauterina?
O procedimento de AMIU começa com uma série de exames importantes para detectar a idade gestacional ou confirmar a ocorrência do aborto espontâneo. Além disso, é importante avaliar as estruturas uterinas.
A AMIU em si pode ser feita com a paciente sob anestesia com sedação ou apenas sedação. Em seguida, é realizada a introdução transvaginal de uma cânula junto a uma seringa, que aspira, por meio do vácuo, o material que está no interior do útero.
Ao fim do procedimento, que é rápido e dura cerca de 20 minutos, a paciente deve ficar em observação por algumas horas e, em seguida, é liberada. A não ser que haja complicações específicas, não há necessidade de ficar internada no hospital.
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AMIU ou curetagem: qual é a diferença?
Assim como a aspiração manual intrauterina, a curetagem também é um procedimento de esvaziamento uterino indicado com a mesma finalidade. No entanto, a curetagem é realizada por meio da raspagem do interior do útero com o auxílio de um instrumento de metal chamado cureta.
Qual é a mais indicada?
Embora a curetagem e a AMIU tenham a mesma finalidade, a AMIU é a técnica mais rápida, segura e com menos riscos de complicações para a mulher. Além disso, o pós-operatório da aspiração é mais seguro, com menos episódios de dor e sangramento nos primeiros dias após o procedimento.
Por esse motivo, a AMIU é comumente mais indicada e mais recomendada pela OMS e pelo Ministério da Saúde. No entanto, cada caso deve ser discutido individualmente com a paciente.
Quanto tempo depois da aspiração manual intrauterina vem a menstruação?
Após a AMIU, é esperado que o útero retorne ao tamanho e à forma que tinha antes da gravidez, possibilitando que o ciclo menstrual volte, gradativamente, ao normal. Todo esse processo pode levar entre quatro e seis semanas.
Se a mulher deseja engravidar novamente após a AMIU, é importante já conversar com o médico para que tudo seja planejado. Isso também vale para as mulheres que não querem engravidar e desejam aderir a algum método contraceptivo.
Fontes:
Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia