O uso do anticoncepcional afeta a fertilidade?

Entenda como o anticoncepcional age no organismo e se existe relação entre seu uso e infertilidade

 Os métodos anticoncepcionais são amplamente utilizados por mulheres que desejam evitar uma gravidez em um momento indesejado. Nos dias atuais, esta tendência é ainda maior, pois a maternidade tem sido adiada em detrimento de um melhor planejamento familiar. Com isso, é comum que mulheres façam uso da pílula ou de algum outro método contraceptivo para evitar a gravidez durante anos consecutivos.

Quando decidem parar para tentar uma gestação, uma dúvida comum surge: o uso de anticoncepcional afeta a fertilidade? A seguir, entenda como o anticoncepcional age no organismo e se ele tem alguma relação com a infertilidade.

Como é a ação do anticoncepcional no organismo?

Para responder ao questionamento se o anticoncepcional afeta a fertilidade, primeiramente precisamos entender como ele age para impedir a gravidez. Os métodos contraceptivos hormonais são os que apresentam a maior taxa de sucesso, pois agem impedindo a ovulação e alterando o muco endocervical do colo uterino para bloquear o caminho dos espermatozoides até as trompas, local onde ocorre a fecundação.

Os contraceptivos hormonais mais conhecidos são:

• Pílula;
• Anel vaginal;
• Adesivo hormonal;
• DIU hormonal;
• Implante subcutâneo;
• Injeção.

Já os anticoncepcionais não hormonais, como preservativo masculino e feminino, DIU não hormonal (cobre ou cobre + prata), diafragma e espermicidas, funcionam como métodos de barreira para evitar que os espermatozoides cheguem ao útero.

Muitas pessoas acham erroneamente que o anticoncepcional afeta a fertilidade porque os métodos hormonais inibem a liberação dos óvulos. Mas quando a mulher suspende o uso do contraceptivo, a ovulação volta ao normal e a mulher já pode engravidar.

Os contraceptivos não hormonais são eficazes?

Muitas mulheres possuem contraindicação ao uso de hormônios ou não querem sofrer com os efeitos colaterais que os anticoncepcionais desse tipo podem causar. Nestes casos, os contraceptivos não hormonais, que funcionam como barreira para os espermatozoides, podem ser uma opção viável.

Esses dispositivos, quando utilizados corretamente, são muito eficientes para prevenir uma gravidez, apresentando uma taxa de eficácia em torno de 80 a 90%. O DIU de cobre e de cobre com prata é o método contraceptivo não hormonal mais eficiente, com um índice de falha de apenas 0,5%.

Afinal, o anticoncepcional afeta a fertilidade?

Como dissemos anteriormente, afirmar que o uso de anticoncepcional afeta a fertilidade é um mito. Essa confusão pode ocorrer devido à falta de acompanhamento médico adequado.

Isso porque o uso prolongado de pílulas ou outros métodos hormonais pode amenizar os sintomas de condições relacionadas à infertilidade, como endometriose ou síndrome dos ovários policísticos (SOP), por exemplo.

Quando a mulher decide interromper o uso do anticoncepcional para engravidar, o problema vem à tona e muitas pessoas se questionam se o anticoncepcional afeta a fertilidade.

O que considerar antes de usar anticoncepcionais?

O acompanhamento médico é fundamental para esclarecer mitos, como se o uso de anticoncepcional afeta a fertilidade, e para a escolha do melhor método contraceptivo.

Portanto, antes de considerar usar qualquer anticoncepcional, a mulher deve consultar um ginecologista. Após a realização de exame físico, exames de sangue, Papanicolaou, ultrassonografia pélvica, mamografia, análise do histórico familiar e outros exames que o médico achar necessário, ele irá prescrever o anticoncepcional mais adequado a cada paciente.

O acompanhamento também deve continuar após o início do uso do método contraceptivo para o ginecologista avaliar se a mulher está se adaptando bem ao método escolhido e se existem efeitos colaterais.

Quando devo parar de tomar anticoncepcional para engravidar?

Os anticoncepcionais que utilizam o método de barreira não interferem na ovulação ou em outra função do organismo, então basta interromper seu uso para tentar uma gravidez. Isso vale também para os anticoncepcionais hormonais, pois a produção de folículos e óvulos maduros é retomada assim que a mulher para de tomá-los.

Porém, o organismo precisa de um tempo para se estabilizar e retomar totalmente a sua capacidade fértil. Em média, este período demora de um a três meses, sendo a exceção o anticoncepcional injetável, que demanda um tempo maior, que pode chegar até 12 meses.

Se a mulher não conseguir engravidar após esse prazo, é preciso procurar um especialista para investigar se existe infertilidade ou alguma doença que esteja dificultando a gravidez.

 Fontes:

Clínica BedMed

Associação Brasileira de Reprodução Assistida